quarta-feira, 23 de abril de 2014

Amigos Virtuais e a Desvirtualização




Desvirtualizar amigos é conhecer pessoalmente as amizades feitas nas redes sociais.

Combatida por muitos, sob a argumentação de que com isto, estamos substituindo o contato pessoal pelo virtual, esta é mais uma realidade do mundo moderno.

Eu sou defensora destas relações. Amizade é amizade. Assim como quando você conhece alguém pessoalmente, se identifica ou não, no mundo virtual acontece o mesmo. 

Se você escreve (leia-se fala) mentiras, fantasia a seu modo o mundo virtual, o problema é seu e certamente este comportamento não se dá só com as amizades virtuais. 

A mentira sempre esconde uma verdade que não pode ser dita. 


                  Mosaico feito com as fotos tiradas do perfil de algumas pessoas que sigo no twitter.

As palavras que de alguma forma, saem através das teclas, por certo não substituem o abraço, mas podem resolver alguns problemas.

Quando criança, durante muitos anos, troquei cartas com minha prima Rosalie, até conhecê-la pessoalmente. Eu morava em Tijucas (SC) e ela em Recife (PE). Se fosse nos tempos atuais, diríamos que desvirtualizamos nossa amizade, que ainda existe, mas é mais virtual do que nunca, com ela morando atualmente nos EUA e eu no Brasil. 


     Mosaico feito com as fotos tiradas do perfil de algumas pessoas que sigo no twitter

Ainda em outros tempos, quando trabalhávamos usando o telex, os cumprimentos de "Oi fulano, tudo bem?", era o que marcava o início da transmissão das mensagens. O uso era praticamente comercial, mas já promovia uma interação entre os que operavam o telex. Se conheciam pelas trocas de mensagens.

E as telefonistas?
Entre telefonistas, de tanto se falarem diariamente, reconheciam a voz uma da outra, a ponto de não precisarem dizer seus nomes para identificarem-se. Antes de "passar a ligação", sempre rolava um papinho, uma reclamação sobre o patrão, comentário sobre o dia chuvoso ou quente demais, uma dor de cabeça e coisa e tal. 

A interação, por esses meios de comunicação, não era tão assídua quanto é hoje a das redes sociais. Mas deve ter promovido alguns vínculos de amizade, encontros e por que não, namoros. 


           Mosaico feito com as fotos tiradas do perfil de algumas pessoas que sigo no twitter.

O certo é que já era o prenúncio de uma espécie de mundo virtual e neste rápido contato, tínhamos a sensação de conhecer aquela pessoa e já arriscávamos dizer que fulana é chata e está sempre de mau humor, ou o contrário, ela parece legal, é simpática e assim por diante.

Nesta semana, depois de quase três anos de amizade virtual no Twitter, com a Graziela Flor, uma brasileira que morava em Londres (hoje em Curitiba), eu a conheci pessoalmente. Ficamos horas conversando, sobre vários assuntos.  

Como a interação no Twitter, já ocorria há tempo, a possibilidade de não nós darmos bem conversando pessoalmente era pequena. O que não quer dizer impossível. 

Nas redes sociais, também interagimos com pessoas que sentimos no ar, que algo não bateu e tudo acaba por ali mesmo. Da mesma maneira como você conhece alguém numa noite de bar, na casa de um amigo e sente que não deu liga. Estou falando de amizades não de relacionamentos afetivos.


        Mosaico feito com as fotos tiradas do perfil de algumas pessoas que sigo no twitter.



Nada substitui a interação pessoal, é verdade. Mas o círculo de amizade que você forma em torno de si na vida pessoal, também é muito pequeno. Daí o ditado de que amigos de verdade contam-se nos dedos. 


Essas pessoas todas com quem você conversa, encontra nos corredores do trabalho, no shopping, ou em festas, são pessoas que você conhece, e nem todos são seus amigos. 

Na essência você não sabe quem são. Os considera amigos ou menos perigosos do que os virtuais, apenas por conhecê-los físicamente.

A simpatia e a antipatia existe no dois mundos. Pessoas mal educadas, grosseiras, que não respeitam teu espaço ou tua privacidade, também.

Assim como egos exacerbados tanto ou mais do que no convívio pessoal, mas neste caso, bem mais fácil de desvencilhar-se, basta um click.

Quantas pessoas conheci e com as quais não tenho outro contato senão o virtual, que se não fossem as redes sociais jamais teria conhecido. Pessoas que enriquecem meu conhecimento, muitas delas provavelmente nunca desvirtualizarei, mas que terão para sempre um lugar na minha timeline. 

Que sentimento é este?



19 comentários:

Silvana Haddad disse...

Raquel:
Creio que o nome do sentimento é o que menos importa.
Tenho a mesma sensação e percepção que você, sobre o mundo virtual.
Com raríssimas exceções, a grande maioria dos amigos que fiz, posso dizer que "os santos bateram", rsrsrsrs.
O que de início era apenas um passatempo, hoje pra mim, não é só diversão.
Faço questão de visitar os blogs amigos, curtir as publicações do face e interagir virtualmente.
Além disso, gostaria muito de conhecer pessoalmente alguns desses amigos (VOCÊ é um deles), pois me passam uma sensação boa e muitas vezes, me confortam...
Bjs.:
Sil

silvia helenice disse...

