Por ser verão, pela crença nas boas energias que a água do mar traz e de que leva embora tudo de ruim que possa ter acontecido no ano que se encerra, nove entre dez brasileiros preferem passar o reveillon na praia.
Eu não fujo a regra, ou não fugia...
Depois de muitos anos veraneando em casa, compramos um apartamento e fomos passar mais um reveillon na praia, e foi o último.
A experiência de sentir os foguetes (aqueles que só fazem barulho) estourando na altura exata dos nossos ouvidos no décimo andar, é de enlouquecer. Só não é pior do que a turma da cerveja que anuncia a partir das 10 horas da manhã, a abertura da primeira gelada, também estourando os sonoros foguetes na vizinhança.
No ano seguinte (2004/2005), em mais uma tentativa, optamos por fazer a ceia de reveillon mais cedo e acompanhar os filhos e amigos ao Bali Hai em Porto Belo. Estaríamos, nos divertindo e fugiríamos dos estouros dos fogos.
Os preparativos no rítmo e custo ($) da moçada, foi organizado para o "esquenta", que seria no estacionamento dos carros, levando as bebidas, gelo e o isopor.
Saimos por volta de 20:00 hrs parecendo um comboio para percorrer algo em torno de 15 km e levamos 2 horas tamanho era o engarrafamento que se formava.
No estacionamento, já rolava o esquenta com os primeiros que chegaram. Dali partimos a pé até uma parada de ônibus, onde se formava uma fila de outros tantos jovens, aguardando a chegada de outro ônibus com destino ao Bali Hai.
Chegou a nossa vez. Juntamos rapidamente o isopor do chão e entramos no ônibus. Para minha surpresa, fizemos mais uma parada, para esperar uma outra condução que subisse o desfiladeiro de acesso ao Bali Hai.
Abrimos mais uma vez o isopor e refizemos as doses. Dessa vez o veículo era uma van. Rapidamente repetimos o procedimento de guardar as bebidas e os copos no isopor e embarcamos.
Finalmemte chegamos lááá em cima.
Vamos entrar? Perguntei. E me responderam sim, mas antes temos que comprar os ingressos.
A fila para comprar os ingressos, era dessas que tem em balcão de aeroporto para fazer chek in, feito um labirinto. Enquanto passo a passo a fila andava, o esquenta continuava ali embalando a todos.
O vento que soprava no alto do morro onde está o Bali Hai, era intenso e eu já me sentia toda melada e grudada da maresia que soprava do mar. O cabelo desde há muito tempo, que eu não me preocupava mais, não tinha como mantê-lo arrumado.
Estava vendo chegar a meia noite sem que conseguisse entrar no Bali Hai, para em grande estilo (se é que se pode dizer isso) comemorar o Ano Novo. Me consolava o fato de estar com as pessoas que queria e entendi o porquê de trazer o champagne no isopor. A qualquer hora....Em qualquer lugar....Sê Chique...ele poderia ser estourado.
Fomos avisados, iniciantes nesta vida de Bali Hai, que não poderíamos entrar levando as bebidas e o isopor. Entendi, naquele momento, porque todos os isopores da minha casa somem....o destino era a porta do Bali Hai, largados pela moçada.
O nosso porém, era mais que um isopor, era uma caixa térmica (inconcebível a idéia de deixá-la jogada por lá), não houve outro jeito, se não oferecer uma bela gorjeta para um dos seguranças guardar para pegarmos na saída.
O nosso porém, era mais que um isopor, era uma caixa térmica (inconcebível a idéia de deixá-la jogada por lá), não houve outro jeito, se não oferecer uma bela gorjeta para um dos seguranças guardar para pegarmos na saída.
Enfim, entramos no Bali Hai a tempo...Huhuhuhuh!!! Uma beleza!
O som maravilhoso! Belas mulheres e rapazes, já em grande número, dançavam e circulavam, me surpreenderam, mas com o teto aberto, o vento continuava forte e éramos atingidos por rajadas de poeira no rosto e no olho.
O som maravilhoso! Belas mulheres e rapazes, já em grande número, dançavam e circulavam, me surpreenderam, mas com o teto aberto, o vento continuava forte e éramos atingidos por rajadas de poeira no rosto e no olho.
Aos poucos o local ficou lotado e foi um tal de dá licença pra cá, dá licença para lá, que não tínhamos onde parar.
Mesa para sentar ou de apoio para depositar os copos, garçon para servir? (kkkkk só rindo) ou você vai no balcão e compra dose a dose ou deixe de ser bobo e pague um camarote.
Deu meia noite, fogos, champagne, brindes, abraços e beijos. Só alegria!
Meia hora depois E x a u s t o s depois da verdadeira maratona que foi para chegar lá, feitas as comemorações...deu pra nós.
Ao dar o primeiro passo para sair, na porta de entrada que agora era a saída para nós, vimos um taxi chegando com passageiros, tivemos os mesmo pensamento: vamos pegar o taxi....o que nos livrou de fazer todas as paradas da subida, para chegar ao nosso carro no estacionamento.
Experiência vividada em todas as etapas, que jamais serão esquecidas, e repetidas....um verdadeiro rally.
Até hoje, contamos esta façanha, rindo muito, mas levamos à risca a decisão de que reveillon na praia, para nós, não dá mais.