quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A vida diz: reaja

Escultura do arcanjo no interior da Igreja de Sal na Colômbia.


Encontrei no site marc & angel - Hack Life uma relação de 30 ítens, atitudes e pensamentos que devemos ter para alcançar a felicidade.

Foi a primeira vez que acessei este blog, mas suas referencias, descritas no perfil, são respeitáveis. "O site é reconhecido pela Forbs como um dos blogs de desenvolvimento pessoal mais populares". Marc e Angel Chernoff são os responsáveis, autores de livros, possuem cursos e treinamentos ensinando estratégias comprovadas para encontrar a felicidade, sucesso, amor e paz. 

Entre as mensagens, destaquei esta: "Não são os seus problemas que definem você, mas como você reage e se recupera deles. Os problemas não vão desaparecer se você não agir. Faça o que você puder, quando puder, e reconheça o que você fez".

Concordo com quase tudo. Não que tudo o que foi dito não deva ser feito, mas a minha experiência me diz outras mensagens. E é este o ponto que quero alcançar. Cada pessoa tem em si situações diferentes que poderiam acrescentar nessa relação. A vivencia de cada um, as experiências vividas podem trazer ensinamentos diferenciados desses generalizados.

Não deixe, por exemplo, de olhar ao seu redor. Observe atentamente o que lhe acontece no cotidiano, entre as pessoas com quem obrigatoriamente você tem que conviver e se espelhe como modelo para seguir ou negar. 

Não repita comportamentos que você tanto critica e principalmente exercite as sua dificuldades. Relacione o que você não gosta de fazer. Tente a prática dessas ações, não é para sempre, mas como enfrentamento de obstáculos. 

É ruim, muito ruim, mas isso não é nada diante de outras que você terá de enfrentar e da qual não terá opção de não fazer. Para alcançar os trinta ítens elencados por Marc e Angel é preciso saber lidar com as adversidade da vida. O egocentrismo mata. Mata a vida que existe a sua volta. Você é importante, mas não é único.

Se compense com prazeres que te fazem bem, porém, tenha consciência de que o inalcançável gera frustração. Problemas fazem parte da vida e a felicidade é uma conquista árdua e diária.




Os trinta ítens do site são:

Comece a passar tempo com as pessoas certas.

Comece enfrentando seus problemas de frente.

Comece a ser honesto consigo mesmo sobre tudo.

Comece a fazer da sua própria felicidade uma prioridade.

Comece sendo você mesmo, genuinamente e com orgulho.

Comece a perceber e viver no presente.

Comece a valorizar as lições que seus erros lhe ensinam.

Comece a ser mais educado consigo mesmo.

Comece a aproveitar as coisas que você já tem.

Comece a criar sua própria felicidade.

Comece a dar suas ideias e sonhos uma chance.

Comece acreditando que você está pronto para o próximo passo.

Comece a inserir novos relacionamentos pelos motivos certos.

Comece a dar novas pessoas que você encontra uma chance.

Comece a competir contra uma versão anterior de si mesmo.

Comece a torcer pelas vitórias de outras pessoas.

Comece a procurar o forro de prata em situações difíceis.

Comece a perdoar a si mesmo e aos outros.

Comece a ajudar as pessoas ao seu redor.

Comece a ouvir sua própria voz interior.

Comece a ficar atento ao seu nível de estresse e faça pequenas pausas.

Comece a perceber a beleza dos pequenos momentos.

Comece a aceitar as coisas quando elas são menos perfeitas.

Comece a trabalhar em direção aos seus objetivos todos os dias.

Comece a ser mais aberto sobre como você se sente.

Comece a assumir total responsabilidade por sua própria vida.

Comece ativamente alimentando seus relacionamentos mais importantes.

Comece a se concentrar nas coisas que você pode controlar. 

Comece enfocando a possibilidade de resultados positivos.

Comece a perceber o quão rico você é agora.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

SuperLinda pelo Brasil afora - Salvador BA


Fernanda no Dique do Tororó. No fundo, esculturas dos Orixás.



