sábado, 8 de setembro de 2018

Meus heróis não morreram de overdose, nem matam


"Meus heróis não morreram de overdose, e Carlos Alberto Brilhante Ustra foi meu comandante quando era tenente em São Leopoldo. Um homem de coragem, um homem de determinação e que me ensinou muita coisa. Tem gente que gosta de Carlos Marighella, um assassino, terrorista. Houve uma guerra ]no regime militar]. Excessos foram cometidos? Excessos foram cometidos. Heróis Matam”. General Morão Citação do site G1.

Esta é a frase do dia, dita pelo General Antonio Hamilton Mourão, 65, candidato a vice presidente na chapa de Jair Bolsonaro, em entrevista para Central das Eleições, mais especificamente, à jornalista Miriam Leitão.

Neste mundo da imprensa, feita por jornalistas, ninguém consegue me convencer de que trata-se de coisas diferentes, e do qual farei parte dentro de alguns meses, cada vez aprendo mais. Só não sei se a consciência de como esse mundo funciona me faz mais feliz.

O assunto está estampado em todos os jornais como deve ser. Mas, gritou diante dos meu olhos o que o jornalista Pedro Zambarda de Araujo publicou no jornal Diário do Centro do Mundo:  "Vídeo - general Mourão, vice de Bolsonaro, na GloboNews: 'meus heróis não morreram de overdose, eles matam'". E eu questiono: existe ou não diferença entre uma frase e a outra. 

Por outro lado, lembrei de uma amiga que há anos atrás trabalhou na campanha de Sarney para senador pelo Estado do Amapá. Sim, ele é do Maranhão, mas se candidatou e se elegeu por Amapá.  Ela sempre teceu os maiores elogios à essa pessoa, dizendo ser um homem inteligente, atencioso, educado e gentil. No entanto, bem sabemos como governou o Brasil e seu Estado, um dos mais pobres do país.

Porque não poderia Mourão admirar Ustra? Se realmente existe quem defenda Marighella, se Dilma Rousseff, que já foi terrorista de fuzil na mão, exerceu o cargo de Presidente da República e está prestes a se eleger como Senadora por Minas Gerais. Se Fernando Gabeira, militante do Movimento Revolucionário Oito de Outubro, é hoje jornalista da "Globo golpista". Aliás, diga-se: fazendo ótimas reportagens.

Por fim, após assistir as entrevistas dos candidatos à vice-presidência das eleições de 2018, só resta a conclusão de que políticos são "encantadores de pessoas". Carismáticos, hábeis nas palavras e de raciocínio rápido, capazes de derrubar todos os argumentos dos jornalistas. As perguntas à base da técnica, argumentadas com citações e provas, como prega o jornalismo, se tornam pequenas diante da capacidade deles em ludibriar as respostas. Em especial Káthia Abreu e Ana Amélia.

Fiquei refletindo sobre os meus heróis, e não me identifiquei com nenhum desses de ontem ou de hoje.

2 comentários:

Unknown disse...

Gostei e, tb não me identifico c nenhum desses heróis.
"Políticos são encantadores de pessoas"...perfeita definição.

Raquel Ramos disse...

Oi, Vera. Que bom te ver aqui.