segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Os Murais de Lyon


Entre tantas particularidades, a cidade de Lyon se destaca pelos imensos murais pintados nas paredes dos prédios. São obras da cooperativa de artistas CitéCréation, criada em 1983. A cooperativa é formada por pintores muralistas, iniciou esse trabalho em Lyon, e depois se estendeu e se tornou famosa em outros países.

Este movimento foi feito com a intenção de revitalizar os distritos ou bairros centrais da cidade. Entre eles, Vieux-Lyon, Colinas de Fourvière, Croix Rousse e Presqu’ille onde há 162 edifícios e monumentos dentro de um centro histórico medieval tombado Patrimônio pela Unesco. Um grande desafio para não desfigurar  a Lyon de 2000 anos de história, a terceira maior cidade daquele país e o segundo destino turístico da França, depois de Paris. 

As pinturas são representações da vida cotidiana, de forma tão realista que você tem a sensação de querer tocar. São imagens que se tornaram parte integrante da paisagem urbana da cidade como sendo o visual próprio das suas ruas. 



Entre os mais famosos esta o "La Fresque des Lyonnais"  onde estão estampados os mais ilustres cidadãos de Lyon.  Além dos irmãos Lumière, tem Antoiné de Saint-Exupery e o famoso Paul Bocuse, conhecido como o melhor chef de cuisine do mundo. Explicam, que quanto mais alto for o andar onde o personagem estiver retratado, mais cedo ele se foi deste mundo terreno. Por isso Bocuse, falecido em 20 de janeiro último, está pintado no térreo.


Outra pintura muito famosa é a do mural "Mur des Canuts (1987) no distrito de Croix-Rousse. Ela é a maior pintura mural da Europa, com 1200 m2,  é a "Trompe l'oeil" ou "Ilusão de ótica". Tudo o que se vê na parede é uma ilusão. Incluindo a pintura do guindaste e do prédio ao fundo. O enorme mural é uma pintura de uma cena da cidade de Lyon.


Impossível resistir ao convite provocador da pintura para fazer uma foto sentada na escada. Ao lado a menina, de olhar desafiador, sugere que desvende a realidade e o efeito profundidade e perspectiva na parede.

Pintura do mural de nome Livro ou Biblioteca.
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domingo, 20 de outubro de 2019

Il Volo no Brasil. Eu fui...!


Os cantores de roupas pretas e luzes azuis sobre o palco. Nos fundos a orquestra.

O Il Volo se formou como grupo em 2009, depois da participação no programa “Ti lascio una canzone” na televisão italiana RAI 1.  A apresentação inicial, no show, foi feita individualmente. O convite para que cantassem juntos foi proposto por um empresário, que ao parece não se enganou sobre o sucesso que aconteceria. Desde que os vi pela primeira vez, sabia que um dia os assistiria em show ao vivo, e não perdi a oportunidade.

O grupo formado por Piero Barone (tenor), Ignazio Boscheto (tenor) e Gianluca Ginoble (barítono), se apresentou no último dia 19, no Teatro Guaíra, em Curitiba. A turnê chamada "Música" é comemorativa aos 10 anos de carreira e o lançamento de seu mais recente disco. No Brasil, eles estrearam em Brasília, se apresentaram em Curitiba, e tem shows nos próximos dias, todos com lotação esgotada, em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Da ópera ao popular contemporâneo. Da música americana à música italiana, o show foi um verdadeiro cantar. Um desfile de simpatia e beleza desta nova geração de cantores de música clássica. 

Através das suas vozes renascem as possibilidades de continuarmos ouvindo as belas canções eternizadas por Luciano Pavarotti, Plácido Domingos, Jose Carreras e tantos outros. Estes por sua vez nos trouxeram Verdi, Puccini, Rossini e a imensa quantidade de autores clássicos que temos. Abriram a noite com “Nessun dorma". Famosa ária do último ato da ópera Turandot, criada em 1926, por Giacomo Puccini.

A renovação é vista no público que comparece ao teatro para ver de perto seu ídolo jovem (e lindo) a cantar. É vista no comportamento do auditório que entusiasmado se levanta para aplaudir. É ouvida no som da voz de cada um que se aquieta na hora de escutar a nota só alcançada por eles.

Um show daqueles para se dizer: Inesquecível. Ouvi ópera cantada por quem calça tênis, veste camiseta branca, usa um colete, uma jaqueta ou um blazer. Que importância isso tem se a voz e as músicas são maravilhosas e bem executadas.

O sentimento de tudo é: Feliz e realizando vontades.

