sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

2017 Foi bom para você ?


Ando me perguntando o que é necessário para classificar um ano como bom ou ruim. Mesmo que nem tudo que aconteça no decorrer dos 365 dias, seja ruim, enquanto os meses passam surgem reclamações, dissabores, tudo nos parece ser proposital, que o mundo conspira contra nós, temos a sensação de que a vida se arrasta e quanto mais o fim-do-ano se aproxima mais o desejo pela virada do próximo se acentua.

Sugiro pensar simples. Primeiro, se você acredita que as experiências negativas sempre trazem um aprendizado, devemos concluir que não há ano ruim. Segundo, quanto menos expectativas de milagres, de vida fácil, colocarmos sobre os ombros do próximo ano, melhor. 


Essas duas, as experiências negativas e as lições da vida, caminham juntas. _Anote isso no seu caderninho_. Para cada uma haverá duas formas de comportamento a tomar. No jogo da vida a dualidade de experiências e sabores é inevitável. Considere que para uma vida rica em superações é necessário que hajam dificuldades para enfrentar. Portanto...

As pessoas passam por nós, por longos ou breves períodos, e sempre provocam alguma mudança. Para tudo há um propósito, não é mesmo? Ou você é do tipo que só acredita nisso quando é para dizer como consolo para alguém? 


Videntes fazem previsões, o universo é regido pelos astros, desejamos a política estável da Noruega e nos amedrontamos diante da China enigmática. O clima está a cada ano mais aquecido, mesmo para quem recicla o lixo. Os conflitos pessoais e amorosos não são privilégios de ninguém. Até Fátima e William Bonner se separaram. As dolorosas perdas familiares, também acontecem entre os famosos e jovens, como foi com Domingos Montagner. Temer nos ferra, Lula continua solto e o Tiririca renuncia e consegue, aos 52 anos, uma aposentadoria milionária. A cada dia é mais comum haver próximo de nós, um conhecido que foi morto ou outro que se perdeu por drogas ou crime. Diante dos fatos e verdades definir se o ano foi bom ou ruim depende apenas de você mesmo.

Aquele conselho perfeito que falamos com tanta facilidade, não dever ser dado e sim aplicado a nós mesmos. É comum qualificar um ano como bom ou ruim baseado no dinheiro ganho. Pois posso garantir que nunca trabalhei tanto e ganhei tão pouco, mas ri, amei, chorei, me diverti, viajei, estudei e vivi muito. Enquanto outros, gastaram tanto e ganharam tão pouco, em todos os sentidos.

Os caminhos transitados são de subidas e descidas, retas e curvas, idas e vindas, sem nunca desistir. E se, ainda restar dúvidas da mensagem do SuperLinda, siga o que diz Guimarães Rosa a respeito da vida: "O que ela quer de nós é coragem".

Que 2018 nos permita ativar a tecla de reinicio das atitudes em vencer as vicissitudes da vida. PERSEVERAR...

Seu blog dá acesso ao deficiente visual? coleção de fotos de momentos vividos em 2017.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Joinville das Águas - Piraí

Está é uma reportagem feita originalmente como trabalho acadêmico, desenvolvidos pelos alunos da 4a Fase de Jornalismo, Fernanda de Lourdes Pereira, Leticia Rieper, Kaue Natan Vezentainer, Israel Antunes e Raquel Ramos, para a matéria Jornalismo Digital III, professora Kérley Winques,  da Faculdade de Jornalismo Bom Jesus Ielusc. O SuperLinda mostra hoje o segundo capítulo. Piraí.

A matéria completa pode ser vista clicando no link https://readymag.com/u89483194/904359/


Praias são zonas balneares sejam elas de rio ou de mar. Muito mais comum no interior do que no litoral, as praias de rio existem com muita beleza e esplendor. Que digam os moradores do Estado do Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Amazonas  e os de Joinville, em Santa Catarina.

Mais próximo de nós, na região Sul, que falem os gaúchos e suas belas praias de rio. E porque não chamar nosso vizinho, o Uruguai, para mostrar a famosa praia formada pelo Rio da Prata em pleno centro da capital Montevidéu.

