segunda-feira, 1 de agosto de 2016

A autoestima do brasileiro olímpico


Não há como não falar do assunto diante da inevitável realização, prestes a se concretizar, das Olimpíadas no Brasil. O país passa por uma crise de repercussão mundial e é difícil afastar a palavra “pessimismo” do vocabulário da população. Se não pronunciada, ela é sentida. Com a Copa do Mundo ainda entalada na garganta, gastos e desperdícios imensuráveis, a Copa começou e terminou sem brilho e ainda não mostrou a que veio.

E é nesse clima de déjà vu que o Brasil se prepara para assistir ao grande show de abertura das Olimpíadas Rio 2016, no próximo dia cinco. Torcer por atletas brasileiros que, com poucas exceções, não terão chances de medalhas; aplaudir aqueles que por esforço próprio conseguiram índice para participar e não para competir parece muito pouco.

O professor Luis Almeida Marins Filho (link) diz que segundo o Prêmio Nobel de Economia, Professor James Heckmann, "o maior problema do Brasil é a baixa autoestima do brasileiro". O professor exemplifica comparando os brasileiros com os argentinos, americanos e alemães que mesmo não estando satisfeitos com a situação de seus países, nunca reconhecem isso a estrangeiros.

Como se orgulhar de um país que notícia diariamente mortes por dengue, morte por arma, número de assassinatos maior do que de países em guerra, a volta da inflação, filas de doentes sem atendimento nos hospitais, sem emprego, o amargo sentimento da impunidade de nossos governantes? Esse povo, professor James Heckmann, vai ver uma Olimpíada ser realizada no seu país, feita com o dinheiro que o governo diz não ter para construir hospital, creche, escola e moradia. E o senhor vem dizer que "o maior problema do Brasil é a baixa autoestima do brasileiro?" Quem ainda leva a culpa do problema do Brasil é o povo?

Pode parecer um desplante combater a ideia de um Prêmio Nobel de forma tão simplista, mas transmitir conteúdos complexos de maneira simplista é a maneira mais simples de se fazer entender. 

O fato é que o número de brasileiros descontentes com a atual situação política e econômica do país é muito grande. Tão grande ao ponto de perderem o entusiasmo com a maior festa esportiva do mundo. Só sendo "deuses" os criadores do evento olímpico para perdoar os brasileiros por este "sacrilégio". 

Responsabilizar os atletas participantes pelo brilho da competição seria exigir deles mais do que as condições de treino que o país oferece. Diferente dos milionários jogadores de futebol.

Se o Brasil vai ou não fazer uso político do evento, melhor considerar que isso já está feito, portanto que sejam lançadas sobre as cabeças de nossos atletas coroas de ramos de oliveira, símbolo da vitória. 

Que o brasileiro se orgulhe, com ou sem medalhas, dos belos exemplos de superação dos que treinam como que em fundo de quintal e carregam o nome do Brasil no peito. Esses sim são os grandes merecedores de uma grande e olímpica competição.

Fotos detalhadas para acesso do deficiente visual, para saber mais clique no link: 1 - foto com a camiseta do blog superlinda na cor verde, ao fundo a bandeira do Brasil e montagem com o logo das Olímpiadas.

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