domingo, 30 de julho de 2017

Assisti ao filme Jackie


Foto de Natalie Portmann no papel de Jackie e ao lado foto da verdadeira Jackie.

O filme conta os quatro dias posteriores, vividos pela ex-primeira dama Jackie (Natalie Portmann), ao assassinato do marido, o presidente Kennedy. 
Dirigido por Pablo Larrain com roteiro de Noah Oppenheim.

Particularmente, gosto mais de filmes baseados em histórias reais à ficcão. Mesmo que romantizados, prefiro a ideia da realidade vivida pelos personagens.

No filme, em questão, me incomodou a cena, bastante elogiada pela crítica, de Jackie no banheiro, limpando o rosto sujo de sangue. Não consigo crer que num hospital, dentro do cenário de gravidade do acontecimento, tenha sido ela própria a limpar seu rosto. Que não tenha passado por procedimentos e cuidados especiais de ordem médica. 

Cheguei a desligar o filme, achando muito baixo astral. Me choquei com os sentimentos que tive e retomei.

O rosto da primeira dama dos EUA, que vi na adolescência, sem chorar sob o véu preto, o glamour de uma vida a la Onassis que perpetuou a sua imagem, não me diziam que naqueles dias de morte, esta mulher poderia ter sofrido e chorado. Pior, ter querido morrer junto com o marido.

Quanta insensibilidade, a minha.

Trailer do filme


As fotos postadas recebem descrição detalhada para acesso ao deficiente visual 

sábado, 29 de julho de 2017

Bibi, Minha Cara Minha Vida


Fabiana Escobar, a verdadeira Bibi é uma mulher de personalidade forte, já teve participação ativa no tráfico de drogas, e nunca foi presa. Hoje regenerada. Esta é a personagem vivida por Juliana Paes na novela Força do Querer da rede Globo. 

A autora,  Glória Perez diz "virei fã número 1". A talentosa escritora sabe contar histórias como poucos para os folhetins de televisão. Sempre com altos índices de audiência, não seria diferente agora. Com um elenco de artistas lindos fisicamente, trabalhados nas nuances da arte técnica, poderosa e indiscutível da Globo.

Mas, e daí...

O blog Sociologia e Cotidiano apresenta uma pesquisa sobre a influência da novelas nas famílias brasileiras. "O comportamento que se reproduz na novela é o de mulheres independentes que se tornam modelos a ser imitados"...diz a antropóloga Miriam Goldemberg, no estudo.


Coincidentemente, uma das matérias da Faculdade de Jornalismo, neste semestre é Observatório de Mídia. Um estudo crítico dessa influência na sociedade embora, todos tenham a ideia da informação absorvida mesmo sem conhecimento acadêmico. Vivemos sob o mundo midiático até mesmo na escolha da fruta da moda antioxidante a ser consumida. 

Comemos, usamos, compramos, vestimos, casamos, separamos, viajamos, imitamos, cantamos, ouvimos, assistimos, lemos (muito pouco), tomamos partido, acreditamos, desacreditamos, postamos, opinamos, guiamos nossa vida baseada na informação da mídia. E, a partir daí criamos nossos ídolos.

A mídia é tida como elemento de influência decisiva do comportamento na sociedade. E nesse quesito, o universo feminino é dos mais eletrizantes, dinâmicos, excitantes e especialmente sedutor.


Gisele Bundchen mudou todo o olhar do mundo das modelos. Levou consigo uma geração de meninas atrás do sonho de ser uma top model.



Achar que a felicidade está em desfilar como rainha da bateria, com uma coleira de Eike Batista no pescoço, também percorreu muitas mentes femininas.

Quem se envolve nas questões sociais dos presídios femininos no Brasil sabe que as mulheres presas, por tráfico de drogas, estão ali por terem se submetido, por amor ou medo, aos seus homens traficantes.  É comum ver lindas meninas entrando no Forum para assistir audiência de seus namorados ou maridos presos. O tipo é esse mesmo: calças coladas no corpo, saltão, cabelos compridos, brincos.  Elas se fazem lindas para seu homem. A realidade é que não é linda.

