Superdotação: a realidade de conviver com altas
habilidades
Por Raquel Ramos
Uma sala de 20 metros quadrados abriga dez
cérebros notáveis. É o grupo do “Construindo Novas Ideias”. A primeira sensação
ao entrar nessa sala, onde se sabe que só há “gênios”, naturalmente era
estereotipada. No primeiro encontro se confirma a ideia anteriormente passada,
pelos professores, de que são pré-adolescentes espertos, espontâneos,
interessados e interessantes. A preocupação nos cuidados que se deveria ter
para fazer contato com eles, como se fossem objetos em experimento guardados
numa bolha de cristal, também desaparece de imediato. Eles não têm o menor
constrangimento em falar sobre o motivo pelo qual estão ali, naquele mundo de
pequenos jovens desenvolvendo suas capacidades como portadores de Altas Habilidades/Superdotação.
A apresentação da peça de teatro “Cinderela
Moderna”, na Semana de Literatura e Artes, foi escrita e produzida por eles
mesmos. Giovana Bonatelli, uma das alunas, de 12 anos, fez a apresentação dizendo:
“Sou aluna da turma de Altas Habilidades e estamos aqui para apresentar este
trabalho elaborado em nosso espaço ‘Construindo Novas Ideias’”. No texto os
personagens usam vocabulário próprio para a idade e à época moderna, como
indica o título. Durante a apresentação veio à tona a expressão “crush” e foi a
própria Geovana quem me explicou o significado da palavra: “É um termo usado
para substituir o nome de alguém por quem se tenha interesse de possível
namoro, para que não seja identificado por pessoas da roda de amigos”. Durante
a peça, usam o celular para simular ligações telefônicas e fazem cenas de
procura por Pokémons.

A Escola Básica Jandira D’Ávila foi a escolhida
para aplicação do projeto. A seleção entre os alunos do 5º ano, com idade entre
10 e 11 anos, foi por critérios estabelecidos, primeiro, pela observação dos professores
em sala de aula e depois com testes aplicados entre as crianças, os pais e os
professores, onde as respostas obrigatoriamente deveriam coincidir entre os
três grupos, ou no mínimo entre dois dos envolvidos. Com base nos resultados
eles passam a ser potenciais frequentadores das aulas especializadas dentro da
própria escola. A possibilidade de frequentar a classe onde podem desenvolver
suas altas habilidades é como se desse a eles um novo gás que os acalma. O esvaziamento
das potencialidades acumuladas dentro si, ou o abastecimento delas com novas
informações, permite que voltem para a sala comum e continuem no mundo dos que
têm habilidade normal. Esta foi a segunda impressão, após participar de uma
atividade comum entre eles. É como se sentissem um alívio colocando para fora
ou alimentando ainda mais o cérebro com conhecimentos acima dos demais colegas.
As Altas Habilidades não fazem deles crianças
arrogantes, prepotentes ou, como dizem, “se achando” melhores do que ninguém.
São simplesmente crianças. “Estamos aqui para desenvolver o nosso potencial”,
disse Emily Rodrigues, de 12 anos. De
longos cabelos cacheados, seus olhos se transformam num risco só, de tão aberto
que é seu sorriso. Falante, inclusive com os braços e mãos, conta, sem timidez,
que ganhou o primeiro lugar no Concurso Show de Talentos do grupo de escoteiros
do qual participa. Esperta e vivaz, participa de aula de canto e violão na
escola Arte e Fé, no bairro onde mora. Gosta de música pop internacional,
prefere amizades com pessoas acima da sua idade, mas a sua melhor amiga é
Giovana, também da turma de AH/SD.
Programa de inclusão do Aluno de Altas
Habilidade/Superdotação na educação pública do Brasil
De acordo com informações disponíveis no site do
MEC, em 2008, "a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da
Educação Inclusiva fundamenta-se nos preceitos de uma escola em que cada aluno
tem a possibilidade de aprender a partir de suas aptidões e capacidades".