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Os cantores no palco com luz vermelha predominante sobre eles.
Os cantores sobre o palco, luz cor pink e nos fundos a orquestra.
O cantor Piero no meio do público usando camiseta branca.

Os três cantores no centro do palco
O cantor Ignázio deitado sobre o piano e Giancarlo sob o palco interagindo com o público.
Foto do ingresso para registro.


sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Médico, todos temos um para chamar de meu.


Haveria algo de novo para dizer sobre o médico, além do comum e verdadeiro, de ser aquele que salva vidas, profissional dedicado, responsável em cuidar da saúde das pessoas, de fundamental importância para a sociedade, um ser de dom especial?

Para merecer este conceito, sabemos que o médico investe em estudos, se intera de novas descobertas e pesquisas científicas. Há muito sacrifício pessoal e familiar, renúncia, noites mal dormidas, lazer colocado em segundo plano. Só nos resta pedir que São Lucas, padroeiro dos médicos, os protejam.

Realmente não sei se há algo de novo para dizer dos médicos, mas sei que todos temos um e tomamos posse nos referindo a ele como sendo "o meu médico". Diante dele nos despimos de corpo e alma. Quem nunca chorou sentado a sua frente ao ouvir um diagnóstico de doença ou de cura? Quem nunca alugou seus ouvidos com lamentações? Quem nunca saiu do consultório sem a dor que lhe corria no sangue quando entrou? Eu já.

Dentro das quatro paredes do consultório médico, a voz que ouvimos é o remédio mais indicado para o nosso tratamento. Ele tem na composição respeito, carinho, cuidado e atenção. Receitado durante a consulta, na dosagem exata, trás na bula a indicação certa para o mal de cada um.

Para as nossas doenças temos uma única solução: procurar um médico. Mas quem é o médico do médico? Quem diz para ele que se acalme porque tudo dará certo? Quem consegue diante de uma dor, afastar dele o conhecimento científico que tem e das sérias consequencias que um tratamento medicamentoso trará como efeito colateral?

Por mais que o médico dê um diagnóstico real ao seu paciente, para si próprio a realidade é bem mais cruel, penso. A compreensão que tem lhe causará um sofrimento maior ou menor do que o nosso? Quem lhe diz: confie no seu médico? Quem acalenta o seu coração, doutor? Quem abraça o ser humano quando tira o jaleco e sente as mesmas dores que seu paciente mais comum?

Já saí sorrindo do consultório, mesmo carregando um filho febril no colo. Já saí chorando, mas em paz, da sala reservada do hospital, recebendo a notícia de que nada mais podia ser feito por um ente querido. Já saí feliz depois de uma cirurgia bem sucedida. Já dei conselhos de como reconquistar um amor a quem me repreende por estar acima do peso. Em todas as situações havia um médico por trás. 

Tenho o controle da minha enxaqueca porque carrego a medicação certa na bolsa. Transito pela menopausa sem queixa graças aos hormônios bem dosados. Hoje, minha pele reluz com a indicação de um novo creme para o rosto e fazendo um bem danado ao meu coração. E o motivo é um médico.

Ao "meu médico" desejo sucesso, que brilhe no seu dia e por toda a vida. 


sábado, 12 de outubro de 2019

A Route des Grands Crus na Côte D'ór - França


Vista panorânmica dos vinhedos da Côte d'or. Ao centro o Close de Vougeot.

William Mendes começou o dia contando uma história pessoal: "Quando perguntam o que eu faço em relação a trabalho, respondo: sou um administrador de sonhos". Diz, o guia acompanhante, ao iniciar a viagem pela estrada conhecida como Côte D'Or, que liga a cidade de Dijon à Beaune, na Borgonha. Esta introdução, certo que não foi por acaso, já que é exímio conhecedor da região, e sabia exatamente o que nos aguardava no percurso que os franceses chamam de Champs Elysées dos vinhedos.

William, se diz um administrador de sonhos porque considera que viajar é a realização de um sonho. Brincando com uma verdade, completa: "até porque se eu não souber administrar uma viagem, cobrar pontualidade, confirmar visitas e agendas, ela pode se tornar um pesadelo". Dito isto, ele começa a discorrer sobre os 60 kms, a serem percorridos pela rodovia D-974. Um trecho de ruas muito estreitas e floridas, telhados borgonheses, com pequenos vinhedos nas rotatórias e canteiros de cerca viva feitos de rosas selvagens.