Juliana Paes está cada dia mais maravilhosa. Corpo escultural, simpática, fazendo um personagem gênero romântico/inocente, com uma força de vontade interior invejável. No papel de uma heroína saída do mundo do crime sem ter sido presa, mulher fiel ao marido, mãe exemplar, se entrega ao tráfico por amor ao seu homem. Por amor fazemos qualquer coisa. A paixão é assassina da razão e ambiciosa pelo poder.

É o glamour do mundo do tráfico de droga. Quantas meninas não sonham com este papel na vida real? Passível de influência ou não?


Nota: A questão aqui, não é a vida real de Fabiana, Juliana ou da autora da história, e sim a influência do assunto na sociedade.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Rússia: estudante de jornalismo conta suas impressões sobre o país da Copa

Esse é um texto publicado originalmente na REVI - Revista Eletrônica da Faculdade de Jornalismo Bom Jesus/Ielusc
Por Raquel Ramos



"Sol da meia noite" na Praça de Tallinn, na Estônia

Em uma viagem podemos não entender tudo o que ouvimos, nada do que lemos, mas jamais esqueceremos o que vimos e, principalmente, o que sentimos. Essa é uma frase que costumo repetir sobre o que eu penso a respeito de viajar. Em relação à Rússia, mais do que nunca, ela se encaixa perfeitamente. O idioma russo é escrito em alfabeto cirílico, originário do grego e do hebraico com 33 letras. Veja, por exemplo, como é escrever ALFABETO RUSSO: РУССКИЙ АЛФАВИТ. Mesmo sem entender o idioma, parti, numa viagem feita em três etapas, para conhecer mais dessa rica cultura.
 
"Sol da Meia Noite" em Helsink na Filândia
Primeiro rumamos para Helsink, na Finlândia e ali as surpresas já foram surgindo, a começar pela travessia de Ferry Boat para Tallinn, na Estônia. Esqueça todas as experiências que você possui com transporte em balsas brasileiras... Entramos em um navio quebra-gelo, meio de transporte normal para aquela região de rios congelados pelo inverno rigoroso.

A surpresa maior nessas duas primeira cidades foi vivenciar o chamado "sol da meia-noite". Não existe noite escura como estamos acostumados a ver. O fenômeno acontece nos meses de junho e julho nos dois polos, Norte e Sul. A fantasia, em torno desse fenômeno, fica por conta do filme com o mesmo nome, estrelado por Mikhail Baryshnikov, em 1985, e o livro Noites Brancas, de Dostoiesvki.

O sol se põem, mas não desaparece. Às duas da manhã, quando você pensa que vai escurecer, o dia começa já está amanhecendo. É  "um dia que não escurece, uma noite que nunca chega", como descreve o  instagram de @racielneto.

De Tallin a São Petersburgo a viagem foi feita de ônibus. Na  fronteira com a Rússia, o controle é bastante rigoroso. É necessário passar por três guaritas para conferência dos passaportes. O procedimento é tenso. Antecipadamente fomos avisados para descer e tirar os óculos de sol diante do funcionário que olha demoradamente para a foto do passaporte e para a pessoa, a fim de comparar se não há fraude. Em seguida, confere a autenticidade do passaporte utilizando vários tipos de scanner.

Uma das passageiras, antes de embarcar no Brasil, havia extraviado seu passaporte e viajou com um emitido com urgência na Polícia Federal. Este era de cor diferente dos demais e tinha uma inscrição que dizia "Provisório". A brasileira teve que responder a várias perguntas, misturando seu inglês e alemão e deixou gravada uma explicação sobre o ocorrido. Enquanto isso, outros soldados entravam  dentro do ônibus para a vistoria. É desses momentos em que você sabe que não fez nada de errado, mas pensa: "e se eles "invocarem" com alguma coisa?"  

Ali, na fronteira, recebe-se uma ficha de autorização para permanência no país, que deve obrigatoriamente ser apresentada no aeroporto quando da saída. A recomendação é: perca o passaporte, porque dá para fazer outro na embaixada, mas não perca essa ficha.