“É uma modalidade de educação escolar que orienta a inclusão em classes comuns
para todas as etapas e níveis de ensino na Educação Básica. A mesma necessidade
antes dada à pessoa com deficiência agora se volta para atender o aluno de Altas Habilidades/Superdotação”,
explicou Beatrícia Rossini Pereira, técnica da 5ª Gerência Estadual de Educação
em Joinville (SC). Beatrícia disse ainda que “em 2015 a Fundação Catarinense de
Educação Especial escolheu como polo a Escola Básica Jandira D'Ávila para ser o
centro do projeto de identificação de alunos Portadores de AH/SD em Joinville.
Levou-se em conta tratar-se de uma escola grande, localizada em uma região
populosa, com uma direção comprometida”.
Na Jandira D’Ávila o diretor Alcinei da Costa
Cabral e os pedagogos, explicou Joice Cristina Ribeiro, coordenadora do
Atendimento Educacional Especializado (AEE), precisam ter disponibilidade para
participar de cursos e seminários de especialização, além de muito empenho em
buscar parcerias para as atividades especiais. Joice explica que duas vezes
por semana em aulas, de duas horas cada, no contra turno, os professores
desenvolvem trabalhos partindo do interesse do aluno e da necessidade da
criança.
Esse acompanhamento, segundo Gislene
Gazaniga, pedagoga, professora da turma de AEE, foi iniciado em 2016. “São
estudantes que têm indicadores e que ainda estão sendo analisados. Eles se
destacam nos seus pares, ou seja, entre si, se comparado aos da mesma idade, do
mesmo nível de escolaridade”, confirma a pedagoga. Enquanto para a maioria da
classe o conteúdo precisa ser repetido, para essas crianças de Altas
Habilidades toda a matéria dada em aula pode tornar-se, pela facilidade de
assimilar, cansativa. Todos elas, disse Gislene, tiram notas altas, acima da
média, e, já no último bimestre estão aprovadas para o ano seguinte.

Entre os alunos, desse primeiro grupo, Lara
Evelyn dos Santos, de 11 anos, cabelos compridos, alta e magra, já no mês de
novembro está aprovada em todas as matérias e se destaca pela leitura de temas
acima do nível comum para a idade. Ela conta que seu gosto é por leitura de
assuntos da 2ª Guerra Mundial. Já leu a Lista de Schindler e O Diário de Anne
Frank. Lara gosta de saber como as pessoas superaram suas dificuldades em
situações dramáticas e anotou imediatamente o nome do livro Escolha de Sophia,
quando indicado, como o próximo livro a ser lido. Sugeri que pedisse ao Papai
Noel e com um imenso sorriso e brilho infantil nos olhos exclamou: “É mesmo.
Boa ideia”.
Analu de Souza, mãe de Lara, diz que desde os
três anos ela começou a se interessar mais por livros, jogos, desenhos, lápis e
cadernos, do que por brincadeiras de bonecas. Analu ressalta que ela tem fácil
relacionamento com crianças, porém em determinados momentos prefere a companhia
dos adultos. Contou, ainda, que no próximo ano, quando completar 12 anos, irá,
a pedido de Lara, levá-la para visitar o Museu da Guerra, em Curitiba, onde só
é permitido a entrada a partir dessa idade.
Psicólogos anotam importância do teste de QI
para diagnosticar superdotados
Na escola pública, seguindo orientação do
programa da Fundação Catarinense de Educação Especial, não se aplica o teste
Quociente de Inteligência, conhecido como teste de QI. Segundo a coordenadora
esse teste só mede o índice acadêmico. As Altas Habilidades podem ser também
artísticas, esportivas ou criativas, e isto não pode ser medido pelo método de
QI. Já Maria Gabriela Ramos Ferreira, neuropsicóloga, professora dos
cursos de Psicologia e de Medicina na Univille, diz que a aplicação do teste de
QI é indispensável para o diagnóstico e para confirmar se a criança está dentro
dos quesitos que a caracterizam como portadora de Altas
Habilidades/Superdotação.