Por Fernanda de Lourdes Pereira

Aquele click para o @raquelsuperlinda, aqui do Dique do Tororó.
A represa construída no século 17, para abastecer a cidade a função de protege-la das invasões, hoje, está tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional .

Transformada em área de laser para a população com pista de caminhadas, raias para a prática esportiva de remo, decks para pesca, playground, anfiteatro, pedalinhos e restaurantes, é também um ponto turístico de Salvador.

O Dique do Tororó abriga na sua paisagem além da Arena Fonte Nova, oito esculturas de orixás feitas pelo artista plástico Tati Moreno.  Desde 1998, Oxum, Ogum, Oxóssi, Xangô, Oxalá, Iemanjá, Nanã e Iansã estão colocados sobre as águas,  refletidas no espelho d’água para  o prazer de quem visita o local.

À noite,  a iluminação cênica especial, reflete o brilho  das imagens e nos contagia com os mistérios desta fé .
Fernanda com a camiseta do blog superlinda. Ao fundo a nova sede da Arena Fonte Nova.
Fernanda no Farol da Barra.
Salvador, a primeira capital do Brasil, é também reconhecida, em todo o país e no exterior, por suas belezas naturais. A gastronomia de sabor único, a música, a arquitetura, e ainda, a alegria e receptividade do povo soteropolitano, encanta quem a visita.

A influência africana, essência desta cidade, faz dela o centro da cultura afro-brasileira. Fundada em 1549, por Tomé de Sousa e inicialmente chamada de São Salvador da Bahia de Todos os Santos. Foi sede da administração colonial portuguesa do Brasil, a partir do marco da fundação da cidade, no Forte de Santo Antonio da Barra.

Por isso que se diz que Salvador começou pela Barra, um dos mais tradicionais bairros da capital baiana, tem no conhecido Farol da Barra o ponto turístico principal. 

E o @raquelsuperlinda também passou por aqui, com Fernanda de Lourdes Pereira. Amigos que fazem do SuperLinda também um blog de viagem. 

@Farol da Barra, Salvador, BA

Vista noturna com iluminação do Farol da Barra
Vista panorâmica do entardecer na praia e do Farol da Barra
Vista noturna/panorâmica da praia da Barra
Entardecer no Farol da Barra.

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domingo, 12 de agosto de 2018

Museu Botero




Fernando Botero (86), colombiano, é um artista plástico consagrado mundialmente por suas figuras e personagens volumosos inconfundíveis. Suas obras fazem de Botero o artista vivo mais reconhecido da América Latina.Com 16 anos trabalho como ilustrador do jornal El Colombiano. Usou o dinheiro do trabalho para pagar seus estudos e participou da primeira exposição. Entre viagens e estadias periódicas pela Europa e EUA foi criando e desenvolvendo seus estilo próprio chamado figurativo ou Boterismo.

O artista doou ao governo da Colômbia peças do seu acervo particular para a organização do museu. Suas obras têm como principal característica as formas "rotundas" (de grande volume e redondas). Os personagens humanos são grandes, têm a boca pequena e fechada, as mulheres despertam beleza e sensualidade.

O Museu Botero, na Calle 11 #4-41, em Bogotá possui 123 obras do artista, mais 83 de pintores internacionais, incluindo Miró, Picasso e Salvador Dali.



Casal representando um presidente e a primeira dama lembrando a opulência e riqueza. Uma referência da preocupação de Botero com a política  colombiana.

Releitura da Monalisa 1963

Mulheres desnudas, corpulentas, sem flacides, sem celulites ou estrias, diferenciadas na estética.  Diz-se que são mulheres que "trabalham na vida alegre", tem unhas grandes e coloridas, de pelos nas axilas e uma pinta nos glúteos, um símbolo de sexualidade. 


O casal dançando lembra um acontecimento importante na Colômbia. É dessa forma, com dança, que se comemora a morte de Gardel, que aconteceu em Medellin, onde nasceu Botero.


