terça-feira, 29 de dezembro de 2020

2020 - Um ano infernal para olhar com amor.


Arte montagem feita com uma foto minha, usando blusa roxa e jaqueta preta,  sobre imagens de cor laranjada que lembram o fogo. Sobre a cabeça os chifres do inferno e sobre os olhos um coração vermelho. No alto do card está escrito 2020 em vermelho e o título do post em preto.
 

Não importa se foi bom ou ruim a virada do ano vai acontecer. Com este texto quero juntar cacos e ideias soltas, mostrar que nem todos os desacertos do ano foram por conta do coronavírus e que 2020 não foi de todo mau para muitas pessoas. Se o seu Ano Bom estiver dentro dos critérios de viajar, festejos com a turma, compras desnecessárias e passeios em shopping, definitivamente o seu ano está fadado a ser jogado no inferno. E o melhor que pode acontecer é você rever esses conceitos.

Um dia dessa semana, desci o elevador junto com outro morador. Um homem, com idade entre 40 e 50, usando máscara, assim como eu. Ele vestia bermuda e camiseta, visivelmente suado e cansado. Nos cumprimentamos, e, talvez para justificar o seu estado, disse: "estou fazendo mudança, mas queria mesmo era estar na praia". Eu comentei: "Mas que bom terminar um ano como esse de casa nova. Isso é uma maravilha". Surpreendentemente ele falou: "O ano, para mim, não podia ter sido melhor".

Em se tratando de moradia nova, na sequência, fiquei pensando: de fato, este ano foi bom e não só para aquele morador. Muitos venderam, outros compraram. Há, inclusive, quem esteja comemorando a compra do primeiro imóvel e concretizando o sonho da casa própria. Festejando, assim, o ano de 2020. É possível que muitos não se lembrem de coisas boas, em qualquer sentido, que possam ter vivido. As ruins, alardeadas pelas mídias, foram tantas, e, infelizmente, essas marcam mais do que as boas.

Foi então que me atentei. Acostumados a sentar em frente à televisão para ver as retrospectivas do ano, a pergunta é: você já fez a sua própria? Mais do que nunca, uma retrospectiva pessoal pode salvar o seu 2020. Você lembra das promessas feitas no réveillon passado, quando em meio aos borbulhantes espumantes, distraídos, nem nos preocupamos com uma tal pneumonia que já estava matando na China? Eu não. Não lembro nem de uma coisa, nem de outra. 

Tanto faz por onde inicie essa imersão, porque ao final você vai ver que é o dinheiro, a saúde, e a família, o foco de todos nós. Vou começar pelo dinheiro, por um motivo: serei rápida. Sim, muitos tiveram perda significativa neste setor. Eu também, mas não foi por conta da pandemia e nem foi a primeira vez. Em outros anos, em outras ocasiões, no trabalho, isso já ocorreu. Não posso culpar 2020 por isso.

Da mesma maneira, tive perdas irreparáveis de pessoas que morreram. Nem todas por Covid, e nem só neste ano. Em compensação outras tantas nasceram para comemorarmos a vida. Não sei a quantidade de parabéns que enviei, pelas redes sociais, aos novos papais. Muito se alardeou sobre a quantidade de separações de casais. Mas quantos deles vêm postergando essa atitude, há anos, e agora encontraram um bom motivo: novamente ela, a pandemia. Em contrapartida, os casamentos ou decisões de morar juntos foram aos milhares. Que vivam felizes para sempre.

Mais ou menos na metade do segundo semestre fiz uma rápida pesquisa entre meus contatos de WhatsApp com uma única pergunta: "Quem pode responder de maneira rápida e objetiva o que de fato e forma substancial mudou em sua vida desde que começou a pandemia"? Foram 280 pessoas. Homens e mulheres de faixa etária diferentes e de diversas categorias profissionais. Educação, saúde, aposentados, profissionais liberais, comércio, jornalistas.

Algumas respostas me chamaram a atenção. Com extrema sinceridade alguns responderam simplesmente "nada" ou "não sei dizer". A grande maioria destacou a forma como passou a olhar o próximo, a família, a liberdade, reflexões sobre valores da vida. Incrível a quantidade dos que passaram a cozinhar. Em uma loja de utensílios domésticos, de Joinville, a atendente comentou que nunca venderam tantas panelas. As pessoas, em casa, fizeram desta prática uma solução para as suas necessidades e prazer.