Enquanto tudo isso acontecia, eu só pensava no quão austero e tenso devia ser passar numa fronteira como essa em tempos de guerra, ou quando ainda o país era governado pelo sistema comunista. Enfim, com tudo resolvido continuamos até chegar a São Petersburgo.


Um mergulho na cultura russa

A visita a São Peterburgo durou três dias, para conhecer a cidade dos palácios de Pedro, O Grande, e Catarina, a Grande, o famoso Museu Hermitage e fazer alguns passeios. A partir dali o percurso até Moscou foi feito por cruzeiro fluvial, um programa chamado “Por entre rios e lagos na rota dos Czares”.

Nesta terceira etapa, passamos por quatro pequenas cidades do interior da Rússia, a passagem por 16 esclusas, que são represas ou câmeras de concreto, com duas enormes comportas de aço nas extremidades.  Elas formam um canal de passagem para possibilitar a navegação quando há grandes desníveis no rio. Uma se abre para entrar a água e elevar o nível e então fechar a outra. O funcionamento é semelhante a um elevador aquático. Sem essa arte da engenharia, não seria possível navegar nesses rios. 

Depois de passar a entrada no famoso Rio Volga, chegamos ao destino. Durante a maior parte desse trecho, que durou sete dias, o efeito da noites brancas continuou nos acompanhando. Sentar nos decks do navio ou nas salas envidraçadas para apreciar aquela visão, que a cada dia parecida nova, era incansável.   

O navio utilizado era pequeno, com capacidade para 200 passageiros. Havia confortáveis ambientes de bar, biblioteca, sala com wifi, embora de pouca potência, e atividades envolvendo os passageiros com a cultura russa. Foi ali que tive a oportunidade de ter algumas aulas do idioma russo, aprender mais sobre a história do país. Também participei de coral e dança folclórica e, claro, não faltou a degustação da tradicional vodka. Tudo orientado por guias que falavam espanhol. Essas experiências jamais serão esquecidas. Numa viagem em que você só conhece pontos turísticos, não dá para perder a menor oportunidade de se envolver com a cultura do povo. Um mundo tão diferente do nosso, um lugar onde você pode sentir na pele a real sensação do que é ser analfabeta. É impossível ler, escrever ou entender uma única palavra. 

Foram três aulas de russo, quando nos foi apresentado o alfabeto cirílico, algumas poucas frases de cumprimentos e agradecimentos. As letras das músicas foram escritas em alfabeto latino, de modo a representar a pronúncia das palavras. Quem conseguiu escrever um diálogo com as frases ensinadas recebeu um diploma. Vale a participação, a esportividade e a vontade de se integrar.


De tão pequenas, duas cidades visitadas são chamadas de aldeias. Mandrogi e Kizhi foram restauradas para se tornarem pontos turísticos desse trecho do cruzeiro. Mandrogi tem 150 habitantes e Kizhi, 80. Fora os moradores permanentes, muitos deles provenientes da Sibéria, diariamente deslocam-se das cidades maiores, ao seu entorno, cerca de 200 pessoas para trabalhar nessas aldeias. As edificações construídas em madeira, tora a tora, encaixadas sem pregos ou parafusos e o artesanato das matrioscas são os principais atrativos. Trabalho lindo, minucioso, verdadeira arte de pintura.

Casas de madeira são muito comuns na Rússia e, por isso mesmo, o país sofreu com muitos incêndios provocado pelo material de fácil combustão.


Fazer o percurso entre as duas maiores cidades da  Rússia, São Petersburgo e Moscou, é como andar sobre águas rodeadas por florestas de pinheiros.  O transporte da madeira é feito por embarcações no rio. Chamou nossa atenção o desmatamento, bastante visível nesse trecho.

Em Goritsy e Uglish há belas construções, igrejas, campanários e um comércio de roupas de linho para o verão e de casacos e gorros de pele. Belas peças a bom preço.

Nas metrópoles, há calefação em todos os ambientes, edifícios e ônibus. A guia comentou que ninguém sobrevive sem calefação, mas no interior, as casas eram construídas com fornos de lenha, em formato quadrado, para aquecimento, e também serviam de cama para crianças, idosos ou enfermos.