Um dos quadros mais famosos e importantes é "A Família" (1963). Representada na figura de um homem típico bogotano que usa chapéu e gravata. Em cada uma das mãos há um aliança, interpretada por alguns, como o símbolo da bigamia, que não é aceita pelas leis colombianas, mas que existe na prática. A serpente ou víbora representa o pecado, há a figura da esposa, de sua filha e do menino, seu filho, que morreu em um acidente. O cachorro-gato símbolo da estratificação social.


As frutas também adquirem volume maior em relação aos objetos a sua volta.


Réplica adquirida no museu da escultura em bronze de "Homem sobre o cavalo".

Réplica de uma escultura, corpo nu de mulher deitada em praça de Cartagena.


As formas das mulheres de Botero mostram todo o seu esplendor e opulência, com certo recato, deixando à mostra apenas a sensualidade. "Para mim, é a alegria de viver combinada com a sensualidade das formas. É por isso que o meu problema é criar sensualidade através da forma". Fernando Botero.

Busto de Mulher - Salvador Dali

SuperLinda entre Miró e Picasso
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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Colômbia encanta turistas com simplicidade, boa comida e cultura


Vista panorâmica de Bogotá, Colômbia

* Texto originalmente escrito e publicado na REVI - Revista Eletrônica do curso de jornalismo Faculdade Ielusc

Conhecer a cidade de Cartagena das Índias, no mar do Caribe, era um desejo acalentado há mais de cinco anos. O recesso na faculdade de Jornalismo, durante o mês de julho, foi o tempo escolhido para concretizar mais esse sonho de viajante. Para chegar a Cartagena é preciso fazer imigração e uma conexão em Bogotá. Tal parada obrigatória torna impossível não considerar a possibilidade de conhecer a capital colombiana. Assim, ficaram definidos os dois destinos: Bogotá e Cartagena.

São duas cidades completamente distintas: Bogotá, uma metrópole, limpa, organizada, segura e bonita; Cartagena, por sua vez, esbanja colorido, simpatia e calor.
Se você se arrepende do pouco tempo dispensado para conhecer uma cidade, é sinal de que o lugar realmente surpreendeu. Foi assim com Bogotá. Durante muitos anos, a Colômbia foi dominada pelo narcotráfico, mas hoje vive uma nova realidade e renasce para o turismo com excelente serviço de hotelaria, restaurantes, centro histórico revitalizado, cultura e museus. A cidade está bonita e segura.

É a segunda cidade, depois de Londres, com o maior número de construções feitas com “tijolinho à vista”. Essa característica estética da arquitetura colombiana foi um trabalho do arquiteto Rogélio Salmona, de nacionalidade francesa, estabelecido em Bogotá. Depois de ganhar um prêmio internacional de arquitetura, ele comprovou a qualidade técnica e acústica dos tijolos e defendeu o desenvolvimento de uma arquitetura moderna e de um estilo nacional.


O pouco tempo de permanência na cidade não permitiu uma convivência maior com a população que possibilitasse saber detalhes de como os colombianos vivem atualmente, porém a guia turística Bibiana Rodriguez dá algumas noções. “Há muito por fazer, mas a Colômbia passa por um desenvolvimento notável.” Ela se mostra otimista com o futuro do seu país, com as mudanças que o governo vem promovendo para melhoraria de suas vidas. “Hoje é possível comprar um carro e sair com ele”, exemplifica. “Antes, mesmo os ricos que tinha esse poder aquisitivo, não podiam ir às ruas porque eram assaltados”, conta.

Separada, mãe de dois filhos, Bibiana destaca as informações positivas, mas também aponta contradições. Ao mesmo tempo em que o governo disponibiliza transporte gratuito para profissionais de baixa renda, entre eles jardineiros, empregadas domésticas, seguranças, não oferece estudo gratuito às crianças, nem mesmo para o curso primário. “A cobrança é feita de acordo com a estratificação social, identificada por comprovante de residência.” A educação escolar não é obrigatória.

Mesmo assim, ela se mostra satisfeita porque “atualmente, os investimentos em educação são grandes, ao ponto de ser a classe dos professores a mais bem paga”. Segundo ela, os governantes entendem que é investindo na educação que o país se desenvolverá. “Aqui temos muitas Universidades, em sua grande maioria particulares, mas, mesmo nas públicas, há que se pagar mensalidade”, comenta.