No que diz respeito à família, a resposta de Silvio Melatti, professor e jornalista, foi distinta. Por ser homem, por estar habituado à rotina fora de casa e pela demonstração de sensibilidade. Ele disse: "Por incrível que pareça, e contra todos os relatos que tenho ouvido, para mim melhorou o convívio familar". E acrescentou uma explicação: "Tenho duas filhas adolescentes, e a relação não era das mais harmoniosas. A pandemia baixou o nível de estresse (correria, compromissos, logísticas, etc), serenou os ânimos e abriu diálogos mais densos".

Continuando a minha auto retrospectiva: Não pude viajar e reclamei disso o ano inteiro como se esse fosse o único ano da minha vida que eu não tivesse viajado. Não fosse a pandemia, eu também não teria ido já que precisei readequar meu orçamento. Além disso, em outros tempos não saí por ter de trabalhar, por ter filhos pequenos, por ter marido que não gostava de viajar. Agora estou aqui, assim como tantos outros colocando a culpa no coronavírus e querendo assassinar 2020.

Ainda na pesquisa, o assunto educação, alunos e pais foram os mais focados. Nesse aspecto nada sofri. Já não sou aluna, nem professora e não tenho filhos em idade escolar. Mas reconheço que essa categoria sofreu e teve que realmente se adequar. Penso que a aprendizagem dos alunos ficou prejudicada, no mínimo, a das crianças de até 10 a 12 anos. Nessa relação algo parece bem definido: Professor entendeu que ensinar 30 crianças dentro de uma sala de aula é infinitamente mais fácil do que em aula online. Enquanto os pais, compreenderam o valor do tempo que a criança passa na escola e que eles próprios não servem para ser professores dos seus filhos.

Enquanto a dúvida sobre o ano letivo se disseminava ruidosamente em grupos, reclamações fervilhavam nas ouvidorias. Uma colega do Paraná, que prefere não se identificar, conta do susto que tomou quando viu seu nome no rol da Ouvidoria da escola que trabalha. Depois de passar longos minutos explicando para uma mãe as dificuldades do momento, leu que "com a fulana de tal não adianta falar porque ela não faz nada". Sem nenhuma solução imediata, a professora Deisemara Sebold, da  rede municipal, ligada à Secretaria de Educação de Joinville, relata sobre os dias que trabalhavam além da meia noite. "Tudo era novo, nos pegou de surpresa. Foi assustador tanto para os alunos quanto para nós. Tivemos de adequar o novo sistema, na base do erro e do acerto", disse ela.

Sobre essa questão, Vânia Regina Piske, 40 anos, respondeu na enquete: "Tive de aprender a dar aula para o Eduardo, 8 anos. Para mim foi uma mudança total, porque não sou professora". Nesse final de ano ela me surpreendeu com uma postagem, no Facebook, onde mostrou o boletim do filho e escreveu: "Download concluído com sucesso. Ano difícil e de superações. Tive de aprender a ensinar, enfim, eis o resultado de todo o esforço. Dedicação dos pais, alunos, professores e colaboradores. Agradeço imensamente a Escola Municipal Professora Laura Andrade por todo apoio e 2021 que nos aguarde, porque estamos mais fortes". Isso é orgulho, é auto estima elevada, é otimismo e reconhecimento ao trabalho de todos da escola.

Para alguns, foi a mudança na relação de trabalho o que mais impactou. Neste item, os jovens foram os que mais se manifestaram. Mesmo sendo mais familiarizados com a tecnologia ainda assim sentiram falta do contado pessoal.

No início da pandemia quando tudo parecia ruir aos seus pés, Jéssica Ramiro Pereira, jornalista, 23 anos, mudou de emprego e viveu uma situação inusitada: "Comecei no trabalho novo já fazendo home office sem conhecer direito meus colegas". E por isso, continua ela, "é tudo um pouco frustante porque dificultou meu aprendizado sobre os processos da empresa e da minha função". Confessa que tem dias que é bem difícil lidar. Do ponto de vista emocional, Jéssica fala que "minha ansiedade aumentou comparada ao ano passado. Tive várias crises de irritabilidade nos últimos meses". Associa isso ao fato de não poder viver normalmente e por não estar entre as pessoas de forma física.

Enquanto a professora e jornalista Marília Crispi de Moraes cita a mudança radicial de aulas presenciais e o reflexo na saúde. "A diferença que mais senti foi no trabalho remoto, pois não há contato presencial com alunos e colegas. Videoconferências sucessivas cansam" diz ela. Como consequência sentiu a visão piorar nesses últimos meses e acha que o problema está relacionado com o tempo excessivo diante das telas, por isso já marcou consulta no oftalmologista.