Esse passeio no inverno, quando, os rios e lagos ficam congelados, é feito de trem. É preciso roupas e sapatos adequados para sobreviver. No interior, muitas pessoas são pobres e não têm condições de comprar material e equipamentos  contra o frio. Por todo o percurso veem-se belas casa à margem do rio, acampamentos onde a população aproveita seus poucos dias de verão.



Mudança de regime trouxe sentimentos contraditórios

A Rússia possui um história forte, rica e poderosa, sobrevivente de muitas guerras. É um país em transformação.

De fato, o povo russo é muito fechado. Não há como fugir dessa ideia inicial e que considero perfeitamente compreensível. Eles têm somente 40 dias de sol por ano. No inverno rigoroso, quando o dia escurece às 16 horas, todos dão muito valor às poucas horas do dia em que há luz, mesmo sem sol. Além disso, viveram o sistema opressor do comunismo, quando não podiam manifestar sua ideias, e os jovens ainda sofrem essa influência na educação recebida em casa.

Sobre a diferença  entre viver no socialismo ou no capitalismo, Lomakina de Leiva Svetiana, guia turística de Moscou, opina: "Es todo lo mismo". Segundo ela, o capitalismo era uma grande esperança para os russos. Tinham a ilusão de que seria muito melhor. Svetiana conta que seus avós preferem o comunismo, pois se sentiam mais seguros; os jovens preferem o capitalismo.

Esse sentimento contraditório das pessoas em relação aos dois regimes, parece muito presente.  Ekatarina Petrovna Ivanyuskina, também guia turística, diz que antes eles tinham o básico, o que precisavam, mas não tinham liberdade. Embora tenha um sentimento de nostalgia, por ter vivido uma infância feliz, prefere o capitalismo. Afirmou também ter sido muito dura a sobrevivência nos primeiros anos, sem emprego e trabalho para os mais velhos.

O Kremlin é uma fortaleza. Há vários kremlins por toda a Rússia. Em Moscou, o palácio do governo russo está localizado dentro Kremlin de Moscou, formado por suas  muralhas, na Praça Vermelha. E sobre a Praça Roja, há também uma curiosidade, que eu desconhecia. O nome Praça Vermelha não se refere às construções rubras, mas porque “rojo”, em russo antigo, significa bela, portanto, é a Praça Bela.

Dizem os russos que, se eles são o maior país em território, têm a maior capital e a maior população do mundo, precisam ser a maior nação. E quem tiver a oportunidade de visitar a Rússia não terá dificuldade em entender o sentido desta frase. É só olhar em volta.  Todos os monumentos históricos e igrejas vêm de sucessivas reconstruções. Destruídas por sucessivas guerras, as edificações parecem intactas, como se fossem novas. Isso me faz crer que Moscou se renova não só para o Mundial de Futebol do próximo ano, mas para todo o sempre.


 
Entrada no Rio Volga

Praça Vermelha de noite - Moscou

Salão dourado do Museu do Hermitage

Palácio de Catarina, a Grande

Pintora de matriosca

Igreja em tora de madeira em Hirzh


Acesse o link da reportagem para ver mais fotos.







terça-feira, 25 de julho de 2017

O SuperLinda pelo mundo - MONTEVIDEU - Uruguai


Monumento a Artigas

Registrando a viagem de Letícia Rieper e Guilherme Devegilli para o Uruguai. Visite o canal Perambulando

Este é um dos destinos mais privilegiados para turistar da América do Sul. Em Montevidéu, caminhar pelas Ramblas, em torno do Rio da Prata, margeando toda aquela imensidão a ponto de nos colocar em  dúvida, se é um rio ou um oceano.

Impossível sair de lá, sem comer a parrillada, o autêntico churrasco uruguaio com sua carne inigualável. 

Comida quente, feita no fogo em brasa, acompanhada de vinho tinto, ambiente próprio para os dias de frio desta época de inverno. 

Sorvete? Pode até parecer contradição, mas é de sabor refinado, feito com a melhor produção lacticínia da região.

Amigos que fazem do #SuperLinda também um blog de viagem.





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