Amores Roubados minissérie apresentada na televisão de autoria de George Moura, considerado um dos maiores roteiristas da atualidade.
Os personagens Celeste, Isabel e Antonia, formam o que eu chamaria de um triângulo amoroso em torno de um só homem, Leandro.
Um triângulo amoroso ou uma desgraça amorosa?
Leandro, um personagem para chamar de lindo e mais nada.
Jaime e Cavalcanti formam a dupla dos traídos para não dizer outra coisa.
A minissérie parece ter nascido para desmanchar casamentos. Tanto na vida real quanto na trama.
Filmada no cenário do agreste nordestino, lindo e maravilhosamente bem explorado, que em momento algum mostra a realidade da seca e da pobreza de vida dos nordestinos daquela região.
Ótima propaganda para divulgar no exterior, uma país que está as vésperas de uma Copa do Mundo.
A cena de sexo (maravilhosa) no capítulo de quarta feira (14/01), entre Isabel e o rapaz por ela atropelado, foi de uma sensualidade do tamanho da irrealidade da situação. Teria sido um estupro concedido? Fora de qualquer propósito e nada acrescentou à história.
O que Amores Roubados quer nos contar?
Qual o enredo desta mini série?
Mulheres sem outra opção de vida ou convenientemente casadas com quem lhes dá conforto de vida material. E que, como qualquer mulher, independente do nível social, cultural ou moral, supre com outro, o que lhe falta em casa.
Homens para mostrar o que é o comportamento de um animal irracional, que tem a mulher como propriedade, limpando a honra e castigando-a fisicamente por seu "erro", é o que não falta neste enredo.
Esperar o último capítulo, para saber se Leandro está morto ou não, em nada muda esta história, de mulheres sendo abusadas em todos os sentidos.
Com todo respeito à George Moura, maravilhoso nisto tudo, só a interpretação perfeita de Cássia Kiss como a personagem Carolina.
Adianta movimentos e leis Maria da Penha, se continuamos encantadas e deslumbradas com o desenrolar de romances como este?
Adianta movimentos e leis Maria da Penha, se continuamos encantadas e deslumbradas com o desenrolar de romances como este?
Principais personagens da minissérie:
Celeste (Dira Paes), Isabel (Patricia Pillar), Antonia( Isis Valverde), Leandro (Cauã Reymond), Jaime (Murilo Benício), Cavalcanti (Osmar Prado).
Postado em 16-01-2014
Raquel Ramos
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raquel@superlinda.com
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5 comentários:
Raquel,
Boa colocação, não entendi até agora, pra que veio esta trama... não tem nada de amor, só traição, violência, assassinatos,e a brutalidade que ainda existe por estas bandas. Ser corno por aqui, é ainda motivo de assassinatos encomendados. kk
Belo post, adorei... muito boa sua colocação...
Bjokas, Sheyla.
Obrigada Sheyla. Um abração.
Oi, Raquel!
Assisti somente a estréia e tive a impressão que a pornochanchada estava voltando... até postei no twitter. Como assino "O Globo" vejo como estão endeusando a minissérie, como a melhor de todos os tempos, após "Avenida Brasil". Estou sabendo que Avenida Brasil não foi bem aceita no exterior, imagina essa! Tenho a sensação de um Brasil retrógrado, preso no tempo... precisamos evoluir nas relações e não voltar ao tempo dos coronéis. Por mais que isso ainda exista no Brasil, não devemos dar força.
Ainda bem que encontrei alguém nessa "Aldeia Global" refletindo - O que o povo compra é aquilo que ele quer para a sua vida. Que melda!!
:)
Beijus,
Pensar é preciso...Beijos Luma. Obrigada.
Raquel concordo com sua posição a respeito de Amores Roubados, apesar de ter acompanhado toda a minissérie e aqui vai a minha opinião de uma pessoa apaixonada pela arte do cinema e da telematurgia: A minissérie ficou para mim, como expectador como um celeiro de excelentes interpretações: Osmar Prados, Cássia Kiss Magro ( estupenda), minha linda Patrícia Pilar, como sempre arrebentando, Murilo Benício perfeito exercendo o que é bem o coronelismo no Nordeste e os jovens Isis Valverde e Cauã Reymand confirmando que são os novos representantes da melhor qualidade no quesito interpretação. Infelizmente o coronelismo ainda existe no Brasil, mas como você bem disse no seu texto "! não devemos dar força ". Enfim, a minissérie foi adaptada de uma obra que não se passa nos dias atuais. Até o final da história foi mudado, porque senão a degraça seria pior. O Livro que deu origem a minissérie chamado A Emparada da Rua Nova, em seu final, como a personagem da Isis Valverde não aceita se casar com seu primo para esconder a gravidez de outro homem,tem como desfecho o emparedamento da personagem viva e grávida por seu próprio pai em um dos cômodos da casa( a desgraça seria muito maior ). As vezes fico imaginando se não estamos sendo críticos demais, uma vez que é uma obra brasieleira. Será que se essa obra fosse um roteiro americano ou europeu, não teríamos pensado diferente. Abraços e parabéns pelo seu texto, apesar de discordar em partes dele.
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