Os rios brotam de nascentes, descem cachoeiras, passam por baixo de pontes, atravessam cidades e quando encontram com uma parte arenosa de pedra ou de areia, cascalhos, seixos se tornam verdadeiros tesouros chamados praias.


A procura por recantos de lazer, descobrimos uma Joinville rodeada de praias de rios por todos os lados. Nossa equipe foi para o bairro Vila Nova, conhecido por sua tradição germânica. Até 1940, o bairro era chamado Neudorf - Vila Nova em alemão, um idioma que até nos dias de hoje, ainda se ouve pelas ruas da cidade.


O trajeto a percorrer é em direção à estrada do Arroz, com foco na Cachoeira do Piraí. Ainda na região central do bairro, cerca de 10 km até a Cascata,  avista-se por entre carros, placas de sinalização, propagandas, e semáforos a imponente cachoeira incrustada na pedreira ao longe, parecendo um quadro na parede da Serra do Mar.


Este é um bairro da zona rural, em que a linha que separa o centro urbano do bairro ao da sua zona rural, propriamente dita, é tão tênue quanto rápida e próxima em distância. A passagem se dá sem que nos demos conta de onde começa um e termina o outro. Assim, logo alcançamos a estrada de chão margeada pelas casas típicas, pastos com animais se alimentando. Uma Igreja da Comunidade Protestante Luterana de 1955, surge no cenário impondo respeito com a sua torre pintada na cor verde e jardins bem cuidados.

Cerca de 2 km de um ponto ao outro  começam a surgir, os primeiros sinais de terras cortadas por rios. Uma região muito procurada por ciclistas, que transitam pelas estradas empoeiradas fazendo atividade esportiva e por lazer.










As paradas ao longo da estrada são um misto da necessidade de descanso aliado ao prazer proporcionado pelo sol, pelo calor e pela beleza da natureza. Uma verdadeira praia forrada de seixos no chão de águas translúcidas que refletidas pelo sol brilham feito diamantes.
Por todo o caminho, sempre costeando as margens dos rios, que parecem infindáveis, surgem carros emais carros estacionados na beira da estrada. Seguramente, bem próximo, e já dentro da água, há de se encontrar uma turma de amigos e familiares se banhando.
Foi assim que nos deparamos com Evandro Barbosa, 30 anos, mais um trabalhador na área de construção civil. Junto com a família, amigos e com todo o aparato para fazer o churrasco de domingo. Um lugar, que ele frequenta desde "moleque", fala com desenvoltura e como grande conhecedor do lugar. Assam carne na churrasqueira improvisada, encostada à ponte pichada por quem por ali passou deixando marcas de tinta.


Porém, Evandro alerta para os perigos que o rio pode trazer. Mesmo com toda descontração que o dia proporciona é necessário ficar atento aos sinais de chuva ou trovoada. Ocorrendo estes fenômenos é preciso se recolher para não correr o risco de ser atingidos por um raio. Quando chove na serra, em questão de 15 a 20 minutos tudo aqui pode encher e a correnteza provocar acidentes e até morte. É como uma avalanche, conclui ele.


Enquanto banhistas ocupam espaços para lazer à beira das praias que se formam ao longo da Estrada do Salto, ambulantes montam barracas, colocam mesas e bancos, abrem o porta-mala do carro e usam com um balcão para a venda de produtos.  

O Sr. Aristides é um deles. Trabalha na construção civil e mora no Vila Nova há 25 anos. Aos fins de semana, para completar a renda necessária na educação de suas duas filhas, transporta em seu carro, água, refrigerante, cerveja, salgadinhos e sai para vender.  Mesmo que a grande maioria dos frequentadores dos banhos de rio levem de casa sua própria comida e bebida, sempre tem algum lucro nas vendas. Principalmente com a chegada do verão, já tão próximo, quando o número de pessoas aumenta em grande proporção, confirma Aristides, como quem faz um balanço mental.

Neste clima de conversa boa, paisagem variando entre os quatro elementos da natureza, a água, a terra, o fogo e o ar, percorridos os 10 km do centro do bairro ao final da Estrada do Salto nos deparamos com a grandiosidade da Cachoeira do Piraí.
Uma construção de arquitetura austera, ao estilo alemão, como é de costume dizer na região, guarda os segredos da burocracia, a política e as negociações desde a concessão desde a geração até o fornecimento da energia elétrica em Joinville.








