O fato é importante e com ele lembranças de infância voltam a minha mente. Ainda é clara a imagem que tenho da Dona Chiquinha Gallotti, sempre usando roupas pretas, debruçada sobre a grade de ferro, servida de proteção, no alto da escadaria do famoso casarão.
Não havia quem passasse pela rua, de carro ou a pé, que não a cumprimentasse chamando apenas de D.Chiquinha. Seus filhos e netos eram também amigos de meus pais, meus e de meu irmão. Era uma residência em que a porta da frente estava sempre aberta. Qualquer um que chegasse, percorria o longo corredor da entrada até a cozinha, localizada nos fundos. Sobre o fogão e na mesa nunca faltava um bule de café e as inesquecíveis rosquinhas e broas de fubá ou polvilho feitas por ela.
Este era um trajeto que fazíamos normalmente indo e vindo de onde nós morávamos até a casa dos meus avós, o seu Cazuza e dona Josefina dos Anjos. Ao lado do casarão, que sempre foi de cor rosa com detalhes brancos, havia um enorme terreno e um campo de futebol onde os meninos de rua, vizinhos e parentes passavam as tardes jogando bola.
Embora o blog SuperLinda já tenha feito uma postagem sobre os casarões dessa cidade, o assunto é sempre destaque. O registro é motivo de satisfação para todos os tijuquenses. Porém, esse post, é também para reconhecer o trabalho dos responsáveis de manter o compromisso assumido em cuidar do edifício, doado em 2006.
A construção
inaugurada em 1898 é um exemplar da arquitetura ítalo-brasileiro. O
antigo prédio, tombado Patrimônio Histórico Estadual em 2002, foi entregue à prefeitura Municipal de
Tijucas e abriga o Centro Cultural Benjamim Gallotti. Um verdadeiro monumento, cartão postal e ponto turístico do município.
Foto de Mariza Gonzaga, de costas, com a camiseta do blog na cor azul marinho, escrito o nome superlinda, em cor laranja, em frente ao Casarão dos Gallotti. Arte de Leticia Rieper.
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