Dominício de Freitas Neto, do ramo de restaurantes, diz que está trabalhando três vezes mais e ganhando duas vezes menos. Enquanto Leonardo Fernandes, da área de comércio de produtos de construção comemora o aumento nas vendas. "Bati a meta pessoal duas vezes", diz ele. Porém do ponto de vista emocional se diz fragilizado por não saber o dia de amanhã. De mudança e coragem, a de Gustavo Tapioca, não pode deixar de ser mencionada. Há anos trabalhando de carteira assinada, o sonho de muitos desempregados, ele pediu demissão para empreender no comércio de lojas de conveniências. Encontrou na pandemia a possibilidade de ampliar o negócio que era explorado pela esposa. Hoje, ele trabalha mais, tem outras preocupações, mas está muito mais satisfeito.

Frustração por planos não realizados existe dentro de todos nós. Mas foi o comentário de Gustavo Schwabe que marcou como um desabafo: "TUDO! Desde janeiro tínhamos começado uma vida itinerante, deixando casa e empregos para correr o mundo só com uma mochila nas costas. Neste primeiro ano iríamos correr o mundo cruzar a América Latina, começamos pelo Uruguai mas quando chegamos na Argentina a crise explodiu, a quarentena começou e estamos sem poder sair de Bariloche desde então".

Gustavo e Amanda Santo pediram demissão dos seus empregos formais, vinculados à empresas de mídia jornalística, para viver uma nova vida e não uma aventura. No projeto, o que não faltava era trabalho. Trabalho para se manterem, para alimentar a curiosidade, a necessidade de descobertas e informação que há dentro do espírito de jornalistas, que são. Nos meses que ficaram lá, criaram a revista Caminhos do Mundo. Aqui nesse link está a última edição feita em Bariloche. Um trabalho especial, emocionante, sem ser piegas, de amor, com roteiro e dicas imperdíveis para qualquer viajante. Tendo que dar continuidade no tempo parado, a contradição da expressão é verdadeira, eles disseram sem medo: "Nossos planos tiveram que ser todos adaptados a essa nova realidade, seguimos com o plano de viver na estrada, mas agora sem saber quais ou quando serão os próximo destinos. Mais do que nunca, vivemos hoje um dia de cada vez aprendendo a valorizar as coisas que realmente importam...".

E assim o ano passou. Tanto para quem aprendeu quanto para quem estagnou. Aos jovens a letra da música que diz "quem espera que a vida seja feita de ilusão" entrou "goela abaixo" fazendo sentido mais cedo do que poderiam imaginar. Quanto aos adultos, eles já sabem que o mundo gira, pandemias vêm e vão e que "estabilidade é um sonho" como disse um amigo, acometido de covid, neste domingo. Ele se referia aos altos e baixos da vida, seja por dinheiro, por saúde, e até mesmo encrencas familiares.

Fica o aprendizado de que até ele, o aprendizado, terá de ser renovado com outras mudanças que virão porque a vida é mutante. Neste ano, eu confesso, chorei, me assustei, tive medo, quis brigar com o mundo. Não adiantou espernear. 2020 me nocauteou dentro de casa. Mas também me beijou, me abraçou, me deu assunto para escrever e a possibilidade de eu chegar aqui e lhe desejar Feliz Ano Novo. Por fim, assim como em todos os anos anteriores, não vou assistir as retrospectivas dos jornais e reportagens televisivas. Lamentação não leva ninguém a lugar algum. Não olhe para trás. Mais uma vez afirmo que inverter meus pensamentos se tornou minha especialidade.



Legenda de foto para acesso do deficiente visual. #pracegover.  Arte de Leticia Rieper.

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Dados da pesquisa : 

Total de 280 pessoas receberam a minha pergunta. 

Destes 81 eram homens e 199 eram mulheres.

42 Homens com menos 60 anos não responderam

13 Homens com menos de 60 anos responderam.

17 Homens com mais de 60 anos não responderam.

9  Homens com mais de 60 anos responderam.

80 Mulheres com menos de 60 anos não responderam.

40 Mulheres com menos de 40 anos responderam.

54 Mulheres com mais de 60 anos não responderam.

25 Mulheres com mais de 60 anos responderam.



 


segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

A cultura dos filminhos de Natal - P2 - O beijo sob o visco

Card de fundo vermelho. No centro foto minha segurando, no alto da cabeça, um ramo de visco e jogando um beijo. No fundo uma árvore de Natal e um poster do Papai Noel na parede branca. Na parte de cima do card está escrito em letras brancas Feliz Natal, na parte de baixo "O beijo sob o visco" e o nome do blog SuperLinda.

