quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Lembranças e memórias: Casarão Gallotti - Tijucas SC

 


O casarão Gallotti, em Tijucas - SC, foi incluído no caderno “Cidades patrimônios de Todos” do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina, "como exemplo de boas práticas na preservação, restauro e conservação do patrimônio histórico", publicado no site de notícia TopElegance. 

O fato é importante e com ele lembranças de infância voltam a minha mente. Ainda é clara a imagem que tenho da Dona Chiquinha Gallotti, sempre usando roupas pretas, debruçada sobre a grade de ferro, servida de proteção, no alto da escadaria do famoso casarão.

Não havia quem passasse pela rua, de carro ou a pé, que não a cumprimentasse chamando apenas de D.Chiquinha. Seus filhos e netos eram também amigos de meus pais, meus e de meu irmão. Era uma residência em que a porta da frente estava sempre aberta. Qualquer um que chegasse, percorria o longo corredor da entrada até a cozinha, localizada nos fundos. Sobre o fogão e na mesa nunca faltava um bule  de café e as inesquecíveis rosquinhas e broas de fubá ou polvilho feitas por ela.

Este era um trajeto que fazíamos normalmente indo e vindo de onde nós morávamos até a casa dos meus avós, o seu Cazuza e dona Josefina dos Anjos. Ao lado do casarão, que sempre foi de cor rosa com detalhes brancos, havia um enorme terreno e um campo de futebol onde os meninos de rua, vizinhos e parentes passavam as tardes jogando bola.

Embora o blog SuperLinda já tenha feito uma postagem sobre os casarões dessa cidade, o assunto é sempre destaque. O registro é motivo de satisfação para todos os tijuquenses. Porém, esse post, é também para reconhecer o trabalho dos responsáveis de manter o compromisso assumido em cuidar do edifício, doado em 2006. 

A construção inaugurada em 1898 é um exemplar da arquitetura ítalo-brasileiro. O antigo prédio, tombado Patrimônio Histórico Estadual em 2002, foi entregue à prefeitura Municipal de Tijucas e abriga o Centro Cultural Benjamim Gallotti. Um verdadeiro monumento, cartão postal e ponto turístico do município.

Foto de Mariza Gonzaga, de costas, com a camiseta do blog na cor azul marinho, escrito o nome superlinda, em cor laranja, em frente ao Casarão dos Gallotti. Arte de Leticia Rieper.

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quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Fotografia: História e vida


Contra fotos não há argumentos. Está é uma frase que uso como um conceito para expressar o que penso sobre fotografia. Ela é a nossa memória. Ela conta uma história. É um documento. Ver fotografia é reviver os detalhes de uma vida com as alegrias e as tristezas. É contar uma trajetória. Delas eu tiro sentimentos, volto a sentir a emoção daquele momento, até mesmo as que desejaria esquecer, mas que vivi. 

Com fotografias revejo amigos que já vejo mais, lembro dos que me fotografaram e outros que fotografei. Viajo pelos caminhos por onde andei sem precisar dizer uma palavra sequer. Quem fotografa lembra mais tudo o que viveu. Os detalhes, os contrastes, as diferenças, as cores, os nomes, e porque não dizer a sensação de sentir os cheiros e os sabores.

Sobre este marco, o primeiro registro fotográfico que se tem documentado, foi feito em 1837, pelo francês Louis Daguerre. Desde então, passou por longos testes até chegar a fotografia colorida e outros tantos processos para se transformar em digital.

O que não mudou até hoje foi a sua função como forma de comunicação. A fotografia é usada para informar atos e fatos de pessoas, lugares. Mais ainda é capaz de registrar expressões, situações e eventos, muitos deles impossíveis de serem descritos em palavras.

A fotografia é uma imagem. Uma verdade de momentos únicos que jamais pode ser repetida. De valor incontestável como prova, está qualificada como matéria de Fotojornalismo, nas grades das faculdades de jornalismo. Pessoalmente, quando escrevo, é das fotografias que faço os melhores roteiros.