O que é um grande atrativo turístico, hoje é um patrimônio da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), pouco explorado. O acesso não é permitido e a visitação do público só é possível uma vez ao mês. Quem chega até lá se depara com a frustração causada por um enorme portão de ferro, que barra a entrada, sem ninguém para dar informação, diante de tanta beleza ao seu alcance sem poder se aproximar.




Ao contrário das terras da Celesc, a uma distância de menos de 800 metros do pé da cachoeira,  propriedades particulares exploram suas áreas de forma organizada. Em terras rurais as águas reinam exuberantes. Se despencam cachoeira abaixo e se jogam sobre as pedras a deslizar como a leveza que só as bailarinas tem. Chegar próximo à elas exige o esforço de vencer trilhas pela mata. Esforço que se diluí com os prazeres encontrados pelo caminho. Inclusive com a surpresa de encontrar um lagarto que deixa em suspense uma questão: Quem se assustou mais?  O lagarto, que some na rasteira, diante do assustador grito do enorme ser humano ao invadir o seu espaço ou o humano ao avistar o pequeno animal nativo?


As folhas secas no chão moídas sob os pés de quem caminha sobre elas, misturadas ao barro molhado faz exalar o cheiro de terra molhada depois da chuva. O aroma que sobe da terra, provoca sensações de prazer e bem estar. É quando o som do canto dos pássaros, toma proporções ensurdecedoras no meio de tanto silêncio.

Dessa maneira, fica fácil perceber a aproximação de mais pessoas em busca dos segredos da mata e das águas. Sempre à procura de recantos naturais, Daiane Cristina Ribeiro e seu marido, ela enfermeira de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ele técnico em manutenção elétrica, casados há 3 anos. Ali mesmo, no meio do caminho eles contam sobre o encanto da última cachoeira encontrada.

A frente do recanto Vale do Ouro, o casal Samir e Simone mantém ativa a sua propriedade particular há 5 anos. Foram anos difíceis, fizemos muitas mudanças, como por exemplo a proibição de subir as trilhas portando bebida, comida e fazer uso de droga. Estas restrições, num primeiro momento, fez com que diminuísse muito o número de visitantes. Aos poucos a chegada de pessoas com o comportamento adequado à novas normas, trouxe, por este mesmo motivo, mais amigos e familiares. A propaganda boca a boca trouxe a normalidade do público.

Samir contou, depois de perguntar se havíamos encontrado sujeiras pelo chão, que antes as pessoas jogavam restos de comidas e latinhas de bebida no caminho e na água. “Deixavam tudo muito sujo, desagradando quem viesse mais tarde". Hoje, só é permitido subir levando água ou fruta. Ex Militar, por afinidade, contrata como ajudante outros soldados. Desta forma conta com pessoas responsáveis e de sua confiança para auxiliá-lo.  Tudo é explicado quando os visitantes entram no portão. O valor cobrado de R$ 15, dá direito a permanecer pelo tempo que desejarem.


São 8 cachoeiras no total sendo que as 4 primeiras podem ser feitas livremente. Para as últimas, de acesso difícil, é necessário agendar, ter no mínimo quatro pessoas e máximo 10, e é necessário a presença de quem conhece o caminho e de um resgatista. Samir Migdady é também Presidente da  ATERRJ - Associação de Turismo Eco Rural de Joinville. Ele elogia os associados, que trabalham com o turismo rural. São pessoas com determinação e força de vontade. Trabalhamos sozinhos sem apoio do poder público, diz ele. "O que possuímos em conjunto é um programa chamado Viva Ciranda que traz as escolas do município as propriedades com ônibus próprio.”

No trajeto encontramos o Sr Emiliano Bueno. Ele se identifica dizendo ser conhecido na região como o "Índio". É só perguntar onde o índio mora que todos sabem, até o cachorro, diz ele fazendo graça de si próprio e com orgulho da boa relação que tem com a população local. Morador do bairro, usa a bicicleta para se locomover de casa para o trabalho, gosta da vizinhança e garante que os visitantes dos finais de semana, em busca das águas e cachoeiras locais, não incomodam nem atrapalham.

