quinta-feira, 30 de novembro de 2017

A Mulher do Ano 2017

Foto do site Geledés

Ela é mulher, poderosa e não empoderada, pesquisadora de sustentabilidade do meio ambiente e não de silicone dos seios. Uma estudiosa sem perder a vaidade, considerando a elegância retratada na foto. Pensa em subir as condições de campo da pesquisa no Brasil e não nos cliques das redes sociais, assim é Nadia Ayad.

Foi no final de 2016, há quase um ano,  que esta mulher, ganhou uma competição internacional, promovida pela empresa sueca, Global Graphene Challenge Competition, a Sandvik. Ela "pesquisou a utilização do grafeno buscando soluções sustentáveis e inovadoras pelo mundo, material derivado do carbono, transparente e 200 vezes mais forte que o aço.

Nadia criou um sistema de dessalinização e filtragem de água usando o grafeno, que possibilitará o acesso à água potável a milhões de pessoas, além de reduzir custos com energia". 
Veja a Matéria completa no site Geledés Instituto da Mulher Negra.

Quem ler a matéria, saberá dar o valor para essa cientista e pesquisadora brasileira. Mesmo sem ter conhecimento do significado das palavras dessanilização, grafeno ou sem conhecer o conceito da empresa sueca, é possível entender a grandeza dessa conquista. 

O que não é possível entender é o porquê de uma informação como essa não virilizar nas redes sociais, não ser manchete de jornais, nem foco de grupos feministas e raciais.

O assunto merece vir a tona, justo no dia, em que Anitta é escolhida a Mulher do Ano 2017 pela revista GQ. 

Antes, vale uma observação pessoal. Sou fã de Anitta. Uma menina que começou do nada, lançando seus vídeos "caseiros" feitos de forma amadora no YouTube. Hoje ela faz sucesso, obteve fama e está ganhando dinheiro. Muitos dizem que foi tudo obra da Globo. E este certamente foi o grande lance de sorte em sua carreira. Mais uma vez, ela não perdeu a chance. Cantou, dançou, rebolou, mostrou carisma, simpatia e acima de tudo, talento. Ou do contrário, gostem ou não ela não teria chegado onde chegou.

O problema não é a Anitta ser a Mulher do Ano de uma revista, o problema é a Nádia, que se tivesse sido estuprada, vítima de racismo ou apanhado do marido, estaria em todas as manchetes, porém, como é só uma estudiosa ...








2 comentários:

Andréa von Linsingen disse...

O que me parece que está acontecendo, além do vitimismo é claro, é a super exposição do feio, do mal, do errado. Dá "ibope", fica na mídia, corre grana. Quanto mais desagradável, mais campanhas, mais políticas públicas, mais projetos, mais dinheiro.
O belo, o agradável, o certo e a credibilidade, por incrível que possa parecer, caíram em descrédito. Não é legal, não tem estrelismo, portanto não há brilho e flashes. E o mundo anda girando só por isso ultimamente. Haja vista a quantidade de selfies.
Mas há uma coisa bem bacana em tudo isso. A Nádia, certamente vai ser valorizada por outras Nádias. E a Anitta, pelas Anittas.
Beijo Raquel!

Raquel Ramos disse...

Enquanto isso, vamos mostrando a beleza das Nádias.