No âmbito profissional, a fotografia, amplia as possibilidades de mostrar estudos detalhados e precisos de vários setores do comércio e da ciência. Por outro lado a fotografia ganhou status de arte, apesar das duras críticas dos teóricos da cultura de pinturas. Diziam que a imagem era feita pela máquina e não pelo fotógrafo. Foi só uma questão de tempo. Hoje a arte de fotografar é reconhecida como um potente segmento dentro do mercado fotográfico.

De forma mais informal ela é categorizada como um hobby. A facilidade de fotos feitas por telefone celular e suas câmeras de alta qualidade, fez da fotografia digital um ato popular. Registro de viagens, festas, aniversários, nascimentos e reuniões de amigos e familiares é uma forma democrática de arquivar momentos.

Montagem de foto feita com o registro de lugares por onde viajei: um congestionamento de caminhões na rodovia sem asfalto da Cuiabá/Santarem, a Fifth Avenue em Nova York, placas de um cruzamento indicando a direção e a quilometragem de cidades como Altamira,Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas, Itaituba, STM Cuiabá, e placa com s indicação da estrada de Hurghada no Egito. Do lado esquerdo sobre a cor marron os dizeres "Fotografia"em letra laranjada, História e Vida em letra de cor branca.  E ainda em cor branca a inscrição "Contra fotos não há argumentos. Sem elas eu não teria como comprovar nem recordar". #pracegover. Arte: Leticia Rieper 

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Assisti à série Lista Negra

 

O que torna esta série, lançada em 2013 e criada por Jon Bokenkamp, um sucesso absoluto de audiência e diferente entre tantas outras opções do mesmo gênero? 

É certo que o segredo de uma série está em prender a atenção com o enredo, fazer uma amarração perfeita, ter episódios com finais impactantes e personagens sedutores. 

Esse último é, sem dúvida, o grande trunfo da série Lista Negra. O personagem principal Raymond Reddington é um sedutor. Red, como passa a ser chamado entre os que convive na intimidade, é um extraordinário contador de história. Enriquece qualquer diálogo fazendo referência a um filme que assistiu, um restaurante que conheceu, a identificar os temperos que estão na refeição servida ou as maravilhas de uma cidade que visitou. 

É detalhista, conhecedor de particularidades. Cita exemplos das experiências vividas com amigos das mais diferentes classes sociais. Faz citações e mostra um controle absoluto mesmo em situações caóticas. No bom gosto pela degustação de vinho ou whisky, ele é magnífico.

Não posso especificar o que mais gostei. Mas não teria sido por pouca coisa que uma série me prenderia por 7 Temporadas, de 152 Episódios, com 45 minutos de duração aproximadamente cada um.

Em qualquer site que você procure a resenha sobre essa série vai trazer a informação de é do gênero espionagem, drama policial e ação. Raymond Reddington, um dos criminosos mais procurados pelo FBI, se entrega às autoridades, promete dar o nome de diversos criminosos e encontrá-los.

Para assegurar a veracidade das informações que possui, ele revela o nome de um criminoso e o plano de sequestro da filha de um militar dos EUA. Comprovado o fato, a série se desenrola em buscas incansáveis pelos nomes que integram a chamada Lista Negra.

Na continuidade, para divulgar outros nomes, ele impõe algumas condições como imunidade legal e segurança pessoal escolhida por ele próprio. Mas principalmente, que todas as tratativas sejam feitas somente entre ele e a agente Elizabeth Keen. 

Tanto o FBI como Elizabeth, mesmo relutantes, passam a agir conforme as revelações de Reddington. A lista contém nomes de políticos, mafiosos, hackers, espiões e criminosos de alta periculosidade. Muitos deles nem mesmo o FBI sabe a existência, mas acaba se tornando a lista dos foragidos mais procurados pelo FBI.

The Blacklist é fascinante. O protagonista é um criminoso que consegue ser cativante e apaixonante. A série se desenrola com vários casos a serem resolvidos, com episódios de emoção, ação e descobertas de grandes segredos por traz dos crimes.