A nação que, sob o domínio dos narcotraficantes já foi considerada um campo minado, aderiu, nos últimos 10 anos, à construção de shoppings com investimentos estrangeiros. A Colômbia produz 90% de toda a produção mundial de rosas e cravos tipo exportação. Rússia, Canadá e EUA são seus maiores compradores. Bibiana vai discorrendo sobre as peculiaridades do país durante o trajeto de 50 km entre Bogotá e Zipaquira, mostrando as estufas para o cultivo das flores, que surgem gigantescas à beira da autoestrada.

Atrações em Bogotá

O ponto de referência e direção para quem não quer se perder em Bogotá é a Cordilheira dos Andes. Os endereços são divididos em “Calle” e “Carrera”. A “calle” são as ruas que correm em direção à Cordilheira, enquanto “carrera” são as ruas que seguem paralelas à cordilheira. Elas não têm nome, a identificação é por número e, ao fornecer um endereço, necessariamente você diz o número das duas. O ponto zero da cidade acontece no encontro da calle 1 com carrera 1, por exemplo.

A cidade está a 2.600 metros acima do nível do mar. Ambientar-se é necessário. A pressão realmente interfere no organismo de quem chega, por isso tomar chá de coca é o que convém, segundo os hábitos culturais do lugar. Não escapei dessa experiência, advertida de que esse não é um chá a ser tomado na rua e não deve ser aceito de pessoas estranhas.

Mesmo sem a adição de açúcar ou adoçante, a bebida tem sabor adocicado, suave e gostoso. Servido quente, em uma quantidade próxima de uma xícara de café pequeno, pareceu de efeito rápido. Foi como se “tirassem com a mão” a pressão que incomodava a cabeça. Os indígenas, segundo Bibiana, misturavam folhas de coca com as de fumo para não sentir dor e com outras plantas alucinógenas quando faziam os rituais. “Só a folha é um chá normal, como o de cidreira, ervas, chá de limão, com muito cálcio e bom para a vascularização, não tem nenhum efeito colateral em medidas pequenas.” Mesmo assim ela adverte: “em grande concentração pode ser que haja algum efeito diferente”.

Cerro Monserrate conta histórias de amor

O ponto mais alto e mais visitado de Bogotá é o Cerro Monserrate. A subida ao topo é feita pelas escadas, como peregrinação por quem faz promessa ou por aqueles que sobem para agradecer as graças recebidas em saúde, dinheiro, mas, principalmente, por amor. “Quem sobe as escadarias com o namorado, se aquele for o par perfeito, este se perpetuará, caso contrário, o relacionamento se acaba naquele mesmo dia”, conta a guia turística.

Antigamente havia uma espécie de concurso no qual o homem subia as escadas com a mulher no colo para demonstrar seu amor. Os que conseguissem alcançar o objetivo ganhavam a festa de casamento no templo religioso que há no local. À luz de vela, entregavam o anel de noivado ao som de piano e ganhavam a lua de mel em Saint Andrés ou Cartagena. Dessa tradição origina-se a expressão: “Quem não subiu ao cerro com sua noiva não sabe o que é comer tamal com chocolate”. É uma alusão ao conhecido café da manhã chamado Tamal, servido apenas aos sábados e domingos. 

Com a vida corrida, os colombianos esperam toda a semana para se deliciarem com um bom café da manhã. Esta é uma rotina tão tradicional e importante para eles que chegam a comparar o compromisso de namoro ao café da manhã. Faz-se uma mistura de milho, carne de porco, carne de boi, frango, ervilhas e cenoura, tudo cozido na folha de bananeira. A iguaria é aberta só na hora de comer, tomando café ou chocolate.

 
Rua do Bairro da Candelária
Bairro da Candelária: patrimônio histórico onde reina a cultura

Só no bairro da Candelária, no centro histórico, as ruas têm nomes – dados pelos espanhóis -, sempre relacionados a algum fato ocorrido no local. Calle dos Amigos, a Calle dos Divorciados, a Calle Cara de Cachorro são alguns exemplos. É uma área boêmia, local de muitas universidades, onde o governo isenta do imposto predial quem conserva a arquitetura colonial. Em sua maioria, elas são reformadas por dentro e se tornam grandes e confortáveis residências, enquanto outras são transformadas em museus, teatros.

