Quanto ao primo, a conversa foi mais longa. “Ele também já foi dono de marmoraria”, me conta sobre as épocas passadas, “mas agora está aposentado”. O que o primo precisava, naquele momento, era que Ivo lhe ajudasse a fazer uma mudança de casa. Sem maiores problemas, parecendo que Ivo tudo pode, ficou acertado que faria à tarde, antes do funeral, já marcado para às 17 horas.
Foram quatro horas de conversa em um território onde as emoções sobrevivem à morte. Onde um homem que vive nesse mundo de padecimentos se mantém sensível a elas, comove-se, em especial, quando as perdas ocorrem de maneira violenta ou quando envolvem crianças.
Passando pela sepultura de uma dessas crianças, notada pelo tamanho que o túmulo tinha, Ivo chama a atenção para os pedaços e cacos de cimento que cobriam o local, cheio de frestas, tornando visível o que havia em seu conteúdo. Conta que aquilo aconteceu durante uma perseguição policial:
- O suspeito bateu o carro, saiu correndo, a Polícia não pegou e ficou tudo aqui largado - narra, indignado porque até agora ninguém mandou refazer o túmulo. - Antes de jogar o entulho por cima a gente podia ver a ossada da criança lá embaixo - descreve com dor, o susto que a família poderia sentir, se chegasse ali e se deparasse com aquela situação.
Depois dos primeiros “sobe e desce” pelos morros no interior do “campo-santo”, a primeira parada foi no túmulo de Luiz Henrique da Silveira. A justificativa para esta primeira parada foi dada pela importância política que essa pessoa representa para a cidade. E numa sequência, sem fazer referência ao grau de importância das pessoas, o percurso se transformou numa aula de história sobre personagens da memória de Joinville. Desde os familiares do Grupo Hansen (da Tigre), dos Harger (Transtusa), dos prefeitos Wittich Freitag, Nilson Wilson Bender e Luiz Gomes, os Schulz, os Schmalz, até o açougueiro que enrolava a carne em folha de bananeira, quando ainda não havia saco plástico, Theodoro Pensky (1919 - 1984). Todos têm, pra Ivo, a mesma relevância.
Enquanto Ivo fala, sinto que a emoção não está no personagem, mas na história que conta. Ele continua com o caso da mãe que, desde 1995, ainda inconformada, vai todos os dias ao cemitério acender uma vela para os dois filhos mortos num acidente de carro. Outra foi a de um rapaz que, voltando de um velório numa cidade vizinha, se perdeu numa curva e morreu junto com a mulher e o filho ainda bebê:
- Este foi um enterro ruim, quando digo ruim, é porque foi triste - diz Ivo, que relaciona cada caso, cada túmulo, aos respectivos familiares.
O marmoreiro sempre sabe quem é o pai, ou o filho, ou o irmão, ou um amigo do falecido; sabe como foi a morte, se a família cuida do túmulo ou não. Mostra a sepultura de Cau Hansen e aponta para o desenho de coração, feito por ele, por encomenda da esposa do falecido; ao lado, um amigo de Cau Hansen, que estava junto no acidente de avião em que morreram.
Foi Ivo quem fez todos esses túmulos e à medida em que vai passando entre eles, vai carpindo com as próprias mãos os tufos de mato que crescem, junta as sujeiras que se acumulam, levanta os vasos caídos com ou sem flores. Enquanto caminha, vai limpando, quase que como com um TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), uma mania. Faz isso em todos os cantos por onde passa e não só nos túmulos que construiu. Expressa certa indignação com quem não cuida da limpeza dos túmulos dos próprios parentes.
Apontando para o nome de Benjamim Ferreira Gomes, faz graça dizendo pra mim: “Aqui tem um amigo teu”. E não é que era conhecido mesmo? O “Befego” foi advogado, de renome na cidade, mas também conhecido por sua irreverência. Quando entrava no Fórum, na época em que funcionava na Rua Princesa Isabel, no centro, subia a escadaria frontal falando tão alto, quanto alcançava o tom grave da sua voz, ouvida de longe pelos corredores.
