domingo, 26 de fevereiro de 2012

O Trânsito de Joinville Sob O Meu Ponto De Vista



Sou leiga sob o ponto de vista de formação acadêmica em construção de elevados, abertura de vias ou engenharia de trânsito. Sou formada e com especialização no trânsito de Joinville, pela convivência no dia a dia com pessoas que se movem na cidade de carro, de ônibus ou de bicicleta. Este é o meu curriculum e me sinto apta para opinar sobre o assunto que foi a tônica dos jornais, TVs, e Blogs desta semana.
O incentivo ao uso do transporte público ou a bicicleta é memorável, por toda contribuição com o meio ambiente e a saúde.  Porém o uso do carro é uma necessidade que todos temos e desejamos, só perdendo para os anseios da casa própria.
Não podemos deixar de pensar o que é, na prática, o uso da bicicleta em dias de calor dos verões joinvillense, ou, em dias de chuvas torrenciais, seja no verão ou no inverno, situação completamente diferente de você pegar sua bike e ir pedalar na Estrada da Ilha, nos finais de semana como passeio ou atividade física, o que já fiz muito, aliás, aproveito para dizer que é tão perigoso quanto andar no centro da cidade.
A opção do ônibus resolveria o problema da chuva ou amenizaria o calor, e é a melhor forma de transporte coletivo dentro da nossa realidade, porém existe uma situação que poucos analisam. Diariamente convivo com mulheres, que saem de seu emprego, pegam um ônibus, descem próximo de uma creche, buscam seus dois ou três filhos, e novamente entram em outro ônibus para, então chegar em sua casa, 1 a 2 horas após ter deixado o local de trabalho. Elas enfrentam ainda afazeres domésticos, como cozinhar, lavar e passar . Um carro para essa mãe é uma questão de qualidade de vida, quase de sobrevivência.
Pedalar 3 a 5 km até o trabalho é viável e saudável, pedalar 10 ou 15 km, já exige uma infra-estrutura para banho e troca de roupa, antes de pegar no batente. A opção de pedalar, é totalmente inviável para aquela mãe já exemplificada.
Devemos incentivar muito o uso de bike, mas já não é mais possível termos o pensamento romântico de querer usa-la como meio de transporte essencial. Quando vemos na Europa o uso contínuo da bicicleta, voltamos com a mente aberta para implantar esse sistema em nossa cidade. Esquecemos que lá, as pessoas se locomovem de bicicleta por entre o trânsito de carros e ônibus sem a necessidade de ciclovias, o próprio motorista se encarrega de protegê-las, simplesmente respeitando-as, seja na cidade ou nas estradas.
Devemos exigir ciclovias para podermos usa-las como laser e vamos incentivar sim, a construção de elevados ou o que quer que seja, para melhoria do nosso sistema viário, porque o uso de carro é uma realidade, é um conforto e é uma necessidade que todos temos.
O preço caríssimo desses projetos se diluem nos benefícios. Vamos nos concentrar e vigiar os orçamentos e licitações destas obras e não embargá-las fazendo investimentos ilusórios, como solução dos problemas de trânsito.
O tão desejado binário do Vila Nova, resolverá o problema do tráfego, tanto quanto resolveu o do Iririu, do Boa Vista, ou Dona Francisca? O trânsito fluirá como no cruzamento da rua Dona Francisca com Hermann Lepper e Beira Rio? Binário para grande tráfego, definitivamente não é a solução. Assim como o da rua Timbó não o será.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Joinville, Onde Tudo É … Perto De




Joinville é a Cidade das Flores, Cidade das Bicicletas, a maior Cidade do Estado de Santa Catarina, Cidade Industrial, a cidade da Tupy, da Tigre, da Embraco e outros tantos nomes que merecidamente são atribuidos a Joinville.

Temos aqui um hábito sui generis, difícil, senão impossível, de encontrar em outra cidade, que é a informação de endereços por referência, SÓ EM JOINVILLE.

Quando voce pergunta para alguém o endereço de qualquer lugar para onde tenha que se dirigir, a começar pela pergunta que é: você sabe onde fica Tal Lugar e não, você sabe qual é o endereço de Tal Lugar, a resposta fatalmente será uma sucessiva citação de referências, mais ou menos assim: 

Se for para fornecer um endereço que se localiza na Rua Dr João Colin, não nos furtamos em citar que é perto da Oficina do Carioca, antes ou depois do Angeloni, perto ou longe da antiga Prefeitura, antes ou passando da entrada do América, quase lá no terminal de ônibus, perto da Igreja Santo Antônio, podendo ainda ser completado com...descendo pela rua Blumenau, um pouco depois do posto de gasolina....e assim por diante.

Para indicar a agência do Bradesco no centro, diz-se que é em frente ao terminal de ônibus.

A Justiça Federal é onde era a antiga Buschle e Lepper na rua do Príncipe, quase na frente ao Joinville Palace Hotel.

Uma loja da rua XV de Novembro sempre é antes ou depois da Discolândia.

O centro médico é aquele na frente do Dona Helena ou na rua da Döhler?

A agência do Correio é perto do Bom Jesus.

A rua Paraná é, passando pela Assembléia de Deus, a segunda ou terceira, nunca sabemos exatamente, rua à direita.

A Clinica Neurológica é lá perto da Darci Vargas (não precisa dizer Maternidade).

O Fórum, o pior de todos, é bem em frente ao Big, perto do Centreventos, porém do outro lado rio, e completando com um, ...não tem erro...

Não sabemos endereço de nada mas sabemos dizer onde fica tudo.

Localizar-se, ir e vir em nossa cidade é muito fácil e simples para nós, o problema é para o "gringo" que chega a Joinville para trabalhar, passear ou simplesmente pernoitar.