Há o comércio local, artesanato, muitos restaurantes com comidas típicas, como o ajiaco: sopa de milho com frango e batata amarela (para nós brasileiros é a batata-salsa ou batata baroa). Serve-se com arroz de coco, abacate e um molho de creme mais um de pimenta. A mistura de tudo fica ao gosto do cliente. Outra especialidade muito popular é a Bandeja Paisa: Feijão, carne de frango, linguiça, morcilha, ovo, banana frita, arroz e abacate. Toda comida colombiana vem acompanhada de abacate.
 
Ajiaco
Bandeja Paisa
Por todo circuito, trafega-se por ruas estreitas, um sobe e desce de morros – para desespero de quem está em adaptação à altitude. A vida cultural da cidade se desenvolve ali entre o Centro de Cultura Gabriel García Marquez, o Museu de Botero e o Museu do Ouro. Fernando Botero doou ao governo da Colômbia todo o seu acervo particular para a organização do museu. Suas obras têm como principal característica as formas “rotundas” (de grande volume e redondas). As figuras são gordas, têm a boca sempre fechada, as mulheres despertam beleza e sensualidade. São 123 obras do artista, mais 83 de pintores internacionais, incluindo Miró, Picasso e Salvador Dali.

No centro moderno de Bogotá, vá à Zona Rosa

Na região moderna da capital, rodeado por prédios de tijolinho à vista, está o bairro Zona Rosa, com avenidas largas, canteiros, trânsito denso e muitas ciclovias para atender o grande número de usuários de bicicleta. São tantos que existe até oficina de bicicleta ao ar livre.

Entre esses quarteirões há uma infinidade de opções para comer, beber, dançar e se hospedar. Mas, sem dúvida, é o André’s Carne de Res o mais famoso. Um bar temático inspirado na Divina Comédia de Dante Alighieri. O ambiente, por si só, já vale a visita. Há imagens, cores e objetos dos mais diferentes que se possa imaginar. Uma desordem organizada para encantar o mais exigente decorador. À entrada, estátuas de vacas coloridas enfeitam a fachada do estabelecimento, deixando clara a especialidade da casa. Não há espaço livre sem um objeto que parece ter sido feito especialmente para aquele lugar.

Nesse espaço, dividido em quatro grandes ambientes e decoração especial, cada andar tem um nome: Terra, Inferno, Purgatório e Céu. O cliente escolhe onde ficar. Guardanapos, copos, pratos, talheres, geleiras, coquetéis coloridos, cardápio variado… A garrafa de cerveja vem decorada com asas de anjo e até no jeito de apresentar a conta o André’s faz a diferença. A nota vem num envelope escrito “Bogotá: uma história de amor”, dentro de uma jarra de alumínio cravejada de palavras otimistas.


Catedral de Sal é a primeira maravilha da Colômbia

Zipiquirá, a 50 km da capital colombiana, guarda aquela que é considerada a primeira maravilha da Colômbia e a oitava maravilha do mundo moderno: a Catedral de Sal. A cidade, localizada a 2.650 metros acima do nível do mar, mantém temperatura constante o ano todo, entre 14 e 16 graus.

Durante o trajeto, Bibiana mostra as belas construções nas encostas dos morros paralelos à estrada. A jovem explica que estão totalmente proibidas novas obras, seja para pessoas ricas ou pobres. “É uma medida de proteção ao ambiente.” Também não é permitido mexer na vegetação nativa que existe no canteiro entre as duas vias asfaltadas, por isso não ampliam a autopista. “Isso acabaria que com a água que brota das fontes naturais que sobem da terra”, completa.