Mesmo em um dia fora de sua rotina vai dando ordens para os empregados que encontra; levanta a voz pela distância, e não como imposição. Assim se dirige para Gil e pergunta se está tudo certo para o trabalho da tarde e, para o outro, um pouco mais distante, grita:
- Ô, Tonho, se tiver tijolo, já leva porque vamos precisar, de preferência tijolo maciço.
Sobre a distribuição dos serviços no cemitério, ele explica que é feita uma divisão entre as três empresas de mármore que funcionam lá dentro: "É um por vez, ou por escolha da família".
Quanto aos roubos de metais, das letras dos nomes, dos crucifixos, se diz incomodado como qualquer pessoa:
- Roubam o metal e deixam a parte de baixo. Curiosamente dizem que a parte de baixo é do cemitério, como que por redenção, e isso acontece de dia ou de noite, tem guarda mas não dá para controlar.
Já era metade da manhã. O Sol ardia quente e ele continuava caminhando, sem demonstrar cansaço, sem ficar ofegante, mesmo com aquele "sobe morro, desce morro". Mostrava as ruas internas que foram ocupadas para acomodar mais mortos. O corpo magro continuava ereto, passadas fortes e rígidas como quando iniciamos. Mostra agora, de cima de outro túmulo, o local já preparado onde vai fazer o enterro daquele dia.
Pareceu-me o momento certo para perguntar sobre a primeira dúvida que tive: O que seria um enterro complicado? Ele responde: "O daquele dia? É porque era num lugar de difícil acesso". Diz não ter a curiosidade de saber a idade, o sexo. Já não precisa mais saber sobre a morte. Vai ao cemitério todos os dias, na hora que precisar. Seu trabalho segue os passos do avô e do pai, já os seus filhos seguem profissões diferentes.
- A família quer que eu pare de trabalhar, mas daí vou fazer o quê? Se parar vou ficar velho - responde o homem de 78 anos.
Ao longo de seus quase 60 anos de trabalho no cemitério ouviu muitas histórias durante os enterros. Principalmente entre os familiares discutindo quem cuidou e quem não cuidou do morto enquanto era vivo. Mesmo quando não conhece as pessoas, se entristece com as histórias. Conta sobre uma pessoa com mais de 200 quilos que, para chegar no túmulo, tiveram que colocar sobre tábuas, como se fosse uma rampa, para ir empurrando. Em casos assim a cova tem que ser maior. Ivo testemunhou ainda uma situação em que a família não avisou sobre a compra de um caixão especial e na hora do enterro não coube no espaço que havia sido aberto. Tiveram que deixar o caixão de lado e quebrar o cimento para alargar. Embora não faça dos sepultamentos um drama, ele comenta que a situação é chata, constrangedora.
O telefone celular dele toca pela segunda vez. É alguém querendo contratar o serviço de remoção de cinzas. No trabalho está incluído deslacrar, fazer a limpeza, colocar dentro de um saco especial que existe para isso. Na negociação, acertam tudo pela preço da tabela. Neste caso, a família quer levar os ossos para outra cidade. Mas Ivo explica que os motivos de remoção de ossos ou cinzas variam muito.
Presto atenção ao celular usado na comunicação. É um modelo daqueles bem antigos que servem apenas para fazer e receber ligação. Sem acesso à internet, sem opção para mandar mensagem e sem câmera fotográfica. Nada mais incompatível com a realidade de alguém que fala cheio de entusiasmo do modelo de tecnologia usado no cemitério da cidade de Florianópolis:
- Lá, quando é preciso localizar o túmulo de alguém, você vai lá no computador, escreve o nome e o ano que a pessoa faleceu, e imediatamente aparece na tela uma imagem de satélite, mostrando onde está localizado o túmulo da pessoa que você está procurando.
A história dele continua:
- Sabe como funciona aqui? Informam o número da quadra e mandam ir ao cemitério falar com o Ivo, para saber onde o corpo está enterrado.
