domingo, 8 de março de 2020

HATSHEPSUT, uma mulher muito a frente de seu tempo.


Ela foi verdadeiramente uma mulher a frente de seu tempo. A frente do seu tempo cerca de 3000 anos antes do meu, do seu, do nosso tempo. Ela é HATSHEPSUT, que significa "a mais nobre das mulheres". Uma rainha que adquiriu um poder extraordinário com sua inteligência e astúcia. Primeira mulher a se tornar faraó na história do Egito, governou o país por 22 anos. Um cargo até então somente ocupado pelos homens.

A história das lideranças femininas no Egito é conhecida no mundo inteiro. Mulheres que souberam usar os encantos físicos para domínio sobre seus homens e em consequência obter o trono como rainhas. Talvez a mais conhecida, de beleza exuberante, tenha sido Cleópatra. Mas, além dela há, também, Nefertiti e Nefertari que trazem no próprio nome significados que remetem a beleza.

A cada uma delas são atribuídos feitos memoráveis, com significados reconhecidos e comprovados nas inscrições das paredes de seus templos. Sobre todas contam-se fatos em que são usados, antes de cada afirmação, termos como: “de acordo com os registros históricos...”, "não se sabe qual a sua origem", “os estudiosos acreditam...”. Afirmações, estas que se tornaram história da humanidade da qual ninguém ousa discordar.

Nefertari foi rainha do Egito, esposa do faraó Ramessés II. Seu nome quer dizer “a mais bela, a mais perfeita”. Ela morreu no ano de 1254 a.C e sua tumba, descoberta em 1904, é considerada uma das mais luxuosas do Antigo Egito.

Embora saqueada, preserva a beleza e a riqueza dos desenhos das paredes. Para garantir a conservação, a entrada de visitantes no seu interior é limitada e ao preço de USD 90 o ingresso, por pessoa. Porém, é possível conhecer os 520m2 do templo funerário de Nefertari através de um tour virtual disponível na internet.

Da mesma forma, Nefertiti, casada com o rei Amenófes IV, de beleza admirada por todos os egípcios tem no nome o significado de “a mais bela chegou”. A rainha teve grande influência na disseminação do culto monoteísta, um só Deus. Ela era uma das únicas pessoas que podia reverenciar e interceder diretamente com o rei-sol Athon. Nefertiti absorveu todas as divindades femininas cultuadas na época pelos egípcios e passou a ser venerada como uma semideusa.

Todas elas foram rainhas, mas nenhuma até então, havia se tornado faraó. Este feito as mulheres devem à Hatshepsut. Demonstrou habilidade, força e foi ardilosa o suficiente para alcançar seus objetivos. E para isso, ela soube ser homem e mulher. Nas inscrições em seus monumentos, as designações de masculino e feminino da sua personalidade são alternadas. Ela tanto é o filho como a filha de Amon, o deus do reino.

A fim de fortalecer sua imagem como governante, ela vestia a roupa tradicional dos faraós e chegou mesmo a usar uma barba falsa, um costume exclusivo dos faraós. Por todos os monumentos de Luxor, ela está representada nas paredes e esculturas como se fosse um homem.


Ascensão de Hatshepsut ao poder

Os pais de Hatshepsut eram o rei Tutmés I e a rainha Amés. Desta união tiveram apenas esta filha mulher. Mas, ela teve meio-irmãos do casamento de seu pai com outras mulheres. Casar e ter esposas secundárias ou concubinas era uma prática habitual.

Tutmés I foi um monarca incomparável para a época. Considerado um grande guerreiro, governou o Egito de forma nunca antes visto. Esteve no poder por apenas 13 anos, vindo a falecer quando tinha por volta de 40 anos. Pela hierarquia, com a morte de Tutmés I, o herdeiro do trono, seria Tutmés II, o filho homem mais velho, que o faraó teve com uma das  esposas secundárias. 

Com o propósito de garantir a posição de rainha, Hatshepsut arquitetou seu casamento com esse seu meio-irmão, o agora faraó Tutmés II. A união entre irmãos era outra prática habitual naquela época. Desta relação, também não houve filhos homens, apenas uma filha mulher de nome Neferure. 

Anos mais tarde, com a morte de Tutmés II, o trono seria de Tutmés III, filho de uma esposa secundária, portanto, enteado de Hatshepsut. Como o herdeiro era criança sem idade para assumir o poder, Hatshepsut, no papel de regente de Tutmés III,  não perdeu a chance e se tornou rainha para governar as terras altas e baixas do Egito.  