A catedral, que mereceu a visita do Papa Francisco em 2017, levou dois anos para ser construída. Contou com 127 mineiros, dirigidos pelo engenheiro Jorge Enrique Castelblanco Reyes e o arquiteto Roswell Garavito Pearl. É a maior igreja subterrânea do mundo e agrega o poder da fé à racionalidade da engenharia. Os mineiros começaram a escavar a mina e, logo na entrada, construíram um altar para a virgem. Nunca aconteceu nenhum acidente e todos acreditam que isso tenha sido resultado dos pedidos de proteção dirigidos à virgem quando entravam para trabalhar todos os dias.

Enquanto a mina estava em atividade, os trabalhadores construíram ali a sua própria capela onde, até hoje, são celebradas as cerimônias eucarísticas, incluindo os batizados e casamentos – somente de familiares dos mineiros. Para esse ato de fé, utiliza-se água de sal tirada dali. Uma singularidade desse local são as imagens de santos doadas por peregrinos. Lá estão Santa Rosa de Lima, padroeira do Peru e a primeira doação recebida, a virgem de Luján, da Argentina. A terceira doação veio do Brasil: Nossa Senhora Aparecida.

O retorno à superfície é feito por uma escada e a guia conta, fazendo graça, que a dificuldade da subida significa o número de pecados que a pessoa tem para pagar. Dizem também que antes do casamento o homem deve fazer toda a peregrinação sozinho pela via-crúcis, porque depois do casamento é a mulher que o fará por toda a sua vida. E, como sempre se expressa após contar as várias crendices populares, Bibiana repete: “vai vendo…vai vendo”.

As crenças não ficam só nisso, Antes de chegar à nave central há três portas a escolher para entrar. Sem saber, opta-se por aquela que é o caminho escolhido para a vida. Quem escolhe a porta do lado esquerdo tem a alma mais pecadora; a do meio para as pessoas que pecam e rezam igualmente; e a terceira, a porta da direita, para almas mais puras.

Todo o templo é guardado por lembranças e imagens de significados incontestáveis, feitas especialmente para a obra e todas têm lugar de destaques. No altar da virgem do Rosário, protetora dos mineiros, a imagem está à frente de um painel com tantos furos quantos foram os trabalhadores da construção da catedral, feitos com as suas próprias ferramentas. Porém, há outras peças relevantes e a principal delas é a cruz da nave central com de 16 metros de altura, escavada na rocha de sal. O efeito de luz dá a ilusão ótica de que ela tem a forma cilíndrica e de estar suspensa no ar. Nesse local, de acústica irretocável, no mês de setembro, são realizados concertos com a orquestra Filarmônica da Colômbia e da Itália.

No chão, no centro da nave central, o escultor Carlos Enquique Rodriguez Arango esculpiu no mármore a Criação do Homem, uma homenagem a Michelangelo. Outra obra que enriquece o ambiente é um presépio gigante esculpido pelo italiano Ludovido Consorte, e a escultura réplica de Pietá feita pelo artista Miguel Dopó, nascido em Zipiquirá.

Enfim, Cartagena das Índias
 
Palenqueras de Cartagena
Aquele que seria o destino número um escolhido, tornou-se o último dessa jornada. Para Cartagena das Índias estavam planejados quatro dias de passeio muito bem aproveitados.
Cartagena é linda, é colorida e se faz simpática. Tem no ar o cheiro das frutas vendidas pelas alegres palenqueras espalhadas pela cidade. Com seus vestidos multicoloridos, turbantes mais ainda, em contraste com a pele negra, não é difícil conquistar a simpatia dos turistas. Muitos nem compram as frutas, mas não deixam de pagar para posar ao lado delas nas fotos. Sem qualquer constrangimento, postam-se diante das câmeras e abrem a saia rodada que seguram pela barra, assim como os francos sorrisos.