A tradição é européia, mas está espalhada pelo mundo inteiro através dos filminhos de Natal. Diz a lenda que devemos pendurar um ramo de visco sobre uma viga ou vão da porta de casa durante o período natalino. Se duas pessoas passarem ao mesmo tempo debaixo do ramo devem trocar um beijo em sinal de amizade.

Isso trás sorte e acreditam que os casais que se beijam debaixo do visco vão ter o amor eterno de seu parceiro. Está é mais uma história que vem dos países escandinavos, mas especialmente da Inglaterra, onde esse ritual é visto como promessa de casamento, felicidade e longevidade.

Não se sabe ao certo como a tradição do beijo chegou à Inglaterra, mas já no século XVIII era bastante popular. Uma planta associada à vitalidade e à fertilidade desde os primórdios de nossa era. Algumas culturas antigas, como a grega e a romana, tinham o visco como planta medicinal que curava qualquer mal. Para os vikings do século VIII, ela tinha o poder de ressuscitar as pessoas.

Visco é um arbusto de região fria, também chamada Mistletoe. Suas flores nascem em forma de frutinhas vermelhas ou brancas, usadas como enfeite no Natal. Se é bom, se é magia,  porque não acreditar e praticar?

Feliz Natal do blog SuperLinda.


Link do Youtube - Uma propaganda da Coca Cola - Mistletoe



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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

113ª Flag para o SuperLinda - Malta

Arte feita com superposição de imagens. Ao fundo o mar das praias e da cidade de Valleta. Sobre ela o print do registro da flag do Superlinda, no site Flagcounter, de cor branca com gráficos de cor azul. Na parte superior, lado esquerdo, a bandeira do Brasil e lado direito a bandeira de Malta de cor metade branca, metade vermelha com escudo de cruz de Malta sobre o de cor branca, lado direito.Na parte superior do card está escrito, em letras brancas, o  título do post e na parte inferior o nome do blog.



Malta está localizada na região do Mediterrâneo entre a Sicília e a costa norte da África. É um dos menores países do mundo com 316 km2 e uma população estimada em 514 mil habitantes. O que faz deste país o quinto no mundo com maior densidade populacional.
 
Esta ilha mediterrânea é destaque como destino de turismo pelas paisagens de extensas áreas verdes e praias maravilhosas. Embora pequena, ela tem muito a oferecer começando pela capital Valleta, declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. 

Fundada em 1566 ela é cercada por fortificações e a maior parte das suas construções é em estilo barroco. Tem o centro urbano traçado por ruas estreitas, de subidas e descidas. Fortes, igrejas, palacetes e praças com o ar de nobreza das cidades européias.

Por sua posição geográfica, entre a Sicília e a Tunísia, Malta foi palco de um passado de guerras e conquistas que trouxeram enriquecimento patrimonial e cultural especial a sua história. A marca da passagem dos fenícios, que dominaram o comércio do Mediterrâneo e fundaram Cartago, mais a chegada dos gregos, romanos, árabes, deixaram essas marcas. 
 
Malta conta com um grande número de fortalezas, templos pré-históricos. O Hipogeu de Hal Saflieni, por exemplo, é o único templo subterrâneo pré-histórico conhecido. Um complexo de corredores e câmaras funerárias.

Fora o extenso e belo acervo arquitetônico e cultural, Malta é um ótimo destino para quem curte esportes naúticos, golfe ou só para quem quer relaxar em seus muitos spas e clínicas de tratamento. 

Outro ponto que também não decepciona é sua rica gastronomia. A variedade é reflexo da proximidade e influência de várias povos. Pescados, pães, vinhos, o queijo Gbejniet mesclam-se para criar uma mesa rica, saudável e muito saborosa.


Link da foto wikipédia foto panorâmica da cidade de Valleta. Mar e céu azul e em primeiro plano as fortalezas históricas.


 

Link de vídeo do Youtube - Canal de Tiago Lopes - Título: O país amarelo que você precisa conhecer.




