terça-feira, 9 de abril de 2019

Respeite a Língua Portuguesa. Faça dela o seu gênero.

Quadro com o título do texto e a escrita errada da frase "Gente escrever assim não é legal".

Ouvida pela primeira vez pelos habitantes da terra avistada por Cabral, a Língua Portuguesa sobrevive entre os brasileiros desde 1500. Ela é antiga e anda meio desgastada por tantos maus tratos sofridos. Porém, bela e forte permanece soberana.

Ela é tão complexa de entender quanto é conviver com pessoas de temperamento difícil. Tente justificar "por quê" aplicar um "por que" nunca é igual a outro "porque" e ouvirá como resposta que todos os "porquês" não explicam nada.

O problema é tão sério que, talvez, esse idioma pudesse ser diagnosticado com sintomas de bipolaridade, diante das constantes alterações de personalidade. A doçura que transmite em palavras como saudade, cheia de amor, é capaz de explodir em agressividade, quando se transforma em uma saudade a nos matar de tanta dor.

Como te entender, ó língua mãe, se não bem explicado que a manga que eu gosto é a fruta e não aquela costurada nas roupas para cobrir os braços.

Para os erros cometidos na aplicação das regras gramaticais ela é implacável. A ninguém é permitido cometer tal deslize, nem mesmo um Ministro. Em sendo esse da Educação, não "haverão mudanças", e será aplicada a pena máxima divulgando-se que o senhor Ministro cometeu um erro crasso. Crasso, uma palavra que significa um erro inadmissível para a posição que a pessoa ocupa.

Tal qual manga, o substantivo pena pode ser de ave, de caneta para escrever, de sentimento de compaixão ou de sanção como punição. Portanto, sê claro, pois são vários os sentidos para uma mesma palavra. E neste caso, o emprego de acordo com o significado exige muita atenção. Recomenda a norma culta.

Norma culta? Quem é você que traz no corpo do termo a elegância de um substantivo feminino, e no conceito a rigidez masculina do conjunto de práticas linguísticas, que servem para definir o uso correto e impecável de um idioma.

Sim, é nas regras de aplicação gramatical, que essa dama perde a classe e grita nos nossos ouvidos quando empregada de forma errada. Se adapta a vários sotaques e até admite o duplo sentido de uma só palavra. Posso até "tomar um banho de loja", mas mim não faz nada e "menas" soa como um palavrão.

A expressão "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa", nunca foi tão verdadeira do que quando se refere à ortografia e a significação. O emprego de certas palavras com o mesmo som, mas de escrita diferente, seria para confundir, para dificultar ou para "tirar uma onda com a nossa cara"?. Alguém sabe responder?

Por isso é preciso estar atento porque há muitas "pegadinhas" pelo caminho. Não confunda acento com assento, nem traz com trás, porque a diferença não está só na grafia. Políticos podem ter seus direitos cassados, agora caçado, só se for um animal abatido pelo caçador.

Conjugações verbais, regência, verbos transitivos e os intransitivos, que sempre necessitam de alguma coisa e por isso não vivem sem um "de que" junto de si, complicam ainda mais a nossa vida na hora da aplicação.

Dificuldades existem,  porém bem exercitadas, a gramática pode ser usada corretamente. Seja crase, pronome, e até mesmo uma mesóclise. Ajudar-nos-ia muito, não houvesse tantas exceções à regra, sempre a nos boicotar. Mas elas existem e precisam ser respeitadas.

Dizem os especialistas que o pior inimigo da nossa Língua Portuguesa está dentro da nossa própria casa: o "internetês". Argumentar que escrever "vc" é mais rápido do escrever "você" só contribui para rebaixar o nosso idioma à categoria de dialeto. Infelizmente, a continuar assim, o futuro está muito próximo. 

Portanto, vai um recado: 
_"Gnt escrever assim...na boa...deu ruim e isso naum é L Gal, tá ligado? ".

Entre um erro e outro prefiro aquele português errado de alguém que não teve oportunidade de estudar, ou daquele que soa estranho, mas já aceito como termo regional. 
Respeite a Língua Portuguesa. Faça dela o seu gênero.


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2 comentários:

Donald Malschitzky disse...

Boa, Raquel. há uma guerrilha, inclusive a oficial, torturando nossa Língua.

Raquel Ramos disse...

Oi, Donald. Que prazer ler o seu comentário no blog. Obrigada.