As ruas são povoadas por vendedores ambulantes e as praças cheias de bancas ocupadas por feirantes. Fazem tudo o que a técnica de venda lhes permite para conquistar a simpatia do turista. Oferecem os produtos dizendo em fluente portunhol: “mais barato do que na 25 de março”. Puxam assunto querendo adivinhar de onde você é: São Paulo? Rio de Janeiro? E te seguem oferecendo camisetas, colares de coral, cigarrilhas e charutos. Chapéus, muitos chapéus, um item de primeira necessidade para o escaldante sol colombiano. Mas também há que se ter cuidado, pois sempre há alguém para lhe oferecer “algo mui exclusivo e da melhor qualidade…”
 
Rua de Cartagena
O que Cartagena tem de linda, tem também de quente. Muito quente. Com temperatura de 33 graus e sensação térmica de 40 graus, exige que se busque proteção de ambientes fechados com ar condicionado, sempre acompanhado da gelada cerveja colombiana.

Artistas de rua, artesanato e música tradicional se misturam aos jovens que improvisam letras de músicas em ritmo de rap, como fazem os repentistas brasileiros. Um contraste com o som da música clássica produzidas pelas cordas de um violino em uma rua mais silenciosa. Ali, com o instrumento na mão, estava um homem venezuelano, trabalhando com o objetivo de conseguir recursos para trazer sua família que deixou naquele país.

Embora o centro nervoso de Cartagena esteja demarcado pelos 13 km de paredão de pedra construídos entre os séculos XVII e XIX, há muito o que se ver além das muralhas. Bem próximo dali, o Bairro Getsemani é uma extensão das casas e sacadas coloniais da cidade, de onde melhor se pode observar o cotidiano dos moradores.

Revitalizado, de ruas extremamente limpas, como toda a cidade, o bairro tem a característica de ser boêmio, cultural, com inúmeras opções de hostel, hotéis boutique. Os preços mais populares em hospedagem lhe conferem o apelido de “bairro dos mochileiros”, mas, além do charme, tem importância histórica.
 
Igreja da Santíssima Trintade
Foi na praça central do Getsemani, onde está a Igreja da Santíssima Trindade, que em 1811 se iniciou o movimento popular que terminou com o domínio espanhol na região. O antigo bairro já foi centro de prostituição e drogas, hoje se faz o local ideal para passear à noite, apreciar a arte do grafite, comer em excelentes restaurantes ou sentar em uma das suas deliciosas cafeterias.

Cartagena sempre foi e continua sendo o maior centro turístico da Colômbia, mas também guarda edifícios modernos, centro comercial e financeiro de uma grande cidade.

 
Rua de Cartagena
Monalisa de Botero
Vista Panorâmica de Cartagena - contraste da arquitetura colonial e a moderna.
Foto noturna da praça com bares e restaurantes de Cartagena
Rua do Bairro Gestsemani colorida com as cores da Colômbia
Torre iluminada da Catedral Santa Catarina de Cartagena


Reportagem completa da viagem à Colômbia publicada no site da REVI
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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Catedral de Sal - a primeira maravilha da Colômbia

Cruz escavada na nave central o efeito de luz dá ilusão do formato cilíndrico e de estar suspensa no ar.
Conta-se que o filho de um cacique caiu em um buraco de água salgada e que quando o tiraram de lá, a água que molhava o seu corpo se cristalizou sobre a pele e assim descobriram que sob a floresta existia sal. Com o passar do tempo, os indígenas fizeram mais escavações em busca deste mineral e iniciam um comércio com outras tribos. 

Foi Assim que Zipa, o cacique dono dessas terras, se transformou no homem da mais rico da região. O sal dali extraído se transformou na primeira moeda de troca. Daí a origem do nome salário. Por volta de 1800 Alexander von Humboldt, biólogo e químico alemão, de passagem pela região, mostrou aos indígenas como fazer túneis. 

Desta forma, começou a segunda fase da história da exploração das minas de sal de Zipaquirá. Durante as escavações para extração, os mineiros construíram uma capela dedicada à Virgem do Rosário a quem diariamente pediam proteção. Esta capela se transformou em igreja para os trabalhadores da mina e familiares. A particularidade de estar sob a terra começou a atrair visitantes e se tornou um local turísticos até 1980 quando foi fechada por motivos de segurança. 

Esta é uma história resumida, contada por Bibian Rodriguez, guia de turismo, sobre o início daquilo que hoje é a primeira maravilha da Colômbia e oitava do mundo moderno. Diz-se, do mundo moderno, por ser uma obra feita pelas mãos do homem.