Assim é a Estrada do Salto, como é chamada. Um caminho estreito, sinuoso, mas de fácil acesso. Seus moradores demonstram satisfação e tranquilidade em fazer parte daquela comunidade.















Seu blog dá acesso ao deficiente visual? Fotos da estrada, águas dos rios e cachoeiras da Estrada do Salto em Joinville - SC

sábado, 23 de dezembro de 2017

Então é Natal


Do Natal só tenho boas lembranças. Passa ano, entra ano e ele volta.

Penso que o Natal também serve para mostrar o quanto somos capazes de nos desdobrarmos em quatro, cinco, seis pessoas ou quantas sejam necessárias para dar conta de tudo. É o corre corre de sempre ainda mais acelerado. Parece que não há tempo suficiente para  executar todas as tarefas, não dá para parar ou faltará algum presente, o panetone de alguém, o espumante da ceia, um brinquedo ou uma lembrancinha qualquer para algum amigo. 

Mesmo que os votos de Feliz Natal, o significado e as menções ao nascimento de Jesus, fiquem por conta das mensagens nas redes sociais, o sentido de reunião em família ainda subsiste.

É um período em que as forças se revigoram nas ruas lotadas de gente. A cidade se movimenta. Quem não está comprando, está passeando, está olhando para as luzes coloridas no alto dos postes. Crianças que querem ver e os pais querem mostrar o Papai Noel. 

As vias são invadidas pelo delicioso cheiro de espetinho e da pipoca dos carrinhos ambulantes, sempre perto de onde há uma árvore de Natal, um Presépio, ou um pisca pisca. Crianças correndo, outras choramingando de sono no colo do pai, este também já cansado, demonstrado no arrastar preguiçoso do chinelo na calçada.

A compreensão deste momento mágico, que a cada ano se repete, sem nunca parecer igual a outro, está no sentimento que vem de dentro de nós. Não é preciso motivo, muito menos razão, para entender os anjos que descem do céu e nos dizem Amém. 

Tudo pode. Só não vale fazer do Natal mais um drama. É tempo de viver, e a vida está nos olhos de quem sabe ver e nos ouvidos de que entende os sons do natal. 

Do passeio noturno pelas ruas de Joinville resultaram as observações descritas. A cidade está linda, alegre, luminosa, festiva e cheia de anjos anunciando a chegada do menino Jesus.




Seu blog dá acesso ao deficiente visual? As fotos são das ruas de Joinville, em Santa Catarina, iluminadas para o Natal.

domingo, 17 de dezembro de 2017

Joinville das Águas

Está é uma reportagem feita originalmente como trabalho acadêmico, desenvolvidos pelos alunos da 4a Fase de Jornalismo, Fernanda de Lourdes Pereira, Leticia Rieper, Kaue Natan Vezentainer, Israel Antunes e Raquel Ramos, para a matéria Jornalismo Digital III, professora Kérley Winques,  da Faculdade de Jornalismo Bom Jesus Ielusc. O SuperLinda começa a mostrar ,o conteúdo a partir de hoje, divido em 4 capítulos.
A matéria completa pode ser vista clicando no link https://readymag.com/u89483194/904359/

