segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

"COMEMORAÇÕES" Texto de VERA FELICIDADE



Hoje, para uma grande maioria de pessoas, em especial aqui no Brasil, se encerra o prolongado feriadão de fim de ano. Um bom momento para pensar nas nossas realidades.

Na empolgação das festas de Ano Novo, deparei-me com o texto "Comemorações" de Vera Felicidade, psicoterapeuta (Gestalt). Uma análise do comportamento de pessoas durante este período.

"Comemorações preenchem e esvaziam pela própria dinâmica que as constituem. Pôr a realidade entre parênteses é uma atitude impossível de ser mantida e ainda, as ritualizações, as amarras para segurar a realidade posta em suspensão, são frágeis, tornam pregnante a moldura da comemoração em detrimento do que é comemorado, uma inversão do que se deseja comemorar...".

Os textos de Vera são sempre técnicos, servem muito mais para estudo do que para uma leitura informal. Mas meu "achismo" que pensa e fala, se surpreendeu com o que leu e opina.

"Pôr a realidade entre parênteses..." esta é uma frase muito interessante. 

Definição de parênteses: "Usam-se ( ) para isolar palavras, locuções ou frases intercaladas no período, com caráter explicativo, as quais são proferidas em tom mais baixo:"

Associei a palavra realidade à problemas. Algumas dessas nossas realidades, havendo a consciência de que não há solução para elas, é melhor mesmo deixar lá (sem esquecer de fechá-lo) dentro do parênteses. Ficam isoladas, mas visíveis. Sabemos que existem, mas são proferidas em tom mais baixo.

Outras não. Você TEM de resolver. 

E neste caso é preciso nem que seja por uns dias, colocá-las, se não entre parênteses, mas em pausa.

2 comentários:

Vera Felicidade de Almeida Campos disse...

Oi Raquel, obrigada por compartilhar o artigo. Pôr entre parênteses é a époche husserliana, conceito de Husserl (Fenomenologia), é a redução fenomenológica, que consiste em colocar entre parênteses, a atitude ingênua da consciência - que afirma espontaneamente a existência do mundo - e em isolar o dado contingente (o mundo e o eu empírico) do sujeito. Em Husserl, consciência é intencionalidade.
Abraço, Vera Felicidade

Raquel Ramos disse...

Vera, agora você deu nó cego. rsrsrs Um grande abraço.