Uma obra religiosa localizada em Zipaquirá, a 50 km da capital Bogotá. Os 110 mil habitantes da cidade vivem a 2.650 metros acima do nível do mar, numa temperatura constante de 14 a 16 graus durante todo o ano.

Com o fechamento da igreja, na antiga mina, e depois de concorrida escolha entre 47 engenheiros e arquitetos, a nova Catedral foi escavada sob a orientação do engenheiro Jorge Enrique Castelblanco Reyes e do arquiteto Roswell Garavito Peal. Junto com 127 mineiros, eles executaram o trabalho durante dois anos  até a inauguração em 1995.

A Catedral tem valor cultural, religioso e ambiental, neste país de 89% de população católica. Ela é tão importante que recebeu a visita do Papa Francisco, quando de sua viagem à Colômbia em 2017. 

A maior igreja subterrânea do mundo é um centro de fé. Pelos imensos corredores com iluminação de efeito e cores especiais, faz-se um caminho que conta toda a Via-Crúcis esculpida em rochas de sal.

 É um espetáculo. Escadas e rampas levam ao que chamam a nave central onde está a maior atração da Catedral. Uma cruz escavada na parede de sal, com 16 metros de altura, de onde se tem uma visão ótica parecendo ter forma cilíndrica e estar suspensa no ar. As paredes desta nave estão ancoradas por quatro colunas gigantescas seguindo os modelos do império romano e representando quatro apóstolos.

Sensação de paz e admiração pela capacidade do homem  em realizar uma obras tão maravilhosa.

Placa informativa da Catedral de Sal a primeira maravilha da Colômbia
Painel comemorativo aos mineradores
Túnel de entrada. A iluminação varia em cores com as das bandeiras dos países que já visitaram a Catedral
Rocha de pedra muito semelhante ao granito.
Escultura de um anjo trazido da igreja da antiga mina de sal.
Escada e túnel interno
Capela dos Mineiros. Aqui se realiza missas dominicais, batizados com água de sal e casamentos mas, só para familiares dos mineiros.
Presépio esculpido por Ludovico Consorte
No chão, no centro da nave central, o escultor Carlos Enquique Rodriguez Arango, esculpiu no mármore a Criação do Homem, uma homenagem a Michelangelo.
Busto do Papa Francisco esculpido de rocha de sal
Arvore da felicidade esculpida na parede da mina
Cena da via crúcis
Cena da via crúcis "Jesus consola as mulheres de Jerusalém"
Reportagem completa da viagem à Colômbia no site da REVI
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sábado, 4 de agosto de 2018

Sobre Mirian Leitão



A situação vexatória que a jornalista Mirian Leitão passou só comprova a responsabilidade que ela tem como profissional. 

O fato ocorreu durante o programa Central das Eleições 2018 quando a jornalista, mecanicamente, reproduziu no ar uma nota em nome da rede Globo, em resposta à uma menção feita pelo candidato Jair Bolsonaro. O candidato citou entre aspas um editorial do jornalista Roberto Marinho, já falecido,  se mostrando satisfeito com a intervenção militar  em 1964.

Miriam recebeu, pelo ponto, instruções dos diretores do programa da Globo News, e repetiu, na noite de sexta-feira (3), uma nota se referindo ao reconhecimento publicado anteriormente pelo erro cometido em apoio dado aos militares. 

A questão vai além do que disse Bolsonaro, Roberto Marinho ou os atuais gestores da Globo. Quem levou a pior foi a comentarista. Seu valor nada tem  a ver  com o fato de ter sido torturada pelo regime da época. Tem a ver com o sua postura diante da vida. Nunca se prevaleceu da situação. Ela é sábia e inteligente, disso ela se prevaleceu, sem, em livros e artigos que escreve.  

Os comentários de mau gosto dirigidos à ela, nas redes sociais, não condizem com a qualidade, o padrão e a capacidade que ela possui. Aliás, só uma profissional com o gabarito de Miriam para se portar com altivez num momento como esse que passou. 

Continuo admirando Mirian Leitão.