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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

A Cultura dos filminhos de Natal - P1 - Mingau de arroz


Arte feita com um pote de mingau de arroz polvilhado e com pedaços de canela em pau, entre enfeites que lembram o natal. Cores amarela, vermelha, madeira e nude. Sobre a imagem, na parte de cima, está escrito Mingau de arroz e amêndoa celebram o amor no Natal, abaixo a indicação para conferir no SuperLinda.

Depois de um ano de muitas preocupações, perdas, dores e inseguranças, assistir os românticos, aguados e transparentes filminhos de Natal funcionam como um alento para a alma. 

Foi em um deles que ouvi sobre o mingau de arroz, uma tradição sueca. Quando o mesmo assunto se repetiu em outro filme, não resisti a tentação de buscar mais informação. E tudo tem uma história.

O mingau de arroz é servido na véspera de Natal, para os membros ou amigos da família. O detalhe está na única amêndoa descascada e adicionada ao pote antes de servir. Quem a encontrar se casará nos próximos doze meses. 

Não é preciso dizer que coincidentemente é no porção do mocinho ou da mocinha que a amêndoa será achada. Ambos se olham, fazem ar de surpresa, sorriem, se beijam e vivem felizes para sempre, assim como em nossas fantasias. 

Chamado Risengrød, na Dinamarca, e Risgrynsgröt, na Suécia, a lenda diz que as sobras devem ser ofertadas ao Nissi ou Tomte, uma pequena criatura mítica, que lembra um duende, do folclore escandinavo. Acredita-se que cada lar tenha um nissi. Segundo a tradição, ele protege as crianças e a casa do camponês, especialmente à noite, quando estão dormindo, protegendo-os da má sorte.

Abaixo repasso as receitas (não testadas) do mingau e do pudim de arroz para a sua sobremesa do jantar de Natal. Por que não um pouco de renovação, atitudes e diferenças culturais nos hábitos natalinos de 2020?. 

Após o preparo não esqueça de uma única amêndoa branca no mingau antes de servir, especialmente se houver membros da família que gostariam de se casar no próximo ano. Cabe a você a decisão de ludibriar a lenda e dar para o candidato mais provável a porção premiada. Afinal, milagre de Natal existe dentro de cada um de nós.


Receita do Mingau

1 ½ xícara de água 

1 colher de sopa de manteiga  

½ colher de chá de sal

1 xícara de arroz glutinoso de grãos curtos - arroz próprio para comidas orientais ou arroz basmati.

4 ½ xícaras de leite

canela, açúcar e manteiga à gosto.

 

Modo de fazer

Lave e escorra o arroz.

Em uma panela de fundo grosso, coloque 1 ½ xícara de água, manteiga e sal para ferver rapidamente em fogo alto.

Despeje o arroz, mexendo sempre para evitar grudar.

Abaixe o fogo, mexendo o arroz até ferver e reduzir a fervura.

Cubra a panela e cozinhe por 10 a 15 minutos até que o arroz tenha absorvido a maior parte da água.

Adicione o leite ao arroz, mexendo para incorpar. Leve a mistura para ferver, mexendo sempre. Iniciada a fervura, abaixe o fogo.

Depois, cubra o pote e deixe cozinhar, sem mexer, por 45 minutos. Observando para não deixar queimar.

Sirva quente com a canela, o açúcar e a manteiga a gosto. Você também pode servir com leite frio derramado  por cima.

 

Pudim de Arroz – Sobremesa para a ceia de Natal

1 laranja bahia

1 ½ xícara de chá de arroz

1 embalagem de mistura para pudim Fleischmann

5 colheres de sopa de vodka 

Para a calda:

400 g de cereja frescas

½ xícara de chá de açúcar. 

 

Modo de fazer

Raspas da casca da laranja (com cuidado para não raspar a parte branca) e leve para cozinhar em fogo alto junto com o arroz e 500 ml de água. Quando levantar fervura, abaixe o fogo e cozinhe com a panela semi-tampada por 15 min ou até a água secar.

Enquanto o arroz cozinha, esprema o suco da laranja. Assim que o arroz estiver no ponto (al dente - cozido mas firme), desligue o foto e despeje o suco da laranja. Tampe a panela e deixe o arroz absorver o suco por 10 minutos. 

Na mesma panela, acrescente a mistura para pudim e ligue o fogo novamente. Cozinhe em fogo médio mexendo de vez em quando, por 15 minutos ou até obter um ponto de arroz doce cremoso. Desligue o fogo, junte a vodka e misture bem.