 

Elenco:

Raymond Reddington - James Spader

Elizabeth Keen - Megan Boone

Donald Ressler - Diego Klattenhoff

Tom Keen - Ryan Eggold

Harold Cooper - Harry Lennix

Dembe Zuma – Hisham Tawfiq

Aram Mojtabai – Amir Arison

 

Foto de divulgação da série com fundo branco, escrita "Assisti a série The Blacklist-SuperlLinda, em letras nas cores vermelha e branco, com a imagem dos personagens Raymond Reddington e Elizabeth Keen. Arte: Leticia Rieper 

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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Li o livro Um Banquete para Hitler

Cheirar, comer e rezar. Esta era a realidade que Margot Woelk ou Magda Ritter, uma das provadoras de Hitler, viveu durante os últimos dois anos e meio da 2a Guerra Mundial. 

Como era servir uma refeição para Hitler? Do café da manhã ao jantar, quais as exigências, os procedimentos, os requisitos necessários, exigidos pelo chefe do Reich?

As revelações contadas neste livro foram feitas, em 2013, pela única sobrevivente desta função de que se tem conhecimento. Aos 95 anos, ela decidiu revelar: "Eu era uma das quinze mulheres que provavam a sua comida, pois o Führer era obcecado com a possibilidade de ser envenenado pelos Aliados ou por traidores dentro do seu círculo pessoal". 

Margot foi em busca de trabalho, junto aos orgãos do governo nazista, e sem saber o que faria, acabou sendo selecionada para o serviço. Ela, assim como outras quinze mulheres, tinham que provar toda a comida que seria servida à Hitler.

Durante o período inicial do trabalho, propriamente dito, elas faziam treinamentos para aprender a detectar cheiros de diversos venenos. Quando da prática, caso não fosse identificado pelo olfato, a provadora da refeição ingeria os alimentos. A partir daquele horário, esperava-se uma hora para ver se havia alguma reação e então a comida era oferecida a Hitler.

Elas viviam diariamente o medo e a sensação de estar sempre fazendo a sua última refeição e se revezavam em cada uma delas. Desempenhavam uma atividade perigosa, talvez fatal, mas por ocupar a função de provadora de Hitler, eram tidas como privilegiadas. Além de viver na segurança do Führer, eram protegidas por ele.

Além disso, tinham fartura nas suas próprias refeições diárias. Uma situação muito melhor do a maioria da população da Alemanha, na época. Era considerado um trabalho de honra por defender a vida do líder nazista, reconhecido diariamente por ele mesmo em atitudes e palavras. 

O livro prende a atenção do começo ao fim. A protagonista vive situações privilegiadas sem perder a noção do horror causado pelo nazismo. Pensamentos que eram compartilhados entre poucos que a rodeavam, e por isso exigiu dela uma vida escondida com os seus segredos, antes e depois da guerra, por uma questão de sobrevivência. 

É um romance. Uma ficção baseada em fatos reais, de quem conviveu no dia a dia de Adolph Hitler. Uma história de quem sofreu conflitos, do medo e ódio à dedicação e proteção ao homem considerado um dos mais perversos da humanidade. "Hitller parecia tão normal, quase como um avô", pensava ela enquanto o comparava com aquele mesmo homem que ordenava a destruição de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes.   


"Um banquete para Hitler não conta a vida da senhora Woelk embora eu tenha baseado várias cenas do romance em suas experiências. O romance também não se destina a ser uma biografia velada de sua vida" diz o autor  que assina com o pseudônimo de V.S.Alexander.


Legenda da arte para acesso do deficiente visual. Foto da capa do livro. Fundo esverdeado. Uma mulher com vestido de cor marrom, mangas compridas, detalhes rendados na gola e punhos, uma xícara nas mãos. Em letras de cor branca está escrito o nome do livro e a frase "A morte está servida". Em letras amarelas o nome do autor. #pracegover. 

Arte: Leticia Rieper - Seu blog dá acesso ao deficiente visual?