Se alguém ainda tinha dúvidas sobre o sentido das palavras do guia, certamente as teve totalmente dissipadas a partir de então. Não é prazer, não é magia, é sonho mesmo. Pisar em terras dos donos do mundo no que diz respeito a vinho é uma realização pessoal e indescritível. Não é preciso ser enólogo ou sommelier, embora entre nós, houvessem dois deles, é preciso sim ter conhecimento de que você está na mais famosa rota de vinhos da Europa. Isto é cultura.

"Viajar é colecionar experiências" continua William, falando enquanto  o ônibus cortava a Côte D'or, ou a Costa do Ouro, que tem esse nome inspirada na deslumbrante cor dourada do solo. A passagem é rápida, não leva mais do que alguns minutos além de uma hora. Mas, sentir o charme da região, andar entre vinhedos de reputação internacional que trazem consigo uma história milenar e o aprendizado adquirido são sim, experiências para enriquecer qualquer coleção de viagem. 

Na rodovia denominada "Route des Grands Crus", que mais parece nome de rei e rainha, essas terras onde os vinhedos estão plantados são tombadas Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco. Lá se produz os vinhos tintos e brancos prestigiados e apreciados pelo mundo inteiro pela sua elegância e refinamento. É onde estão os premier crus e grands crus. A Côte dÓr, está dividida em duas partes: a Côte de Nuits, de vinhos tintos produzidos a partir da uva pinot noir e a Côte de Baune, onde predominam os brancos chardonnay.


Os vinhos franceses podem ser classificados como: 
_o vinho comum, chamado vin de table (vinho de mesa);
_o vinho apelação vilage (que leva o nome da vila);
_o vinho apelação regional (que leva o nome da região);
_o premier Crus  
_e o melhor deles o Grand Crus. 

Tudo determinado pelo tipo de terreno onde está plantado. Para chegar a essa classificação foi produzido um mapeamento ao longo dos anos. Neste estudo ficou comprovado que um terreno que produz um vinho qualidade "grand crus" sempre vai produzir um "grande crus".  Assim sucessivamente em todas as categorias.

Nesta região o turismo é feito por  pessoas do mundo inteiro. Eles vêm para visitar os vinhedos, as caves, fazer degustação. Junto com a reconhecida gastronomia e os produtos da culinária francesa, incluindo os queijos,  a cultura do vinho é uma das grandes atrações do turismo no país e de grande importância para a economia local. Em tempos de colheita da uva, durante o mês de setembro, calcula-se que aproximadamente 250 mil pessoas trabalhem nesta atividade. São serviços temporários e feitos manualmente. Cacho a cacho as uvas são cortadas do pé. Para esta atividade, diz-se haver preferência pela mão de obra feminina pela delicadeza que a tarefa exige. Após, as frutas  são recolhidas em pequenos containers puxados por trator.

A medida que vamos nos adiantando na rodovia, Willian continua as explicações para que tenhamos, dentro do possível, conhecimento sobre tudo o que envolve esta cultura. Passada a colheita, com a aproximação do inverno é feita uma poda drástica na planta, ficando apenas o caule central na terra. A uva precisa ter um inverno com 720 horas de temperatura abaixo de 7ºgraus C. Durante o período em que a fruta esta no pé, ela não pode ter noites muito frias. "É tempo de colocar pedras em volta das parreiras e na base da videira. Durante o dia, o sol esquenta a pedra, o calor dela é liberado ao longo da noite ao solo, assim a raíz nunca fica exposta ou em solo frio". 

Dessa maneira, embalados pelas histórias, mexendo a cabeça em movimento com os olhos ora para direita, ora para a esquerda, paramos na Bouchard Ainé & Fils. Conhecer a cave e fazer uma degustação de vinhos fazia parte da programação. _Sobre a visita, aguarde post exclusivo em breve_. A parada final antes de seguir para Dijon foi na cidade Beaune, a capital dos vinhos da Borgonha. 

Baune é a cidade perfeita para quem quer conhecer um pouquinho da vida e a rotina do interior da França. Ruelas de pedras, edifícios centenários, pracinha de carrossel, balões no céu e campos verdes a perder de vista. Ela é tida como uma das mais charmosas cidades da França, com um mercado à moda da Idade Média e o famoso Hotel-Diêu, uma antiga hospedaria e jóia da arquitetura medieval com suas telhas vitrificadas multicoloridas.

Viver aquela paisagem tal qual vimos em tantos filmes franceses já não é mais um sonho, é uma realidade. #SuperLinda realizando vontades.