Coloque em uma forma de pudim (21 cm de diâmetro) e deixe descansando por 15 min e leve à geladeira por 1 hora.

Calda

Corte as cerejas, ou a fruta de preferência, retire as sementes. Leve-as ao fogo alto, e mexa-as até que soltem um pouco do caldo. Junte o açúcar e 50 ml de água. Cozinhe por 8 min ou até obter o ponto de calda fio fino. Deixe esfriar. Desenforne o pudim e sirva-o acompanhado da calda fria.

 

Legenda de foto para acesso do deficiente visual. #pracegover.  Arte de Leticia Rieper.

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Viver Pomerode é um luxo

Montagem e arte feita com fotos de Pomerode. Na primeira, estou de frente para o restaurante Bierwein, com mesas na varanda, construção de tijolinho à vista, estilo enxaimel. Visto a camiseta preta do blog, escrito em letras de cor laranja o nome  SuperLinda. Segue foto das bisnagas em exposição sobre o balcão, de cores verde e amarela, verde, bege e amarelo, bege e azul, bege e vermelho, dos queijo da Alimentos Pomerode. Atendente servindo sorvete, da Chocolate Prawer, com blusa azul, gravata borboleta preta, avental, máscara e touca verde oliva. Homem de óculos e barba camiseta estampada azul sentado na mesa em frente a nove copinhos de degustação na cervejaria Schornstein. Por último foto da placa indicativa da Prawer como o número 1º Chocolate artesanal  do Brasil. Na parte de baixo do card sobre a cor branca, está escrito em letra preta e dourada o título do post e o nome do blog.

Pomerode é um luxo. E morar a 87km de distância desta cidade é um privilégio. Mesmo para quem está acostumada com este tipo de arquitetura, com a paisagem, hábitos e costumes se surpreende e se encanta a cada visita. 

Conhecida como a cidade mais alemã do Brasil, chamada por seus 28 mil habitantes de a "Nossa Pequena Alemanha" ela faz jus a todos esses nomes. Os fortes traços adquiridos são herança dos colonizadores da região, hoje, conhecida por Vale Europeu. Isto foi por volta de 1863 quando chegaram as primeiras família, em sua maioria, vindas da Pomerânia do Norte da Alemanha.

As tradições germânicas estão presentes no cotidiano da população e estes repassam os hábitos como atrativo aos visitantes. Há passeios tradicionais pelos pontos históricos, museus, Rota do Enxaimel, Rota da Linguiça, passeio em carro de mola, com direito ao passaporte carimbado e selado. Concluído o circuito você tem direito a uma caneca comemorativa.

A cidade é um centro turístico por excelência. Tudo limpo, organizado, decorado, e nesta época de Natal, com detalhes e harmonia de encher os olhos. Da última visita, vou destacar três lugares tradicionais. Porém, o que chamou a atenção é o ar de modernidade implantado sem perder a essência.

  

A Cervejaria Schornstein

 
Entrada do Armazém Schornstein - loja de souvenir. Porta de vidro, tapete na entrada com a logo da Cervejaria com vista para os produtos dentro da loja e a disponibilidade de álcool gel. Parede da construção é em tijolinho à vista.

Onde tem alemão tem cervejaria e esta é das melhores. Como diz o site na Schornstein “tratam esse líquido com a paixão que ele merece”. A fabricação dessa cerveja segue a tradicional Lei de Pureza Alemã ou a Reinheitsgebot. Uma regulamentação que serve para determinar o que uma boa cerveja deve ter e como deve ser elaborada. Foi criada em 23 de abril de 1516 por Guilherme IV, duque da Baviera. 

No que diz respeito a modernidade, destaco um seguimento dentro dos padrões internacionais de lugar turístico: a fábrica possui uma loja oficial da marca e oferece produtos com os rótulos da Schornstein. Todos os tipos de souvenirs relacionados à cultura da cerveja, kits de churrascos, placas e almofadas. Além da possibilidade de agendar uma visita por toda a  fábrica e fazer degustação.

 

A Pomerode Alimentos.

 

Antiga e histórica prensa de encher e vedar as bisnagas de queijo. No fundo na parede branca um cartaz conta a história do Kraeuterkaese. Na direita mesa de pé branco e tampo cor de madeira com uma embalagem para presente com produtos da loja.

Do septuagenário Kraeuterkaese, creme de parmesão com ervas finas, aos recém chegados creme Brie, e o Creme de Gorgonzola, todos continuam embalados na tradicional bisnaga, diferenciados apenas pela cor.

