sábado, 30 de julho de 2016

Dança, Joinville

                          

As melhores cenas do festival de Dança de Joinville também podem ser vistas nas ruas. 

Sobre a passarela Charlote, em frente a entrada principal do Centreventos Cau Hansen um casal de bailarinos posando para fotos, descontraídos e sorridentes, fazem um espetáculo literalmente à parte.

Dança, Joinville é uma composição de Paulo David Garcia, com a colaboração de Daniel Lucena e Valnei Varaschim lançado como hino do festival pela Fundação Cultural na gestão de Zelândia (Mila Ramos) Ramos dos Anjos.

Dança, Joinville
Dança o meu coração
A Vida é um palco, movimento e emoção
As flores da cidade vão dançar com você
Vem pra Joinville, nós queremos te ver
Prá dançar, dançar, dançar e ser feliz
Festival de emoções do meu país
Prá dançar, dançar, dançar e ser feliz
Festival de emoções do meu país


                         vídeo com o audio do hino

                            
                     
                                       
                            
                    
                   
Descrição detalhada das fotos para acesso do deficiente visual (para saber mais clique aqui  1- as fotos são do casal de jovens dançando na passarela Charlote em frente ao Centreventos, vestidos com roupa de dançar.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Um restaurante sem nome e sem placa


       



Nos fundos de uma borracharia, em Cuiabá (MT), na Rodovia dos Imigrantes, Distrito Industrial, próximo ao DETRAN, calor de 35ºC, próximo das 11h30, sem possibilidade de sair dali para almoçar e o estômago reclamando de fome. Esta era a situação. 

O local apontado para comer lembrava um galpão de ferro velho abandonado. Parecia ser qualquer coisa menos um local adequado para uma refeição. Mas a recomendação vinha de quem conhece:

- Ali tem uma "comidinha" bem boa, disse o motorista que estacionava o seu caminhão. 

O que se avista ao entrar na cozinha é um ambiente oposto à impressão causada do lado de fora. O cheiro vindo do fogão à lenha, o brilho das panelas, o detalhe da mesa rigorosamente limpa e arrumada desfaz toda a má impressão inicial, aguça ainda mais o apetite e não há quem saia dali sem antes se fartar da deliciosa comida servida sobre descanso de panelas improvisadas de caixas de ovos. A cozinheira Roberta, que fazia o almoço no lugar de Dona Gorete, afastada por estar doente, disse que já estava tudo pronto, faltando apenas a salada:

- Mas já podem ir se servindo, disse ela educadamente.

Arroz, feijão preparado com carne do sol, costela cozida com aipim, salada de alface, tomate, beterraba, ao preço de R$15 por pessoa. A curiosidade se estabelece, começam as perguntas, e Roberta, de fala calma e tranquila, responde que nunca sabe quantas refeições serão servidas. Prefere sempre fazer a mais e, o que sobra, se não puder ser congelado, é dividido entre os empregados.

- Tem bife e ovo caipira frito também, se quiserem, disse Samuca, o dono da borracharia e também do "restaurante".

Se aproximando da mesa ele traz um moringa de alumínio de água super gelada, fazendo propaganda da cachaça com casca de jatobá que ele mesmo prepara.
Não provar da bebida pareceu ser ofensivo tal o orgulho com que Samuca falou da sua especialidade. E não deixou por merecer um elogio. Rindo ele ouviu o mote:
- Uhum, desceu redondo. 

E não é só isso que esse homem de riso fácil faz. Diariamente, às seis horas, antes de começar na oficina, ele vai ajudar no atacadão de frutas e verduras próximo de sua casa. Em troca do  seu trabalho recebe dos feirantes caixas de produtos de hortifruti granjeiros considerados ruins para a venda nos supermercados.

- Outro dia, contou Samuca, trouxe de lá três caixas de cebola. Espalhamos no sol, tiramos as cascas que não estavam boas, e todos os empregados da oficina levaram cebola pra casa. Já dividimos caixas de mamão, tomate, banana. Lá tem muito desperdício que pode ser aproveitado. Tem muita gente por aí passando fome, disse. Samuca completou contando sobre um vizinha com sete filhos pequenos, sem emprego e sem marido, que eles ajudam com esses alimentos. 

- Aos sábados, continuou ele falando de maneira animada, fazemos caldo de mocotó e vamos todos lá pra feira. 

- Para vender?, mais uma pergunta da curiosidade.

- Não. A gente serve o caldo entre os que nos dão as frutas e verduras. Um ajuda o outro.

Mais uma lição de vida de um trabalhador brasileiro.







terça-feira, 26 de julho de 2016

A disputa entre Sol e a Lua



A mesma paisagem, o mesmo céu, o mesmo sol que nasce e se põe,  sobre a palha seca do milho colhido, 100 km acima de Campo Novo do Parecis, MT, a 500 km de Cuiabá, próximo à Bolívia e do Estado de Rondônia, o SuperLinda deslumbra-se diante de um espetáculo da natureza.
Como quem disputa pelo direito de brilhar por mais tempo, o dia amanhece com a lua sem vontade de ir embora e o entardecer com o sol insistindo em ficar.
É o #SuperLinda pelo Brasil afora.


     


domingo, 24 de julho de 2016

SuperLinda - A REVISTA DA BLOGUEIRA RAQUEL RAMOS

                   

Uma revista com elaboração do projeto gráfico, de 12 a 16 páginas, com capa, índice, editorial, textos ou fotos da internet ou da autoria do aluno, justificativa das fontes, cores, público-alvo, apresentação das escolhas feitas e o projeto impresso. Assim foi a orientação recebida para o trabalho de final do semestre da matéria Planejamento Virtual.

