Com 89 anos Clint Eastwood, no papel principal do filme A Mula, continua a surpreender. Ele está impecável e sedutor. A história é
baseada em fatos reais e conta sobre um homem de 90 anos que se
envolve com o tráfico de droga. Além disso, mostra os dilemas no convívio familiar causados pelos anos de ausência. Earl Stone viveu do cultivo e comércio de flores, sempre muito mais preocupado com o trabalho e em desfrutar os prazeres de sua vida pessoal do que com a esposa e filha.
O personagem se agiganta no interpretação de Clint Eastwood. As expressões faciais, e a falsa ingenuidade aplicada, dizem mais do que as
próprias palavras. O transporte feito pelas mãos de “Earl”
parece perder o efeito criminoso do ato, tal a forma como o “velho”,
como é chamado, interage nas situações de perigo.
Tudo acontece na
velocidade da sua idade. Em meio a calmaria, paisagens lindas,
fotografia mais ainda, música e cantoria dele próprio. O destino
que ele dá ao dinheiro do tráfico, parece ser até “beneficente” já
que faz dele algo parecido com caridade social.
O currículo de "Tatá", nome de "agenda" na organização criminosa, era perfeito para que ninguém desconfiasse dele: 90 anos, um florista de sucesso, ganhador de prêmios, ex combatente
de guerra, sem infração de trânsito.
Quanto a relação com a mulher, certamente afeta um público que tenha vivido um caso de
amor semelhante. Amor este, que existiu a vida inteira, mesmo que a ausência tenha sido a presença mais assídua na relação deles.
O desfecho surpreende
mais pelos diálogos, como em todo o filme, do que pela ação.
A Mula - direção de Clint Eastwood
A Mula - direção de Clint Eastwood
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