A Pomerode Alimentos foi fundada em 2002 como um sonho da família do “Opa” Guilherme Ziehlsdorff que durante 40 anos produziu, para a Companhia Weege, o Kraeuterkaese. O tradicional creme de parmesão com erva fina, feitos há 70 anos em Pomerode.

Hoje essa empresa pertence a família Mendes, proprietária da Cervejaria Eisenbahn, de Blumenau. Mas preserva a qualidade, além renovar a identidade e ampliar a linha de produtos, como o queijo de mofo branco Vermont, queijos especiais. 


Chocolateria Prawer

Interior da Chocolates Prawer. Em primeiro plano uma árvore de natal com enfeites vermelhos e aos fundos prateleira com chocolates. Predomina os tons de madeira e a cor verde.

A Prawer veio de fora e se instalou com ares de princesa. A decoração da loja é feita, no detalhe, com porcelanas e peças antigas. Uma coleção particular da proprietária da franquia. Detalhes que dão uma inspiração de autenticidade ao local.   

Está é uma empresa da cidade de Gramado, que fabrica o chocolate de produção artesanal trazido de Bariloche, na Argentina. Em 1975, a Prawer Chocolates expandiu a pesquisa entre os famosos do chocolate artesanal como França, Bélgica e Suíça para criar o seu próprio chocolate. Sem esquecer da maravilha que é o sorvete Prawer. Um toque de sabor especial.

 

Foto panorâmica do Teatro Municipal. Construção de tijolinho à vista, fachada parcial em vidro. A frente um jardim com grama e cedros.

Foto frontal da Alimentos Pomerode. Construção de tijolinho a vista, um porta de entrada no centro e janelas em cada uma das laterais. Gramado com passeio para pedestre. Destaque para uma chapa da bisnada do Kraeuterkaese de cor verde e amarela colocada sobre o beiral da porta.

Paletas indicando o nome das lojas, restaurantes, cafeterias, do centro comercial Passeio Pomerano 





Foto da rua da central de Pomerode. Canteiros floridos, palmeiras e rua muito limpa.


Legenda de foto para acesso do deficiente visual. #pracegover.  Arte de Leticia Rieper.

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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

A 112ª Flag do SuperLinda veio da Albânia

Arte feita com superposição de imagens. Ao fundo o mar das praias do Adriático sobre ela o print do registro da flag do Superlinda no site Flagcounter, de cor branca com gráficos de cor azul. Na parte superior, lado esquerdo, a bandeira do Brasil e lado direito a bandeira da Albania de cor vermelho com escudo de cor preta no centro.Na parte superior do card está escrito, em letras brancas, o  título do post e na parte inferior em cor verde o nome do blog.

O turismo ainda é muito recente e pouco se sabe sobre esse país. Mas, já se fala muito no belo litoral adriático e dos preços baixos. Uma descoberta feita e bem aproveitada pelos italianos e gregos.

Além das praias de águas translúcidas, o país tem uma rica história, há  castelos, sítios arqueológicos. Porém o que mais os viajantes da Albânia reportam, sobre as particularidades deste país, são os mais de 100 mil bunkers construídos pelo ditador Enver Hoxha.

Ela já foi considerada a nação mais fechada da  Europa. Viveu durante 40 anos sob regime comunista, do período pós-guerra até o fim da ditadura em 1985. Os bunkers foram construídos para proteger o país das invasões estrangeiras.

Se por um lado a Albânia ficou isolada do mundo, por outro, alegam que essa “proteção” seria o motivo da preservação da natureza e o bom estado de conservação que o país se mantém. A capital é Tirana com destaque para a praça Skanderberg, Museu de História Nacional e a Mesquita Et'hem Bey. 

Bunkers são construções, parcial ou totalmente embaixo da terra, feitos para resistirem aos ataques de guerra. Os da Albânia são construções arredondadas, acinzentadas feitas em concreto. Distribuídos pelo interior, praias, montanhas, vales e praças. Hoje,  funcionam como museus para exposição da história.

 

Encontrei e recomendo dois blogs com excelentes informações e fotos da Albânia. 

Autoentusiastas 

Archtrends


Legenda de foto para acesso do deficiente visual. #pracegover.  Arte de Leticia Rieper.