O artigo “Pensando sobre a inteligência, a
criatividade e genialidade – uma conversa informal com educadores”, escrito por
Elisabete Castelon Konkiewitz, médica neurologista, no site Neurociências em
Debate, aborda este assunto: “A
definição aceita pelo MEC é a de que são considerados superdotados todos
aqueles que apresentam notável desempenho e/ou elevada potencialidade...”. Outra
informação interessante é que “a superdotação se revela por um conjunto de
traços e características, e não apenas pela velocidade do desenvolvimento, ou
por demonstrações de inteligência. Com essa visão ampliou-se, e muito, o número
de pessoas consideradas superdotadas em nossa sociedade”.
No entendimento do Dr. Júlio
Koneski, neuropediatra, são três as características que envolvem o portador de
AH/SD:
habilidade acima da média em uma ou mais áreas; comprometimento com as tarefas;
criatividade. “Alguns estudiosos acreditam”, acrescenta, “que a carga genética
esteja mais envolvida com a primeira das três características, sendo as outras
duas, consequências da primeira e influenciadas pelo ambiente e estímulos
recebidos. A maioria dos estudiosos da genética comportamental concorda
atualmente com o papel da hereditariedade, sem, no entanto, saber ao certo
quais seriam os genes envolvidos, ou o possível mecanismo”.
Talita Mara da Silva,
psicóloga, entende que todos os aspectos, tanto cognitivos quanto intelectuais,
assim como o emocional, devem ser observados para o desenvolvimento do Superdotado.
Ela vê a avaliação quantitativa como mais um instrumento, que somado à
avaliação qualitativa, valida com maior segurança o diagnóstico da criança. “Na
avaliação quantitativa”, diz a psicóloga, “é possível ver quais as áreas com
maior e/ou menor potencial. Porém, existem controvérsias quanto às avaliações
quantitativas, porque o potencial intelectual hoje é considerado plástico: ou
seja, depende das situações vivenciadas por cada indivíduo, que possam
favorecer o desenvolvimento de suas capacidades. É importante considerar, no
atendimento desses alunos, fatores como a socialização, que em muitos casos é
prejudicada pela defasagem entre intelecto e idade cronológica ou intelecto e o
estado emocional.
Sobre os testes de QI, Julio Koneski, não
considera fundamental a aplicação. Porém, entende como uma ferramenta excelente
e precisa para formalizar o diagnóstico presumido clinicamente e diferenciar
AH/SD de crianças apenas “talentosas”, de “genialidade” e “prodigialidade”.
Auxiliam também no diagnóstico diferencial entre outras síndromes
comportamentais, como Asperger (transtorno neurológico ligado ao espectro
autista) e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade).
O atendimento escolar
O AEE, na Escola Jandira D’Ávila, serve para
suplementar conteúdos que esses alunos não têm na sala de aula comum, mas que
naturalmente pesquisam, têm interesse e levam ao conhecimento do orientador. “Os portadores de Altas Habilidades são especialmente
talentosos”, afirma a pedagoga Elisangela Bozza. “Alguns deles têm facilidade em física, química, matemática; outros em
leitura, história, e buscamos parcerias que nos auxiliem nas atividades e
conteúdos”. A pedagoga continua
explicando: “Atualmente temos a colaboração
da professora Sandra Maria Peppes do Vale, mestranda da Universidade para o
Desenvolvimento de Santa Catarina (Udesc). Ela desenvolve seu trabalho de pesquisa
com o título “Sequência didática de ensino da zona oceânica do ensino
fundamental”. Sandra é professora de ciências, formada em química e biologia.
Seu objetivo é aliar a química, física e biologia no ensino fundamental.