JOINVILLE DAS ÁGUAS

Vista panorâmica da Praia do Vigorelli


Um pequeno pedaço de terra dado aos alemães, trouxe para cá pessoas que a transformaram na maior cidade e potência econômica de Santa Catarina.
Comemora seu aniversário no dia 9 de março, dividindo seus abraços com o Dia Internacional da Mulher. Seria um acaso ou há evidências e semelhanças que a tornam merecedora de aplausos neste dia? Seu planejamento urbano é de ruas estreitas, de idas e vindas, tal qual as turbulentas cabeças femininas. Vias em constantes reparos, exigem a reconstrução das calçadas e dos buracos no asfalto. Obras necessárias para seu desenvolvimento e cuidados na infra estrutura, remodelação urbana  e enchentes.
Seu nome é Joinville, empoderada ela cresceu. Se fez forte à base da indústria de ferro, sem endurecer seu coração. Faz da chuva, que tanto assola essa terra, parecer lágrimas escorrendo entre suas flores. Se espalha geograficamente nos quatro cantos, como quem se alonga para manter a elegância.
Quente e úmida, o excesso de água que desce do céu é um tesouro natural. Rodeada de rios e do mar, tem uma localização privilegiada, próxima da serra e do litoral.
Nesta reportagem você vai conhecer uma cidade cheia de encantos para se refrescar. Está calor? Então jogue-se ao mar da Praia do Vigorelli ou deleite-se nas corredeiras dos rios Cubatão, Piraí e Quiriri, com suas belas cachoeiras e trilhas ecológicas. Está afim de algo mais radical, então aproveite para conhecer o bairro Vila Nova, muito procurado pela turma do pedal, com belas paisagens e mais rios para se aguar.
Você sabia que aqui também temos uma ilha? Venha conhecer o novo parque Porta do Mar, com acesso a Baia da Babitonga, de frente para o Morro do Amaral, de onde parte o barco Príncipe levando turistas para passeio. Siga essa trilha pelos próximos capítulos e descubra A Joinville das águas.
Vista da área urbanizada pelo moradores, coqueiros, mesas de restaurantes à beira do mar. , 

Há quatro décadas “as terras que eram do Procópio Gomes” conforme diz o morador Jonatas Alves Pereira, vivem em torno de polêmicas intermináveis, processos judiciais e discussões sobre o meio ambiente.
Esperando por uma urbanização da prefeitura, a população que mora ou explora comercialmente o local, trata da melhor forma possível, de dar à região o valor turístico que ela merece.
Rebaixada à “praia de lôdo”, ela é, na realidade, terra de mangue de relevante importância ao equilíbrio do meio ambiente. A Vigorelli está transformada em um dos melhores locais da cidade, graças a calmaria de sua águas, para a prática da pesca e esportes náuticos. Os moradores reclamam da infraestrutura, enquanto os visitantes, das mais variadas regiões que aqui chegam, falam das maravilhas do lugar.


Foto da família Cardoso

           O caminhoneiro Silvestre Rodrigues Cardoso e sua família, vieram de São José dos Pinhais, a maior cidade às margens da BR 376, no sentido norte, antes de Curitiba (PR). Além do passeio, Silvestre falou do seu prazer pessoal, pela compra da Kombi, em que estava viajando. “Eu estava procurando uma há muito tempo. Queria esse modelo bem antiguinha. Tem que restaurar mas o motor dela está bonzinho, contou ele com orgulho. Vieram em busca de “coisas” diferentes para fazer, já que pescaria, onde moram, só existe em pesque pague. Decidiram voltar para a sua cidade, fazendo o retorno pela balsa até a Vila da Glória, passando por Itapoá e Garuva e alcançar a BR 101 em direção ao Paraná. É melhor e mais bonito, disse o caminhoneiro.


Foto de mesas de restaurantes colocadas na areia com garças ao fundo, sobre troncos, dentro mar.

A comerciante Mônica, moradora do lugar há 40 anos, ao ser perguntada sobre a influência da situação econômica no seu estabelecimento, olhou para a família Cardoso, parada ao lado e disse “Todos que querem aproveitar e se divertir encontram uma forma para fazê-lo.” Sem telefone, energia elétrica, internet muito ruim, ela não tendo como passar cartão e completa "por isso só aceito pagamento em dinheiro". Embora, já tenha pensado em ir para outro local em busca de melhores condições, fala com prazer do local onde vive desde criança e de onde não quer sair.
Entre outras reclamações comentou que muitos turistas estrangeiros ou de partes mais distantes do Brasil, só visitam o bairro levados por taxistas. Com ar de indignação afirma: Quando chegam aqui ficam encantados, comem peixe, tomam cerveja e se mostram contrariados com as informações dos agentes de turismo de que Joinville não tem praia.

Foto de Sergio Leite e Vanderlea Bracher com suas bicicletas e o mar aos fundos.