Rindo, Ivo brinca:
- Virei garoto propaganda.
Na continuação da conversa ele busca a ordem de sepultamento que executará mais tarde e mostra como faz, por sua conta própria, as anotações.
- Aqui em cima - colocando seu dedo indicador sobre o canto direito superior da ordem - eu escrevo "hospício, perto do Koch", porque assim eu sei que é no morro onde era o prédio do hospício e Koch é um amigo meu enterrado ali.
Essa é a “tecnologia própria” aplicada por Ivo Koehntopp.
Depois, passa a mostrar a setorização, não oficial, que existe dentro do cemitério como identificação, conhecida somente pelos que trabalham lá. Uma forma de mapear aquela imensidão de terras e sepulturas. Estica os seus enormes braços e vai indicando:
- Ali é a Sucam (o maior órgão de penetração rural do Brasil dedicado a erradicação da varíola), porque havia a casa da Sucam; lá é o Hospício, onde um manicômio foi construído e depois transformado em cadeia. Tem o Morro da Água, porque tinha uma "grota" de água, passava um riozinho, e plantavam arroz, isso lá por volta 1955. Tenho a impressão que um dia isso tudo vai despencar, de tanta água que corre lá embaixo. - E, apontando para o morro oposto ao da Água, diz - Esse aqui chamamos de forno. Forno?
- Por que forno? - eu pergunto, ao que ele responde:
- Porque é enterrado assim, de cumprido - mostrando com as mãos, na posição de se colocar no forno.
Sua expressão demonstrou o terror que leu, em meu rosto, daquela relação de comparação feita por ele e, rindo diz: “Tem que ter um ponto de referência”.
- Não é só história de morte que há por aqui - referindo-se a um homem sentado no “Morro Água", rebocando um túmulo. - Certa vez - começa ele mais uma narrativa - aquele homem de boné verde, lá em cima, tomou "todas", pegou um carro, saiu dirigindo, bateu, sofreu um grave acidente e perdeu metade da perna. Sabe o que ele fez? - perguntou, aumentando o suspense - Com um maçarico ele moldou um tubo de PVC e fez uma perna de plástico. Desse jeito, ele andava. Depois, com a ajuda de uma bengala, foi até o Mato Grosso levar a mudança da sogra. Foi e voltou dirigindo um caminhão e ninguém da Polícia Rodoviária pegou ele, acredita nisso?
Com certa decepção de si mesmo, expõe o desejo que teve de tirar uma foto e mandar para a Tigre e para a Krona, mas não fez e agora não dá mais, porque a pessoa conseguiu uma perna mecânica. Lamenta não ter feito a foto, mas, contente afirma:
- E agora ele continua se virando… trabalhando com a esposa e o cunhado.
Em vários trechos feitos de caminhão, ele vai falando da política interna do cemitério, do crescimento do espaço físico necessário, afirmando que é um "problema sério e que ninguém leva a sério"; fala dos transtornos com os vizinhos que se incomodam com a proximidade e recuo dos terrenos, relata o caso do prefeito que por duas vezes plantou capim por grama num espaço que havia destinado para ser um jardim, e que, com o problema da grama, desistiu, cedendo então aquela área para o cemitério; Ivo fala do alinhamento dos túmulos, das árvores plantadas para "esconder" a vista de quem passa na rua ou chega na rodoviária, e que hoje são um problema quando caem e quebram os túmulos.
Sobre o futuro vê a cremação como uma solução. Quanto a nós, o futuro "é partir para outra". Mas observa que os túmulos existentes sempre vão precisar de conservação, por isso mesmo ele mantém dois empregados.
Ivo é um cidadão preocupado também com os assuntos "além-túmulos", e que ficam para o lado de fora dos muros. Sobre os vizinhos, fala dos problemas sociais com a chegada dos imigrantes, ali na rodoviária. Tão próximos e sem ter para onde ir, ficam pelas redondezas, dormem nas ruas e sobre os túmulos do cemitério, sem assistência.