Em uma aula prática realizada no laboratório de
química da Udesc, a mestranda Sandra fala usando o vocabulário técnico. Termos
como “inconsistência científica”, “bioluminescência”, “zona eufótica”,
“disfótica”, “afótica”. Sandra explica que não é exigido que os alunos saibam
esses termos de forma decorada. Os dados e nomes científicos servem para usar
como informações, saber como pesquisar e principalmente compreender.
Dentre os alunos, a mestranda cita o exemplo de
Thiago Timóteo dos Santos, de 11 anos. Ele tem o interesse todo voltado para
ciências. Com dificuldade em português, a estratégia para fazê-lo trabalhar
esta disciplina e “com a prática conscientizá-lo da importância de estudar os
conceitos de Português, levando-o a compreender que, como cientista, tem que
saber comunicar o seu feito através de um artigo escrito.
Thiago fala muito rápido, chegando a se
atrapalhar entre uma palavra e outra - nítida impressão de quem corre atrás
para acompanhar seu próprio raciocínio. Ele construiu, em papelão, o foguete
Saturno V, da sua altura, e explica com naturalidade e domínio do assunto, que
o Saturno V “queima 20 toneladas de combustível por segundo no primeiro estágio
e leva dois minutos e meio para desacoplar do Kennedy Space Center”. Perguntado
sobre o conhecimento que ele tem dessas informações, ele diz que assiste a
documentários e pesquisa na internet.
Sandra qualifica os 10 alunos com quem trabalha
como potenciais a se tornarem cientistas. Segundo ela, a ciência é
resolver problemas, é ir além, é pegar as informações e estudar, experimentar e
concluir, e esses alunos foram selecionados por terem essa característica. Eles
são pesquisadores. O mais importante para a ciência é ele ser curioso e buscar
as informações.
Na aula de confecção do Lapbook eles próprios
criam, colam e fazem pastas, fichários com recortes, desenhos, “minilivros” e
dobraduras feitas com papel colorido. Maria Nunes Bayer, de 11 anos, tem a
técnica da arte apurada. Ela não deixou de fazer ciência porque misturou uma
tinta com a outra, enquanto Thiago foi para o computador pesquisar as
informações que queria para reproduzir de maneira mais exata o ambiente
oceânico e suas espécies. Bianca da Silva dos Santos trouxe informações
pesquisadas de casa.

O que há de comum entre todos esses alunos é que
vão chegar ao objetivo do trabalho por caminhos diferentes. São alunos que
pesquisam com objetivos. A mestranda: “A Bianca trouxe tudo anotado e sabia
qual o tamanho de papel que precisava, porque sabia quantas linhas tinha que
escrever. Isso mostra a organização dela e não que ela seja melhor do que os
outros”. Na execução, contam também com participação voluntária do acadêmico de
biologia marinha da Univille, Luiz Guilherme da Silva Pereira. Terminado o ano
letivo e a conclusão do trabalho sobre as zonas oceânicas será feita uma exposição
na escola a partir da segunda quinzena de dezembro.
Reportagem premiada diz que Brasil desperdiça
talentos
Uma
reportagem da revista Época sobre pessoas com Altas Habilidades ganhou
recentemente o prêmio Estácio de Jornalismo de melhor reportagem de Educação. A
produção “O Brasil desperdiça seus talentos”, da jornalista Flávia Yuri Oshima,
informa que o último dado divulgado pelo Inep, órgão que contabiliza as
estatísticas oficiais de Educação, mostra que o país possui 13.308
superdotados. “O dado é irrisório. A estimativa mais conservadora da
Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que há 10 milhões de superdotados no
Brasil, ou 5% da população. Esse percentual refere-se apenas aos superdotados intelectuais,
com facilidade em raciocínio matemático ou línguas. Considerando todas as
dimensões nas quais um superdotado pode se sobressair, o percentual por país
gira em torno de 10% da população. Ou seja, provavelmente há mais de 20 milhões
de brasileiros talentosos invisíveis”, explica Flávia.