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Parque Municipal da Caieira - Lazer e cultura entre a natureza



Montagem feita com duas fotos: em cima o portal feito em madeira com desenho das construções dos fornos, escrito o nome do parte e a saudação de bem vindo. Abaixo o caminho de acesso ladeado de palmeiras imperiais. Entre as duas fotos uma tarja de cor escura esverdeada com o nome do post e nome do blog em letras brancas. Predominam os tons verdes da vegetação.


Qualquer sensação de andar por uma alameda de palmeiras imperiais sobre um piso de casqueiro natural é pura realidade. Elas estão lá ao longo do caminho de acesso do portal ao local de descanso e construções históricas. Sem contar o espetáculo da apresentação espontânea dos guarás também chamados de Íbis escarlate. Um pássaro de plumagem vermelha a sobrevoar e dar rasantes em busca de alimento.

Lazer, cultura, conhecimento em um só espaço. Tão perto de quem sai da zona do conforto e tão longe daqueles que se limitam ao bairro em que moram. A 10 km do centro da cidade, no Bairro Ademar Garcia, é possível desfrutar de trilhas, sem risco de se perder, convívio com a natureza e com o frescor da Baía da Babitonga. Basta, ler as placas indicativas e viver momentos embrenhados pela Mata Atlântica. 

Assim é o Parque Municipal da Caieira, um complexo ambiental e arqueológico. Uma área de preservação permanente de 1,27 km2, rica em biodiversidade e das mais ameaçadas do planeta, decretada Reserva da Biosfera pela Unesco. Tudo isso em uma Joinville que poucos joinvilenses conhecem.

Na parte física, o tamanho do pórtico anuncia a grandeza do lugar. Na chegada, do lado direito, está o prédio administrativo, espaço de exposição com enormes folderes que contam sobre a história e  dão informações sobre a riqueza da fauna e flora.

Destaque para os guardas que cuidam do parque e dão orientação de forma atenciosa e gentil. Melhor ainda, valorizam e demonstram carinho pelo local. Informaram que sempre há um grande número de visitantes, principalmente nos fins de semana. E não se omitem de dizer precisamente que cerca de 70 pessoas se espalham pelo gramado e que o lugar é seguro.

Durante o ano letivo o parque é uma referência importante para a educação ambiental do Município. Escolas da rede pública e privada realizam visitas periódicas e frequentes. Uma enorme ausência, lamentada pela zeladora, nesse período de pandemia.

A origem do nome do parque vem da exploração e beneficiamento da cal, obtida pela queima em fornos, das conchas que formavam o sambaqui da região. Uma economia lucrativa do final do século XIX até 1943. Pode-se medir esta potência na indicação do local do cais. Uma placa informa que a produção era escoada e distribuída em todo o Cone Sul do continente americano.
 
É preciso ter boa vontade, carinho e respeito com Joinville. A maior cidade de Santa Catarina tem atração, divertimento e cultura ao alcance de todos.
 
Dia de sol, céu aberto e gramado verde. Aos fundos árvores e os dois fornos de queima da cal sobre construção de madeira e telhado em formato de duas águas e placas indicativas. No canto direito, de costa eu estou usando camieseta azul marinho com o nome do blog.

Foto aproximada da construção de madeira, em detalhe o telhado em formato de duas águas. Gramdo verde e mutias árvores.

Trecho da trilha por dentro da Mata Atlântica. Caminho sobre cascalhos e folhas. Árvores e plantas baixas nas laterais.

Foto aproximada do telhado entre as duas construção e ao fundo a vista para a Baía da Babitonga.

Placa com mapa de localização do Cais com vista para a Baía da Babitonga.

Foto panorâmica com área de restinga, mangue, Baía da Babitonga

Foto aproximada de galhos de árvore com vegetação e flores de cor rosa claro enraizadas. Ao fundo o céu azul.

Foto panorâmica da praça na entrada do parque com brinquedos e crianças fazendo piquenique.

Foto aproximada de galhos de árvores proximos do chão com bromélias.

Foto do voo de pássaro guará sobre a baía da Babitonga. Ao fundo o céu azul sem nuvem realça a cor vermelha da ave. No canto direito algumas folhas verde da vegetação natural .

*nota: Falha em não citar o nome das pessoas com quem conversei no parque, mas omitir a informação seria errar duas vezes. Essa visita aconteceu no dia 24/11 e o retorno para buscar tais dados não foi possível devido ao fechamento como medida contra o coronavírus.

 

Legenda de foto para acesso do deficiente visual. #pracegover.  Arte de Leticia Rieper.

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