Ivo e eu, agora na parte externa do cemitério, com o Ford estacionado na rua Ottokar Doerfell, ele começa a falar, busca um papel para desenhar como sendo a melhor forma de representar o que seu pensamento vai lhe dizendo. Sobre o assento, pega uma prancheta, de antiguidade compatível com a cor enferrujada da piranha fixada na parte de cima. Transfere para o papel o
traçado do projeto que "o Benda" (Nilson Wilson Bender) tinha em transformar aquela via em uma rua de mão dupla, desde a BR-101 até o mercado.
Partindo em defesa do ex-prefeito disse que, enquanto pode e teve dinheiro, "Benda" indenizou “isso, isso e isso", mostrando, no desenho, e citando o nome dos proprietários de cada um dos terrenos. Essa seria uma obra que, segundo Ivo, resolveria o problema do trânsito local, principalmente nos dias de enterro.
Feita a pausa das tantas histórias de mortes para falar de futuro, voltamos a elas, sempre sem abandonar o humor. Chegamos ao topo e ele continua do jeito como começou. Disposto, sem demonstrar cansaço - o mesmo já não posso dizer de mim. Foi ali no ponto mais alto, com o céu brilhante na mais real tonalidade azul-céu, que veio, como um insight ou necessidade mesmo, a constatação de que aquele cemitério não dispõe de assentos para visitantes. Nem assentos, nem bebedouros com água potável, nem sanitários. Na parte mais antiga ele anda e para, anda e para, sempre com as mãos para trás, descrevendo fatos. Fala de quantos ali ainda estão lhe devendo, mas é ao ler o nome Alberto Van Biene, que mais uma vez ele abre um grande sorriso para contar o que lhe vem à mente: os filmes da Brigitte Bardot. E discorre, agora sim, uma história pessoal, dos tempos de adolescente, com o homem que está ali sob aquele mármore:
- Quando eu ia ao Cine Palácio (do qual a família Van Biene era proprietária) para assistir aos filmes da Bardot, o Alberto, parado na entrada, dizia: “você não pode… é de menor idade". - E sob risos relembra: - A Brigitte lá dentro me esperando e ele não deixava eu entrar.
Enquanto reaviva lembranças, repete mais uma vez o ato impensado de limpar as folhas e sujeiras sobre os túmulos, mesmo aquele de quem poderia ser considerado seu desafeto.
Estar com Ivo é adquirir conhecimento, é saber da vida, ou que seja, da ausência dela. Um arquivo de memória que não pode ser medido em gigabytes, mas contendo um incalculável número de histórias.
No mais alto ponto, de onde era possível enxergar São Francisco do Sul quando Joinville não tinha tantos prédios altos, ele vai citando os nomes das famílias, ligando às referências comerciais e econômicas, já esquecidas por muitos:
- Aqui a família Schneider, da Casas do Aço; essa a família Schneider, mas aquela lá dos Parafusos (hoje Ciser).
Com o dedo indicador, mostra uma lápide toda trabalhada que mais parecia uma renda jogada sobre o mármore. Segue na descrição dos detalhes:
- Na rua Tijucas morava um deles (Schneider), o historiador Adolfo Bernard Schneider. - E ressalta a gravação feita com jato de areia, toda em baixo relevo: - Cada ramo, cada folha, cada passarinho tem uma história que eu não conheço o significado, mas que realizei a pedido dele.
- Esse aqui é da família Richlin (Casa Richlin). Aqui tinha um anjo, enorme, que foi muito judiado, quebraram as asas, as mãos, aí a mulher se aborreceu e mandou jogar fora. Eu levei lá pra minha casa, em Itajuba. É a coisa mais linda… da minha altura, está lá, com os braços abertos, cuidando do meu jardim.
