A ORIGEM DA GELATINA
"A gelatina é proveniente de carne e ossos. É aquela
substância translúcida e viscosa que sobe à superfície quando você cozinha a
carne. Mas se você coletar o suficiente dessa substância e submetê-la a um
processo de depuração, ela se transforma em outra coisa: a boa e velha
gelatina. Pó em um pacote, muito distante de suas origens, o tecido conjuntivo
e a medula óssea vindos direto do matadouro.”
Mais do que saber da origem orgânica da gelatina, é
interessante conhecer a estratégia que Woodward usou para divulgar esse
produto.
Em 1895, o carpinteiro de LeRoy, Nova York, empacotador
de remédios, entendeu ser possível tornar a gelatina mais atraente e
comerciável. Tentativas frustradas de
outros fabricantes não o intimidaram.
E assim misturando sucos de fruta, açúcar e corantes,
a gelatina tornou-se colorida, transparente e divertida. Recebeu o nome de
Jell-O e o sucesso parecia garantido.
O fracasso total nas vendas levou Pearle à vender toda
a marca, o nome e os segredos por $450 a Orator Frank Woodward. O fracasso nas vendas repetiu-se nas mãos de
Orator, que ofereceu a Nico pelo preço de $35 e esse recusou.
Em 1902, Woodward e seu diretor de marketing, William
E. Humelbaugh, da empresa Genesee Pure Food Company, determinados a fazer valer
essa mercadoria, criaram um anúncio da Jell-O
como “A Sobremesa Mais Famosa da América”. O impresso, de várias páginas
como um livro, descrevia as maravilhas do produto, como poderia ser usada,
variações e receitas.
Os dois sócios usaram seus vendedores comerciais como um artifício para divulgar o impresso.
“Isso foi uma forma inteligente de contornar o
problema dos vendedores. Enquanto viajavam pelo país em suas carroças, eles
eram proibidos de vender porta a porta na maioria das cidades sem uma
dispendiosa licença de vendedor ambulante. Mas os livros de receitas eram
diferentes: dar coisas de graça não era vender.”
Por razões econômicas não podiam dar amostra grátis do produto, assim
espalharam gratuitamente os impressos das receitas que só poderiam ser utilizadas se
comprassem a gelatina.
A partir daí encontramos a gelatina nos
supermercados e foi o ponto de partida para o que hoje é a ERA DO GRÁTIS.
Esse texto serviu de estudo, numa aula de economia de mídia, para linkar o grátis do fornecimento das informações da gelatina levando o consumidor a comprar o produto.
Tudo se resume ao mundo da internet onde o grátis não grátis. O público da era digital acostumou-se à
gratuidade na web e não parece disposto a pagar pelo acesso as informações, mas paga por produtos que indiretamente são vendidos gratuitamente por esse meio.
Percebemos na divulgação da gelatina que o grátis é só a trajetória para chegar ao
que não é grátis.
Ao exemplo do que hoje, as gigantes Google, YouTube, oferecem
serviços gratuitos e mesmo assim, ou por isso mesmo, são as empresas bilionárias da ERA DO GRÁTIS.
O texto faz parte do livro Free de Chris Anderson.
Descrição detalhada das fotos para acesso do deficiente visual (para saber mais clique aqui 1 - foto minha onde estou segurando um pote de gelatina vermelha.
2 - foto da capa do livro Free.
O texto faz parte do livro Free de Chris Anderson.
Descrição detalhada das fotos para acesso do deficiente visual (para saber mais clique aqui 1 - foto minha onde estou segurando um pote de gelatina vermelha.
2 - foto da capa do livro Free.
Um comentário:
Nossa, que legal conhecer esta história! E pensar que esta "era do grátis" teve início com a gelatina. Foi uma ótima jogada para a época, e ainda hoje funciona.
Artigo bem interessante!
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