Para alcançar seu intento tratou de deixar o pequeno herdeiro de lado e excluído das cerimônias e atos oficiais do reino. Com isso, Hatshepsut começou a preparação para chegar ao trono. Passou a usar roupas masculinas e a fazer amizade com todos os sacerdotes do país, desde a Núbia ao Sinai.

Hatshepsut queria sempre mais e não poupava ações em busca dos seus interesses pelo poder. Ela contou ao povo egípcio que um dia o chefe do templo Amon Rá perguntou: Quem foi a mais linda das mulheres? E a resposta foi: A rainha Nefertari, a mãe de Hatshepsut. Por ordem do deus Amon os sacerdotes foram a procura da mãe de Hatshepsut e a trouxeram para a capela onde morava o deus Amon. Ali juntos, habitando o mesmo teto, Amon Ra e a mãe de Hatshepsut se casaram e ela veio ao mundo como filha dos dois. Com este relato imaginário Hatshepsut confirmou que ela tinha o sangue real e também o sangue divino do deus Amon. Assim Hatshepsut foi proclamada como a rainha faraó do Egito. O termo faraona ou faraoa não existia no passado e era um cargo proibido para ser ocupado por mulheres.

O reinado de Hatshepsut foi pacífico e isso contribuiu para realização de seus planos de comércio. Restaurou todos os templos inacabados dos reinados anteriores, foi também a responsável pela construção dos obeliscos das pedreiras de Aswan. A expedição pelo Mar Vermelho tinha entre os objetivos buscar árvores aromáticas, olíbanos e mirra. O comércio era feito com base de troca com mercadorias egípcia. 

No interior do belo templo mortuário de Hatshepsut é possível ver toda essa viagem ilustrada nas paredes, em detalhes, do início ao fim quando aportou na capital Tebas, atual Luxor. A faraó ofereceu os produtos a Amon, e as árvores aromáticas foram plantas na entrada de seu templo em Deir el-Bahri.

Deir el-Bahri é o complexo de sepulturas e templos mortuários, conhecido como djeser-djeseru, que significa  “o mais sagrado dos locais sagrados” ou "a maravilha das maravilhas".  Ele está situado na margem ocidental do rio Nilo, no lado oposto à cidade de Luxor. Do outro lado, fica o célebre Vale dos Reis. 

O  Templo de Hatshepsut foi esculpido na encosta da montanha. Um edifício em terraços horizontais e avarandado que foi  desenhado pelo arquiteto Senenmuth. Ele era responsável por acompanhar a construção do templo, importante auxiliar nas conquistas militares deste reinado e pela educação de Neferure, com quem mantinha, talvez, uma relação amorosa. 

Hatshepsut faleceu com aproximadamente 50 anos e foi sucedida por Tutmés III, o enteado, afastado quando menino. Embora não seja o mais famoso faraó da história, ele é considerado um dos mais importantes, chamado “Napoleão. o faraônico” pelas suas conquistas. 

Após sua morte, o faraó sucessor casou com a filha de Hatshepsut, entretanto, ao assumir o trono, este ordenou que esculturas e registros de sua madrasta fossem apagados. A destruição dos feitos dos reinados, após a morte destes, era outra prática comum entre os novos faraós quando assumiam o poder. 

A redescoberta dos restos mortais, da tumba da rainha-faraó aconteceu apenas no século 20, quando sua múmia, em pedaços,  foi localizada. No local, os arqueólogos encontraram santuários dedicados a Hathor e Anúbis, além de uma esfinge de Hatshepsut, demonstrando seu triunfo sobre os inimigos.

Houve a tentativa de retirar dela o crédito pelos feitos, mas eles foram tão grandiosos que isso não foi possível. Ela adquiriu poder extraordinário como rainha. Aparece, inclusive, listadas como um dos maiores líderes da história. Livro “100 Grandes Líderes” escrito por Brian Mooney – jornalista e escritor.

8 de março - Dia Internacional da mulher. Minha homenagem às mulheres representada por Hatshepsut. 

-rat chip sut- fonética para Hatshepsut - tudo junto e muito rápido. 

O SuperLinda com Hatshepsut
Vista panorâmica da vista frontal do Templo de Hatshepsut
Templo de Ramessés II e sua esposa preferida Nefertari
Templo de Nefertiti
Interior do Templo de Nefertari

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Fonte: Ahmed Gamal El Din - guia turístico
Fonte: Livro 100 Grandes Líderes de Brian Mooney.



2 comentários:

CIA DAS ARTES disse...

Que bacana. Egito está na minha lista, ou no momento, sonho.

Raquel Ramos disse...

Uma viagem que me surpreendeu.