Sempre de bicicleta, Sérgio Leite, motorista de caminhão, e Vanderlea Bracher, comerciante de loja de roupas,  moradores do Bairro Jardim Paraíso, fazem este programa com frequência. Eles saem para pedalar naquela região, mesmo faltando asfalto num trecho por onde passam. _“vale muito a pena vir aqui para ver esse visual” fala Vanderlea apontando para o mar tranquilo à frente deles.
Sérgio dá como sugestão de outros passeios, com opção de água, a localidade de Ponte Alta onde passam mais rios, "coisa mais linda" afirma ele, acrescentando também o Bairro Espinheiros de onde sai o Barco Príncipe, porém, fica difícil percorrer cerca de 16 km, para ir até lá, principalmente porque tem que passar pelo centro da cidade, onde não há ciclovias.

As dificuldades diárias dos moradores desta comunidade se concentram na falta de infraestrutura, esgoto sanitário e de energia elétrica. Tudo isso numa distância de 19 km do centro da cidade e num período de 20 anos desde que a primeira família ali chegou. A energia é obtida de gerador, inclusive, para os poucos postes de iluminação de rua, instalados por donos de alguns estabelecimentos comerciais.
Vista panorâmica da parte urbanizada em frente ao mar.
A praia da Vigorelli, em Joinville,  no Bairro Cubatão poderia ser definida como  um lugar bucólico à beira mar. Num dia em que o sol só aparecia para se espreguiçar, voltando em seguida a se esconder entre as nuvens, não frustrou os visitantes que foram em busca de paz, sossego, peixe, camarão e cerveja.
O mar por si só se faz de protagonista nesta paisagem. Calmo e sereno as pessoas podem, por um dia que seja, ficar em devaneio com a natureza. Ainda a espera do forte sol e calor do verão, é possível aproveitar-se do silêncio e se ater a detalhes da paisagem. Observar o sutil comportamento das aves em voos rasantes ou atentas, sobre as embarcações, a espera do momento certo de bicar ou abocanhar o peixe para dele se  alimentar.
Não estranhe se ouvir o barulho das pequeninas ondas do mar. Elas sempre estão ali, apenas são silenciados pelos sons dos carros e vozes humanas, em períodos de alta temporada. Ir na Vigorelli é perder-se no tempo, olhando a travessia de balsa, ainda não substituída pela pontes de tráfego rápido, porém enchendo os olhos de quem procura tranquilidade.


Foto do quiosque de venda de chapéus, roupas de praia de ambulante próximo da balsa.
O ambulante já se faz presente à cabeceira do píer de embarque para a travessia até à Vila da Glória. A venda de roupas, chapéus, filtro solar é uma prática comum em pontos turísticos. Um sinal de quem está na labuta diária pela sobrevivência econômica. As casas de pescador, as "garagens" para quem quer deixar seu barco de pesca ou passeio, os apetrechos de pesca é prova cabal da vila de pescadores estabelecida ali.
Placa indicativa do processo de Ação Civil Pública das terras da Vigorelli

Seus moradores não querem perder a paz que reina na Vigorelli, mas reivindicam um conforto necessário e básico: a luz, a água, uma rede de esgoto sanitário. Querem o fim do processo judicial, para que seja removida, para sempre, a placa indicativa do processo que recaem sobre suas cabeças.
Foto da senhora Margarida Blase e seu marido em frente à sua casa
A complexidade dos problemas da Praia da Vigorelli não intimida seus moradores, que sentem prazer em morar no local. A situação da Sra Margarida Blase, mãe do proprietário da Escola Náutica, ali instalada, não é diferente. Ela se mudou para lá há 10 anos. "Morar aqui é um paraíso", assim Margarida define o que sente todos os dias quando acorda. Perguntada sobre a falta de luz em frente a sua casa, ela responde sem exitar: E Daí! Aproveitamos o que há de melhor no escuro. Esse silêncio.
Foto Panorâmica 


Foto Panorâmica
Foto Panorâmica
Foto com placa indicativa aluguel de box para barcos
Foto panorâmica da praia
Foto da Kombi do sr Silvestre Rodrigues Cardoso
Foto do quiosque de venda de cerveja, refrigerantes e caldo de cana