A receita de como assar uma costela, Jair Ferreira de Andrade, o Jajá,
não conta para ninguém. Ele só diz que aprendeu ali mesmo, no bar, há 30
anos, com o falecido Restides Eccel. Junto com o "Alírio do campo do
Caxias", Eccel era o mais conhecido assador de costela de Joinville no
final da década de 70.
A
tradicional costela, o bolinho de carne – sem esquecer a cerveja gelada – e a
televisão sempre ligada em um canal de esportes fazem do “Buteco do Jajá” um
dos pontos de encontro preferidos no Guanabara. Localizado na movimentada Rua
Florianópolis, o bar existe há mais de 40 anos, mas nem sempre foi do jeito que
é hoje.
O
atual proprietário trabalhava como garçom e conta que o local, já era conhecido
pelo bolinho de carne. Quando Jucá, o antigo dono, colocou o ponto à venda,
Jair e sua esposa, Patrícia de Araújo, enxergaram uma boa oportunidade. O casal
planejou as modificações necessárias para a melhoria física do ambiente e
acrescentou um atrativo, a tradicional costela assada, servida com farinha de
mandioca. A maionese de batatas feita por Patrícia também é opção de
acompanhamento.
Com o tempo, o “Buteco do Jajá” foi se tornando referência como ponto de
encontro de pessoas ligadas ao esporte. “Jogadores de futebol, como o Lima, são
nossos clientes”, conta Patrícia. Em dias de jogo do JEC, o número de pessoas
aumenta. “Diversas vezes, programas de rádio entrevistaram clientes ao vivo,
aqui no bar, no intervalo dos jogos”.
Quando
tudo começou, o lugar não tinha um conceito tão positivo. Não havia banheiro
adequado, era frequentado por usuários de drogas e o público era formado apenas
por homens, bem diferente de hoje. Jajá atribui a mudança à presença de sua
mulher. “Aqui não é permitido que nenhum homem ‘mexa’ com qualquer mulher
dentro ou mesmo na calçada em frente ao bar”, declara Patrícia. Quando algum
engraçadinho tenta contrariar a regra, tem que se retirar do local.
Mário José Lino da Silva, 60 anos, empresário do ramo de tornearia,
trabalha e sempre morou no bairro. Ele e a esposa Carmêndia Vieira da Silva,
professora aposentada, costumam ir ao boteco às sextas-feiras para comer
costela. Carmen, quando não vai ao campo do JEC com a amiga, confere a transmissão
do jogo diretamente do bar. O marido não gosta de ir aos jogos.
Jair
e Patrícia são casados há quatro anos. Ela também trabalha em sua própria
empresa de doces finos e artesanais para festas e casamentos, mas ainda
encontra tempo e disposição para ajudar a "tocar" o bar. Nos fins de
semana, são assados aproximadamente 150 quilos de costela e é nos domingos que
o movimento se intensifica. O aroma da carne assada e a simplicidade são
ingredientes certos para atrair tanta gente.
Repórter Raquel Ramos
Publicada originalmente no Primeira.Pauta, edição de nº 128 do Jornal laboratório da Faculdade de Jornalismo do Bom Jesus/Ielusc.
Repórter Raquel Ramos
Publicada originalmente no Primeira.Pauta, edição de nº 128 do Jornal laboratório da Faculdade de Jornalismo do Bom Jesus/Ielusc.
Descrição detalhada das fotos para acesso do deficiente visual (para saber mais clique aqui -1 Foto da fachada do prédio do Buteco do Jajá. e 2 e 3 Fotos da página do jornal onde foi publicada e 4 Fotos do interior do bar, mostrando os clientes assistindo o jogo do JEC, 5- Foto de Jair Ferreira de Andrade, o Jajá, cortando a costela para servir aos clientes. 6 e 7 Fotos de Camendia , Mário e clientes do bar.
2 comentários:
Parabens pela reportagem Raquel. Um otimo trabalho...bjus
Oi Patricia, obrigada a vocês pela disponibilidade em me receber. Grande abraço.
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