O objetivo do SuperLinda com a faculdade de jornalismo é o aprimoramento e a qualidade do blog. Assim sendo, não haveria escolha mais adequada senão os textos, fotos e o nome de SuperLinda para a revista. Com a colaboração de colegas na diagramação, o protótipo saiu. É mais uma possibilidade de avanço que se vislumbra.

A revista impressa é uma forma de atingir um público que ainda nos tempos de hoje não lê o SuperLinda na versão digital. Este objetivo surgiu das lembranças de ter impresso posts do blog, mesmo não tendo o formato de uma revista, para quem não "quer saber de internet".

SuperLinda, a revista da blogueira Raquel Ramos, é um projeto ambicioso, uma pretensa revista, tudo na base do "se": se acontecer, se for possível, se vir a se realizar. De concreto, apenas a ideia e a intenção. É só imaginá-la impressa e folheá-la.

Seja como for, aconteça o que acontecer, essa primeira edição, ainda que só como trabalho da faculdade, é dedicada à amiga Wilma Miranda von Linsingen, que não "quer saber de internet".

Descrição detalhada das fotos para acesso do deficiente visual (para saber mais clique aqui - 1 - capa da Revista SuperLinda predomina a cor verde  e a primeira página da revista com o índice dos artigos. 2 - Página com o editorial e o primeiro texto "minha vida de blogueira está por um fio" com fotos das estatísticas de acesso do blog. 3 - Página do texto "Li o livro - Livros de receitas para mulheres tristes"com foto do livro que foi lido repleto de anotações. 4 - final do texto anterior com a capa do livro e comentário do blog de Paula Bastos; foto do caminhão com a camiseta do blog superlinda iniciando o texto Superlinda pelas estradas do Brasil afora. 5 - continuação do texto com fotos do SuperLinda na cachoeira de Nobres (MT) e colhendo manga do pé. 6- texto Assim é Alter do Chão com foto da praia do rio Tapajós, e início da reportagem viagem em grupo pode ter um final feliz.

sábado, 23 de julho de 2016

SuperLindando em Cuiabá - MT


_"cabouuuuu"....é o que dizemos para uma criança que "acabou" de comer um prato inteiro de um gostoso alimento, ao final de um filme, de um passeio no parque.
Assim também é o final de férias e de mais uma viagem do SuperLinda pelo Brasil Afora. Cultura, conhecimento, risadas, espera, confiança, cumplicidade, aprendizado a cada km rodado.
Enriquecimento que dinheiro algum paga. Carícia para a alma. Leveza para novos enfrentamentos.
O SuperLinda em Aeroporto de Cuiabá - MT, turistando nas lembrancinhas. 
                          
                          



sexta-feira, 22 de julho de 2016

Nem todo branco no chão é neve


No Brasil, branco no chão, tal qual neve de cartão postal, é algodão plantado em terra fértil.
Paisagem que só vê quem viaja pelas estradas deste Brasil afora.
BR 364 - Cândido Rondon - MT


      
        

terça-feira, 19 de julho de 2016

Pare na barraca "Espetos da Rose"




Rose é dona da barraca “Espetos da Rose”, a mais conhecida às margens da BR-364 no alto da Serra de São Vicente, em frente à Escola Agrícola Federal de Cuiabá (MT). A casa onde Rose mora está como que protegida pela igrejinha vista pela janela dos fundos de dentro da barraca. 

Ela tem 30 anos, três filhos homens: o mais velho com 14 e o mais moço com sete anos. Dois casamentos. De estatura baixa, cabelos negros, lisos e longos; sorridente, simpática e falante. Linda, jovem, com a espontaneidade de uma criamos. Muito jovem para tanta experiência de vida. Em pouco tempo de conversa, percebe-se que só com uma força desse tamanho é possível sobreviver a uma vida na beira da estrada. 

A barraca fica aberta 24 horas por dia. Serve desde café com pão, mortadela, linguiça, ovo frito, pão de queijo, salgadinho, cachorro-quente, até o famoso espetinho que, se quiser, pode comer acompanhado de arroz, feijão e aipim.

- Devo tudo o que tenho aos caminhoneiros que param aqui para comer, disse Rose, que completa: - E eles podem se servir à vontade. Quantas vezes quiserem.

A ajudante Neia diz que Rose quer que sempre tenha muita comida à disposição dos caminhoneiros.

- Não pode faltar nada. Cedo ela já deixou o molho do cachorro-quente pronto, só para colocar a salsicha e subiu pra casa. Foi fazer o serviço de lá.

Rose começou sua vida vendendo pamonha e pokan de carriola no meio do asfalto. Todos os dias ela era ameaçada de ser presa pela Polícia Rodoviária, que a mandava ir para o acostamento - no mesmo acostamento onde ela deixava o filho protegido sob um guarda-sol. Perguntada sobre o que é carriola ela respondeu: “Carrinho de construção”, apontando para um objeto também conhecido como carrinho de mão. Contou ainda que no final do seu primeiro dia de trabalho ganhou R$ 5 e andou 5 km até uma vendinha com o filho de seis meses no colo para comprar leite e Maizena para engrossar a mamadeira, e ainda ficou devendo R$ 1.

- Quase que o dono do mercadinho não me vendeu, achando que eu não ia voltar para pagar, disse Rose.

Falou com orgulho dos bens materiais que possui hoje. Resultado de 10 anos de muito trabalho. Mesmo assim, ainda hoje, acorda às 5h da manhã "para dar conta de tudo".

- Nada funciona se eu não estiver de olho em cima, conclui ela entrando barraca adentro, mostrando tudo ao mesmo tempo em que falava e cumprimentava quem estava a se servir das delícias que vende.

Rose, uma pequena grande mulher.