Nisso, por cima do muro, ele vê seu empregado, pede um minuto de licença, e como quem tem um sexto sentido grita: “Tonhôôô, tá me procurando?” E de fato estava. Lá de baixo o funcionário responde, algo que não entendi, mas compreendi, acompanhando a ida de Ivo até o carro. Ele pega uma ferramenta e sai falando:
- Ó, isso atrasa o serviço - e mostra a manivela de uma máquina que o Tonho precisava. Mesmo entre histórias ele trabalha.
Chegando a parte dos nomes ditos personagens históricos, da cidade, ele me mostra onde está enterrado Otto Lepper, João Colin e Otto Pfützenreuter, a quem dedica um tempo maior para falar daquele túmulo, feito pelo escultor Fritz Alt. Ele analisa, admirando:
- Isto é uma obra de arte, todo em estilo romano - e passando a mão sobre a pedra com acabamento arredondado, observa: - Ninguém mais faz uma coisa assim à mão, hoje é tudo com maquita.
Pelo caminho vamos por entre o túmulo do pastor Fritz Buehler, que merece o comentário por ser o nome da rua onde o seu avô começou com a marmoria, passando pelo Procópio Gomes de Oliveira, Julio Wetzel (o dono da chaminé, também tombada patrimônio histórico), e o dono da Metalúrgica Wetzel - que eram parentes, um fazia sabão e o outro vela.
Na passagem pela sepultura de Frederico Köhntopp, que pensei, propositalmente fosse a última, me emociono. Ele me pergunta: “Conhece?” Respondo: “Claro que sim”. Está aí o responsável por tudo o que rendeu este texto. Foi porque Frederico construiu a casa da rua Duque de Caxias que eu
cheguei a Ivo. Mais do que depressa, aqui também, ele se adianta para levantar um vaso derrubado pelo vento, as folhas secas da planta que estavam sobre ele, e brinca:
- Não tira foto com a sujeira, senão vão dizer que o Ivo está lá o dia todo e não limpa o túmulo do avô.
Mas Frederico não era o último. A última sepultura estava por vir. Não para a minha emoção, mas para a dele, Ivo Koehntopp. Andando na minha frente, ouço a voz dele:
- Você me perguntou o que sinto das mortes, se choro... aqui tem uma - e discorreu sobre o seu amigo Fernando Rosa, um jovem da praia, da Ilha das Cabras. Explica que a placa de granito foi feita para ele, também em baixo relevo, com jato de areia. Nela, desenhou um rapaz andando de bicicleta, com boné e uma mochila nas costas:
- Ele sempre carregava os documentos pessoais e até a escritura da casa na mochila, com medo que roubassem.
Na placa, escreveu a frase "Ai, que azia" e a palavra "losna" referência ao chá que o rapaz tomava quando "bebia umas e outras". Faz um ano que o
amigo morreu, e ele mais uma vez o homenageou, trouxe conchas da ilha, e com elas escreveu "1 ano"; repetiu, também com conchas, a palavra "parabéns", no dia do aniversário.
- Pedi autorização da família para fazer isso - e, triste, conclui: - mas nunca vieram aqui para ver.
Neste pedaço de terra onde o cinza das lápides e o verde dos gramados são as cores que predominam, Ivo não faz da morte, nem dos sepultamos, uma tragédia. É simplesmente um homem, dono de uma marmoraria, constrói túmulos e tem sentimentos.
Fora dali, a vida é com a esposa Xênia Dokonal Koehntopp, com quem é casado há 55 anos, com os filhos Paulo Ivo e Fernando e netos. Já viajou, três vezes para a Europa. Entre os países que visitou, está a Alemanha, país do qual ele domina o idioma. Do Brasil, conhece, o norte até Fernando de Noronha e a região do Pantanal, além dos estados do sul, mas é da simplicidade da sua vida que ele não abre mão. Todas as sextas-feiras vai para a sua casa na praia a 50 km de Joinville.
E sobre a sua morte?, pergunto.
- Quero ser enterrado no túmulo junto com os meus pais, para que "aquilo" tenha continuidade.
Está é a última linha, a última página que fica em aberto… para que tenha continuidade.