Esse mundo virtual é exatamente tudo isso que vc bem relatou. Também tenho muitos amigos e conhecidos, que sao "fisicamente" desconhecidos e com os quais interajo gostosamente. Através dessas redes, hoje estou (bem) casada com um "conhecido virtual" e conheci muitos parentes, que sem o auxílio dessa "virtualidade", seria impossível encontrá-los...Sou "macaca de auditório" da internet, vez que acredito que ela fortalece relacoes e facilita o desfazimento de relacoes ingratas...

Denise Kirsch Oliveda disse...

Nossa Raquel, que coincidência, hoje a tarde vou desvirtualizar uma amizade iniciada a alguns meses. Tem tudo para ser um encontro agradável... E é isso mesmo, você está certíssima em suas colocações.
Um beijo,
Denise - dojeitode.blogspot.com

sheyla xavier disse...

Raquel,
Nem precisa dar nome é só sentir mesmo.. Lindo texto e gostaria muito de um dia poder conhecê-la e desvirtualizar nossa amizade rsrsrs

Beijos,
Sheyla.

Beatriz Paulistana disse...

Boa noite Raquel!!!
Amizades são sempre bençãos de Deus...seja virtual ou real. Agora desvirtualizar é melhor ainda.
Muito obrigada por seu carinho em meu blog, seja sempre muito bem vinda!!!
Tenha uma noite mega abençoada!!!
Bjokas...da Bia!!!

lua alessi disse...

ah, não tenho dúvidas que existe, mas uma coisa que eu percebo muito entre as redes de 'amigos' é que no virtual, não tão diferente do real, mas com mais facilidade, amigo é algo condicionado ao quanto vc concorda com ele...ao quanto vc visita ele...ao quanto vc se dá com as opiniões dos amigos dele....meio por aí... #pitacomeuclaro

Raquel Ramos disse...

Nossa desvirtualização já está em contagem regressiva. Logo logo nos encontraremos. Grande abraço.

Raquel Ramos disse...

Lembrei de vc enquanto escrevia este post. Nossa amizade começou no virtual e foi "amor à primeira vista". Abraços querida.

Raquel Ramos disse...

Oi Denise. Um grande abraço e que vc tenha uma tarde deliciosa.

Raquel Ramos disse...

Nada é impossível Sheyla, se eu "desvirtualizei" minha prima que é daí de Recife, porque nós não poderemos desvirtualizar. Abraços virtuais para você rs.

Raquel Ramos disse...

Um grande abraço para você Beatriz.

Raquel Ramos disse...

Qdo vc estiver em Curitiba, visitando seu irmão, me avise, estou quase todos os fins de semana lá. Um grande abraço.

Cici Senhoretti disse...

Opaaa... reconheci 8 pessoinhas em seu mosaico! rs
Uma das melhores coisas da internet é nos aproximar destas pessoas que estão longe fisicamente, mas tão próximas do nosso coração. E poder desvirtualizar é muito bom, pois nada como o olho no olho, o abraço apertado, né!
Bjns
:)

Marli Soares Borges disse...

Olá Raquel!
O sentimento? Amizade. Virtual, ou real, que importa? Para mim essa diferença não existe, pois amizade um sentimento interno que sentimos por determinadas pessoas. É um sentimento "espiritual". Tem inúmeras pessoas aqui na rede que eu tenho por elas esse sentimento. Se a recíproca for verdadeira, que ótimo, se não for paciência, seus avatares continuarão a enfeitar meu perfil, seremos "amigos" simplesmente. Adorei o post, muito bacana! Bjs --- Blog da Marli

Denise Kirsch Oliveda disse...

Oi Raquel, não poderia deixar de passar para compartilhar com você minha experiência. Foi realmente muito bom, superadas minhas expectativas e constatado tudo aquilo que eu já imaginava: Uma pessoa maravilhosa, com uma alma generosa e um ser humano brilhante, com muito a ensinar! Foi uma tarde perfeita!
Beijo querida e um lindo final de semana

Luma Rosa disse...

Oi, Raquel!
O virtual dominou a nossa vida e só coloca diferença quem não sabe se comportar no ambiente.
Os exemplos que deu, de como as pessoas se relacionavam no passado, vieram a calhar, porque antes de existir e-mail, as cartas demoravam muito, o que comprometia o desenrolar do conhecimento do outro. Os meios de comunicação, transportes e informação também mudaram...
Desvirtualização é consequência, mas isso só acontece quando existe afinidade. Quando não há, nos afastamos, assim como no mundo real, existe a possibilidade do "anjo não bater". E quantas vezes somos iludidos por alguém que se mostra de um jeito e basta uma pressãozinha para ela se mostrar... Acontece!
A pergunta é: Qual o órgão humano mais importante em um relacionamento?
:)
Beijus,

Raquel Ramos disse...

Oi Cici. Mesmo quando não dá para desvirtualizar, a amizade pode ser boa.

Raquel Ramos disse...

Oi Marli, é exatamente isso que penso, a gente conhece muita gente e continua amigo se a relação for boa, independente da desvirtualização. Abraços.

Raquel Ramos disse...

Oi Luma, Um grande exemplo é a nossa amizade, se um dia ela desvirtualizar ou não, "são outros quinhentos", mas nós temos uma grande amizade. Quem não tem, não entende. Essa do "anjo bater"existe tanto no virtual quanto no real. Um grande abraço.