A seleção de alunos na
Escola Jandira D’Ávila foi feita nas três turmas de 5o ano que somam
90 alunos dentre os quais 10 foram escolhidos, sendo cinco meninos e cinco
meninas. “Se pensarmos que temos cerca de mil alunos, somente aqui nesta
escola, podemos projetar um desperdício muito grande de aproveitamentos destas
capacidades”, concluiu a coordenadora Joice. “É um trabalho que estamos ainda
nos aperfeiçoando. Ao final deste ano, todos serão reavaliados para então
sabermos quais deles continuarão, no próximo ano, neste projeto. E todos eles
têm consciência que estão sendo avaliados e que poderão ou não continuar neste
grupo. Vamos avaliar novos alunos que frequentaram as classes de 5o
ano durante 2016 e que serão integrados a esta turma, que permanecerá, para
darmos continuidade no projeto de inclusão escolar. E já está em pauta, para
2017, o desenvolvimento de um trabalho de robótica com a Udesc”.
Nas
palavras do Dr. Julio Koneski, nota-se uma
preocupação de carinho dedicado às crianças de Altas Habilidade/Superdotação.
“Ser diferente da maioria pode ser um problema. Desigualdades geram angústias,
receios e medos. Crianças diferentes de seus pares têm maior dificuldade de
socializar e interagir”. “Percebo”, continua, “que crianças superdotadas
apresentam um maior grau de inquietude, rapidez de raciocínio e impaciência
para a rotina, o que às vezes, gera sofrimento”. A realidade é que necessitam
de orientação, estruturação e planejamento adequados que deem sustentação ao
seu desenvolvimento psicoemocional e organização cognitiva.
Atendimento especializado
em Joinville
A psicóloga Paula Nathalie Noquet, formada em
2015 pela Univille, diz que na matéria Técnicas de Exame e Aconselhamento
Psicológico, o assunto de diagnóstico do superdotado foi estudado durante dois
anos na faculdade. Porém, a psicóloga sentiu necessidade de aprimorar seu
conhecimento com especialização quando terminou a faculdade. Paula informa como
orientação que a universidade mantém um atendimento clínico de psicologia, na
rua Urussanga nº 444, para pessoas com baixa renda e em qualquer idade. Para
isso, esclareceu, é necessário um cadastro no serviço da secretaria da faculdade,
e acrescenta que o CENEF – Centro de Estudos e Orientação na Família, no mesmo
endereço, também presta atendimento a família carentes.
Considerações finais e pessoais sobre a experiência que não faz parte da matéria
Este é o resultado de um trabalho feito para a matéria Jornalismo Impresso III - Faculdade de Jornalismo Bom Jesus/Ielusc.
Durante 3 meses acompanhei essa turma de alunos de Altas Habilidades/Superdotação da Escola Básica Jandira D'Avila em Joinville (SC) para fazer uma reportagem.
Me encorajei a publicar no #SuperLinda antes da devolução corrigida pelo professor por único motivo. Nada do que venha a ser alterado pela correção técnica e de indiscutível capacidade do Mestre Sandro Galarça, vai tirar o sentimento de realização pessoal que tive com este trabalho.
O conhecimento do assunto adquirido com as professoras, as psicólogas e o médico, as orientações do professor Galarça, fundamental para o resultado final, pode ser lido na matéria. Porém, a amizade, o aprendizado adquirido da convivência com essas crianças/adolescentes é imensurável e não será a nota vai mudar a experiência que tive com eles.
Descrição detalhada das fotos para acesso do deficiente visual (para saber mais clique aqui 1 - Fotos dos alunos em sala. 2 - Fotos dos alunos durante a apresentação da peça teatral. 3 - Foto do LapBoock. 4 - Foto dos alunos no laboratório da Udesc. 5 e 6 - Foto dos alunos em sala de aula. 7 - foto minha com alguns alunos e 8 foto minha com a coordenadora Joice e as professoras Glslene e Elisangela.