Para nossos visitantes, o surgimento da ERA do GPS é a salvação.


domingo, 19 de fevereiro de 2012

Lembranças de carnaval são i n e s q u e c í v e i s




Todos temos alguma história  vivida num carnaval para contar e que sempre começa assim: nunca me esqueço daquele carnaval quando....

Em dias de carnaval fala-se desse assunto a toda hora na TV, no FB ou Twitter, sempre tem alguém dizendo o que viu, onde está, para onde vai, e mesmo quem está escondido num canto qualquer do mundo, está lá porque é carnaval. Vivemos o Carnaval de uma maneira ou de outra, brincando, sambando, pulando, viajando ou se isolando.

Eu sempre gostei e já estive em vários. Quando criança a cada ano, minha mãe fazia fantasias para os bailes infantis, aos 16 anos fui Rainha do Carnaval, do Tijucas Clube, cidade em que nasci. 

Nessa época, passávamos as temporadas de verão na praia de Perequê.  Temporadas que só se encerravam na terça-feira de carnaval. O último baile era como uma de despedida da turma da praia, até a próxima temporada. _ÔÔÔ época boooaaa!

Conheci o carnaval de Recife, citado, marcado no Facebook e lembrado com saudade nestes dias por quem está muito longe, não é minha amiga Rosalie Vieira de Araujo? Em Salvador, entendi, na prática, o que é sair atrás do trio elétrico, tão contagiante quanto foi assistir ao desfile de escola de samba no Rio de Janeiro. 

E por incrível que pareça, já pulei carnaval na Sociedade Harmonia Lyra em Joinville. Quem foi, sabe que era muito bom, e em Mafra, verdade ou mentira Heloisa Soter Correa?

A minha mais recente história de carnaval, e que jamais  vou me esquecer, foi em 2009, passado em Veneza. Muito além das minhas fantasias, longe de me decepcionar com algo que imaginara, ir à Veneza durante o Carnaval foi a realização de um sonho. 

Pelas ruas e canais, as pessoas circulam à luz do dia, mascaradas e em trajes de época de reis e rainhas. Todos param para qualquer um que queira fotografar ou posar ao seu lado, com a calma de quem tem dez dias para festejar. 

Sim, o Carnaval de Veneza dura dez dias. Embalado ao som de música clássica e shows do Cirque du Soleil na Praça São Marcos ele se engrandece por todo o mistério e fantasia no qual está envolvido.

Foi tudo e mais um pouco do que eu queria, sonhava ou imaginava. Quanto aos segredos e mistérios, só Casanova poderia responder.



domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sapataria Casa Única




Foto de Pena Filho / Agencia RBS

Na última quinta feira dia 09/02, fui  à Sapataria Única buscar um conserto que havia deixado lá na semana anterior, e, quando peguei a peça na mão, naturalmente expressei algo como: Perfeito! Mais uma vez o serviço está perfeito. E tem gente que não sabe o quanto vocês trabalham bem…

Em seguida me contaram  que o jornal A Notícia teria acabado de sair de lá, com uma matéria a ser publicada, foi quando completei: "então vou postar no Face e no Twitter", rimos todos e saí. 

Nesse mesmo dia postei sobre o assunto no twitter, e comentei no trabalho sobre a qualidade do serviço da Sapataria, e, em resposta, para quem ainda não acredita na divulgação através das redes sociais,  recebi o link da matéria através da Maiky, uma colega de trabalho.

Parabéns à jornalista Rafaela Mazzaro, do Jornal A Notícia, pela matéria publicada sobre a antiga Casa Única, aquela lá no final da rua Principe, como falamos quando queremos ensinar o endereço para alguém.

Conheço a Sapataria Casa Única desde 1964. Recém-chegada em Joinville, morávamos numa casa na rua Abdon Batista, e passamos a conhecer todo o comércio da região. 

Na época, os sapateiros eram os pais do Pedro. Lembro de seu pai sentado numa banqueta com as ferramentas na mão e usando um avental, enquanto sua mãe sentada à uma máquina, costurava bolsas e artigos de couro.

Uso muito a Casa Única, sempre tenho sapatos para trocar a sola, colocar antiaderente, bolsas para costurar, aumentar ou diminuir as alças, cintos para furar, botas para cortar ou aumentar etc etc. 

Tenho trabalho para todos…Gerson com as botas, sempre pontual nas entregas. Reginaldo faz coisas tão perfeitas, que até Deus duvida mas tem que ter muita paciência, o tempo dele não é o mesmo que o nosso (risos). A Rosa sempre alegre e receptiva tem sempre uma história para contar. O filho Fred, que mesmo formado em Direito, trabalha com a família é sempre muito atencioso. 

E tem Pedro, o Grande Senhor. Nesse aspecto, discordo completamente do texto, da jornalista "semblante tranquilo…" ???? 

Não mesmo ! Ele é muito sério, carrancudo e com cara de poucos amigos, até o momento em que, se você  quebrar aquela barreira e conseguir abrir um diálogo, encontrará uma pessoa gentil, que pela conversa demonstra ser rígido em seus princípios morais e familiares.  

À frente do balcão, ele está sempre fazendo um cinto ou um chinelo de couro, sabe "de cabeça" qualquer coisa que perguntem, do solado  ao cadarço, palmilha de ajuste ou fivela de cinto, se a tintura no couro vai ficar boa ou craquelê, se tem tachão ou tachinha, mosquetão, a diferença entre cêra ou hidratante de couro, dominando completamente sua oficina de conserto e confecção de artigos de couro.

Parabéns para vocês da Casa Única, a publicação no jornal é merecida.