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Vista panorâmica com uma construção de telhado estilo borgnonese. O verde da vegetação, dia de sol e céu azul.
Vista panorâmica dos vinhedos. Pequena construção com a inscrição do nome da propriedade "Chambertin Clos de Beze" Domaine Pierre Damoy".
Vista dos vinhedos e do solo da dor dourada
Trecho da estrada passando por dentro das pequenas vilas. Jarros de plantas pintadas de vemelho e flores coloridas colocados próximo das portas.
Passagem por dentro das vilas. Flores amarelas, vermelhas, rosas em vasos nas paredes, canteiros e sacadas.
Grande mansão no centro de uma vila. O tamanho demonstra o poder econômico do proprietário.
Trecho da estrada com várias placas indicativas das caves da região



Vista panorâmica da estrada no interior da vila, construções com canteiros suspensos nas janelas e ruas muito limpas.

*Fotos amadadoras, algumas sem foco, feitas por Raquel Ramos, de dentro do ônibus em movimento e de celular.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Jardim de Monet. A natureza eternizada nas telas de Claude Monet.


Eu, com jaqueta azul marinho, escrito SuperLinda.com nas costas, de frente para o cenário do lago Ninféias. Muitas plantas em vários tons de verde formando espelho de d'agua.
Engana-se quem pensa que o jardim de Monet é para ser visitado apenas pelos amantes do Impressionismo. Localizado na pequena cidade de Giverny, cerca de 80 km de Paris, visitá-lo é se apaixonar, se ainda não é, por Claude Monet.

Mesmo que seja apenas entrar nesse mundo, dentro do conceito de experiência estética, bater uma foto tal qual o artista, na mesma sala, entre os seus quadros, objetos de decoração da casa, e ter a sensação de sentir Monet ao seu lado, é de tirar o folêgo. 

Enquanto se observa os detalhes, a escrivaninha, a janela com vista para o seu famoso jardim de flores do campo,  as poltronas, o busto de bronze, fotografias antigas do mestre, "impressionam" pelo sentimento que toma conta de qualquer visitante.


Montagem de três fotos da sala da casa de Monet. Em cima, a sala inteira com Monet de pé ao centro. No meio, eu com jaqueta escrito o nome do blog nas costas de frente para os quadros de Monet pendurados na parede. Na última o canto esquerdo da sala com quadros, fotos e uma escultura do busto de Monet.

Monet, viúvo e com dois filhos, casou-se em segundas núpcias com Alice Hoschedé. Foi quando comprou a casa e mudou-se para Giverny. Como não é diferente nos tempos de hoje, passou por muitas dificuldades financeiras por viver de sua arte. Só a partir de 1886 sua carreira alavancou. 

Além disso, contrariando a família que queria que ele frequentasse a Escola de Belas-Artes, Monet preferiu estudar no Atelier de Suísse. Sua opção por esta escola era por ser um sistema que adotava um ensino menos formal, permitindo-lhe a pintura ao ar livre. Técnica que ele desenvolveu com maestria criando em sua casa o cenário natural para as suas telas.

Percorrer os canteiros é não dar descanso para a câmera fotográfica, tal a exuberância das flores encontradas. Estar no jardim é sentir-se modelo das telas de Monet no mesmo cenário do lago das plantas aquáticas e da ponte japonesa. Telas em que ele tanto retratou, através da pintura, a sedutora e enigmática Ninféia. Cenário de cores que não se distinguem, mas dão um tom inconfundível ao lago. 

As flores, mesmo que sejam replantadas, traduzem a imagem vista nas pinturas. Os quadros expostos na casa são réplicas, já que os originais estão nos museus, e por isso mesmo o envolvimento é surpreendente. 

E para que tantos se encantem, há os que cuidam e limpam a vida que nasce da terra e da água, criando o romantismo das flores de quem passa poucos, mas intensos momentos mágicos.

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Fachada da casa de Monet em cor de rosa, venezianas e escadas em cor verde. Canteiro de flores rosas próximo da escada e canteiro de flores vermelhas na frente da casa.
Eu subindo a escada de entrada na Casa de Monet rodeada de flores rosa, roxa e branca.
Foto panorâmica da sala com pinturas na parede com os quadros de Monet.
Área externa do jardim da casa de Monet. Vegetação verde com flores coloridas.
Foto de visitantes na ponte japonesa entre muitas plantas em tons de verde.
Corredor externo do jardim de flores do campo coloridas com a casa de Monet nos fundos
Montagem de duas fotos com trabalhadores limpando as águas do lago e outro regando canteiro de flores.
Eu, usando calça comprida preta, blusa laranja, bolsa vermelha, no centro de compras do Museu e Jardim de Monet segurando a réplica de um de seus quadros.